29 outubro 2011

Nunca mais a violência! Nunca mais a guerra! Nunca mais o terrorismo!

O compromisso comum do Papa com os representantes religiosos e agnósticos de boa vontade a favor da justiça e da paz no mundo, na conclusão do Encontro de Assis
(28/10/2011)
Concluindo ontem, ao fim da tarde, o encontro de reflexão, diálogo e oração pela justiça e paz no mundo, que reuniu em Assis 300 representantes religiosos e pessoas de boa vontade, de 50 países diferentes, Bento XVI recordou uma vez mais que a “dimensão espiritual” é um “elemento-chave para a construção da paz”. A iniciativa assinalou o 25.º aniversário da primeiro, memorável encontro de líderes religiosos de todo o mundo, promovida por João Paulo II, em 1986.
“O evento de hoje mostra como a dimensão espiritual é um elemento-chave para a construção da paz. Através desta peregrinação única, fomos capazes de nos comprometermos num diálogo fraterno, aprofundar a nossa amizade e caminhar juntos em silêncio e oração”.
Líderes cristãos, judeus, muçulmanos, hindus, budistas, representantes de religiões africanas e asiáticas, bem como um grupo de agnósticos, renovaram neste encontro um ‘solene compromisso comum pela paz’, em variadas línguas, incluindo o árabe e o hebraico, o russo e o japonês, seguindo a fórmula utilizada no anterior encontro de Assis, em 2002, um ano depois da tragédia de 11 de Setembro. Bento XVI renovou as palavras então pronunciadas por João Paulo II: “Nunca mais a violência! Nunca mais a guerra! Nunca mais o terrorismo! Que, em nome de Deus, cada religião leve à terra justiça e paz, perdão e vida, amor!”
O cardeal Jean - Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, afirmou que “a esperança há-de prevalecer sobre o medo” e que ninguém se pode “resignar” diante das guerras. E o Santo Padre, na declaração final, em inglês, encorajou todos os presentes a prosseguir o caminho empreendido:
“Vamos continuar a reunir-nos, vamos continuar a estar juntos nesta caminhada, em diálogo, na construção diária da paz e no nosso compromisso por um mundo melhor, um mundo no qual cada homem e mulher, cada povo, possam viver de acordo com as suas legítimas aspirações”.
O “compromisso comum” lido, em variadas línguas, por 12 líderes religiosos e um representante dos agnósticos, exprime a “convicção de que a violência e o terrorismo se opõem ao autêntico espírito religioso”, condenando “qualquer recurso à violência e à guerra em nome de Deus ou da religião”. A convivência “pacífica e solidária”, a promoção de uma “cultura do diálogo” e o respeito pelas convicções de “crentes e não crentes” foram também sublinhadas neste momento solene, que culminou num tempo de recolhimento geral, em silêncio, como apelo interior à conversão e ao sentido de responsabilidade, introduzido por uma exortação do Papa.
Após renovarmos o nosso compromisso pela paz e termos trocado uns com os outros um sinal de paz, sentimo-nos ainda mais profundamente envolvidos, juntamente com todos os homens e mulheres das comunidades que representamos, na nossa comum caminhada humana”.

Foi também o Papa a explicar o gesto escolhido para a conclusão do encontro - a entrega aos participantes de uma lamparina, símbolo do desejo de serem “portadores, em todo o mundo, da luz da paz”. Para além das lamparinas, foram largadas pombas brancas, algumas das quais acabaram por ir parar ao meio da assembleia.
No final, Bento XVI referiu expressamente os jovens que realizaram, a pé, a peregrinação (subindo até à parte alta de Assis) testemunhando assim “como, entre as novas gerações, são muitos os que se empenham para superar violências e divisões”.
Concluído o momento celebrativo, os participantes que o desejaram desfilaram, em silêncio, com momentos de recolhimento, perante o túmulo de São Francisco, na cripta da basílica inferior de Assis.

Fonte: Radiovaticana.org


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