08 agosto 2012

Atletas expressam sua fé nas Olimpíadas de Londres

O corredor jamaicano Usain Bolt conquistou o público e a imprensa mundial com sua fabulosa atuação em Londres 2012, ao correr os 100 metros em apenas 9,63 segundos. Todos falam da “melhor corrida da história”, não só por Bolt, mas também por seus adversários: sete corredores abaixo dos dez segundos, algo que permanecerá como a grande imagem dos Jogos Olímpicos de Londres.
Bolt, que consolidava assim seu título de 4 anos atrás, em Pequim, apareceu diante de milhões de espectadores fazendo o sinal-da-cruz, e levando no pescoço um símbolo religioso cristão.
Isto é algo que as atuais normas britânicas dificultam ao pessoal que trabalha em repartições públicas. Os tribunais britânicos permitem inclusive que empresas privadas proíbam ou multem os empregados que portem símbolos religiosos, ainda que não ostentosos, como um pequeno crucifixo.
Assim, em Londres, os atletas estão dando à fé uma visibilidade que as autoridades britânicas tendem a ocultar.
Por enquanto, a Grã-Bretanha ainda não penaliza os atletas que expressam sua devoção no estádio olímpico. Assim, o ganhador da corrida dos 10 mil metros, o inglês muçulmano Mohamed Farah, de origem somali, se ajoelhou na pista, ao acabar a prova fatigante, e agradeceu a Deus o êxito. Há quem pergunte se dentro de alguns anos a fé poderá ser expressa publicamente assim em território inglês, dadas as atuais tendências de restrição à expressão religiosa.
Outra história relacionada é a da jovem judoca de 18 anos, Wojdan Shaherkani, a primeira mulher da Arábia Saudita competindo em Jogos Olímpicos, convertendo-se em um ponto visível para todas as mulheres da teocracia saudita, muito limitadas em suas liberdades e movimentos.
Os responsáveis olímpicos da Federação de Judô se opunham a que a jovem competisse usando véu, assinalando o perigo de asfixia, comum neste esporte no qual os lutadores se agarram e se envolvem em chaves. Mas a delegação saudita insistiu e, no fim, Wojdan pôde levar seu véu durante os 82 segundos que durou a sua luta.
Ainda que derrotada, a jovem Wojdan pensa em voltar com o véu ao Rio de Janeiro, dentro de quatro anos. Mas o Brasil é distinto da Inglaterra: é um dos países mais religiosos do mundo, acostumado à expressão desinibida da fé.



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