12 março 2012

Tú és Pedro - Santa Sé repudia privatização da água

(12/3/2012) A partir de hoje e até ao próximo dia 17 decorre em Marselha na França o sexto fórum mundial da água. Para esta ocasião o conselho pontifício justiça e paz elaborou o contributo da Santa Sé intitulado “água, um elemento essencial para a vida. Encontrar soluções eficazes. A delegação da Santa Sé é constituída por três elementos do conselho pontifício justiça e paz
E no dia em que se iniciou o sexto Fórum Mundial da Água, em Marselha (França), o Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), organismo que representa a Santa Sé no encontro, divulgou o documento ‘Água, um elemento essencial para a vida’,onde se apela à ação “urgente” da comunidade internacional para assegurar o acesso à água por parte da população mundial, sublinhando que este não é “um bem meramente mercantil”, mas "público”.
“Se é compreensível e lógico que os atores privados tendam a desenvolver atividades rentáveis, eles não devem esquecer que a água tem um valor social e deve ser acessível para todos”, refere o texto.
Para o CPJP, os recursos hídricos são um “bem universal”, indispensável para o “desenvolvimento integral dos povos e para a paz”.
A Santa Sé sublinha que são necessárias mais do que “declarações de intenções” num momento em que “milhares de milhões de pessoas estão sem água em quantidade ou qualidade suficientes para uma vida digna, segura e confortável”.
O novo documento diz que os números da sede estão “subestimados” e defende uma leitura do direito à água baseada no “acesso regular e constante a água potável que seja acessível economicamente, legalmente e de facto”.
Seguindo estes critérios, assinala o CPJP, constata-se que 1,9 mil milhões de pessoas têm à sua disposição apenas água insalubre e que 3,4 mil milhões de pessoas utilizam ocasionalmente água de “qualidade insegura”.
“O acesso à água potável não está definitivamente garantido a cerca de metade da população mundial”, alerta o documento, lamentando que nem todos os Estados consagrem no seu ordenamento jurídico o “direito à água”.
A Santa Sé deixa votos de que em 2012 sejam tomadas “decisões incisivas” neste campo, antes de recordar que o aquecimento global e as alterações climáticas vão afetar os recursos disponíveis.
“Milhões de pessoas poderiam ficar privadas da água”, observa o CPJP.
O documento pede uma melhor gestão da água por parte das autoridades públicas, dos operadores privados e da sociedade civil, frisando a “importância da sobriedade nos consumos”.
Oforum mundial que decorre até sábado, é organizado a cada três anos pelo Conselho Mundial da Água para reunir organismos estatais e privados, bem como representantes do mundo associativo, a fim de definir uma visão de longo prazo sobre a utilização dos recursos hídricos.
Na Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2010, Bento XVI alertava para a “questão, hoje mundial, da água e ao sistema hidrológico global, cujo ciclo se reveste de primária importância para a vida na terra, mas está fortemente ameaçado na sua estabilidade pelas alterações climáticas”.
Em 2007, numa mensagem escrita por ocasião do Dia Mundial da Água, o Papa afirmava que “a água é um direito inalienável", pedindo que todos possam ter acesso a ele, "em particular quem vive em condições de pobreza".
O Dia Mundial da Água celebra-se anualmente a 22 de março, por iniciativa da Conferência da ONU sobre o Ambiente e o Desenvolvimento de 1992 (Rio de Janeiro, Brasil).


Fonte: Radiovaticana.org  
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