24 janeiro 2013

Cristãos contra a corrente

«O cristão não deve ter medo de ir “contra a corrente” para viver a própria fé, resistindo à tentação de se “conformar”», disse o Papa na audiência geral na manhã de quarta-feira 23 de Janeiro, propondo o testemunho de Abraão no início de um novo ciclo de reflexões dedicadas ao «Credo».

Aos fiéis reunidos na sala Paulo VI, o Pontífice apresentou o patriarca como «a primeira grande figura de referência para falar de fé». A ele, Deus «pede para partir, abandonando a própria terra». E a este propósito, Bento XVI interrogou-se: «Como teríamos respondido nós a um convite semelhante?». Com efeito, trata-se de «uma partida às escuras», explicou: de «um caminho que exige uma obediência e uma confiança radicais, ao qual apenas a fé permite aceder».
Depois, o Papa ressaltou que a terra oferecida por Deus a Abraão não pertence ao grande patriarca: portanto, o “pai dos crentes” é «um estrangeiro, com tudo o que isto comporta: não ter finalidades de posse, sentir sempre a própria pobreza, ver tudo como dádiva». E «esta é também a condição espiritual de quem aceita seguir o Senhor, de quem decide partir, ouvindo o seu apelo».
Eis, então, a actualidade da mensagem espiritual de Abraão: «Crer em Deus – disse o Pontífice – torna-nos portadores de valores que muitas vezes não coincidem com a moda, nem com a opinião do momento, exige que adoptemos critérios e assumamos comportamentos que não pertencem ao modo de pensar comum».
De resto, em muitas sociedades «Deus tornou-se o “grande ausente” e no seu lugar existem muitos ídolos»: como os «progressos da ciência e da técnica» que, embora sejam positivos em si mesmos, «suscitaram no homem uma ilusão de omnipotência e de auto-suficiência»; ou o crescente egocentrismo, que «criou não poucos desequilíbrios no contexto das relações interpessoais e dos comportamentos sociais».
No final da audiência, saudando os grupos de fiéis nas várias línguas, entre os quais os membros da tripulação da fragata brasileira «Liberal» e os organizadores da Jornada mundial da juventude com o arcebispo do Rio de Janeiro D. Orani João Tempesta, o Papa lançou também um apelo à solidariedade para com as populações da Indonésia, «onde uma grande inundação devastou a capital, Jacarta».


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