12 abril 2013

O que é o amor?

Uma atitude que começa com Deus e se traduz na entrega diária de si mesmo aos outros

O amor se expressa primeiramente na relação com Deus, deixando-nos amar por Ele.

Muitos gastam sua vida buscando o amor, procurando alguém ou algo que os "preencha", que os faça sentir-se amados, valorizados e aceitos. Segundo o Pe. Larry Richards, da fundação Reason for Our Hope, muitas vezes buscamos em lugares errados. É ele quem nos propõe as reflexões a seguir.

"Quando se trata do amor, gostamos de nos perder – disse o Pe. Larry à Aleteia. O que o coração de cada um precisa, eu acho, é o amor. E tentar que os outros preencham esta profunda necessidade em nós, mas eles só podem preenchê-la parcialmente, porque todos nós somos seres humanos limitados."

O único que pode preencher a mais profunda necessidade do nosso coração é Deus, que está muito além do finito, pois ele é infinito. Ele pode nos saciar com seu amor, tão profundamente, que nos leva a transmitir esse amor a outras pessoas.

Parte do nosso problema é também que não compreendemos quem é Deus e, como resultado disso, o que é o amor. Pensamos em Deus como este grande ogro no céu; não dizemos isso, mas pensamos. Muitas pessoas pensam que Deus as persegue ou que espera que falhem para poder castigá-las ou fazê-las sofrer.

Mas Deus não é assim. Ele faz tudo o que pode para nos salvar, nos amar, e não pode fazer mais do que já fez; quando tomamos consciência disso, nós nos tornamos instrumentos de amor aos outros.

Mas aprender a amar não é fácil, nem é algo em que podemos ser "especialistas" em pouco tempo; é um objetivo que dura a vida toda.

Infelizmente, há muitas ideias sobre o amor que acabam ficando limitadas diante da grandeza desta realidade.

O amor tem a ver com a entrega de si mesmo, que é o oposto ao que o mundo diz. Todos nós sabemos isso de maneira intuitiva, mas nem sempre vivemos. Muitas concepções modernas do amor (como as que vemos em comédias românticas ou em músicas) acabam atraindo as pessoas porque estão sedentas de amor.

Quando a pessoa está faminta e quer comer, não se preocupa com o que é, come qualquer coisa. A Madre Teresa de Calcultá costumava dizer que as pessoas da Índia viviam tão famintas, que iam buscar excrementos de cachorro para comer, para tentar preencher o vazio.

Outra ideia falsa sobre a vida em geral é pensar que é suficiente fazer o que é correto. Segundo o Pe. Richards, isso não basta, especialmente para um cristão.

Você pode ser ateu e fazer o que é correto, mas isso não fará de você um cristão. Por isso, temos boas pessoas que fazem coisas boas e vão à Igreja aos domingos – e não necessariamente são diferentes dos ateus. Porque se conformam em fazer coisas, cumprir os mandamentos, e isso é bom, mas não é uma relação. Aqui estamos falando de amor, de ter experiência do amor e dar amor.

Se você quer aprender a amar, comece pela oração.

A oração, para o Pe. Richards, é o primeiro passo para ser uma pessoa que ama. Mas não se trata de recitar orações de memória, e sim lembrar que orar é estar na presença de Deus. Uma boa forma de começar a rezar é dedicar cinco minutos ao dia, começando com um "sinto muito" e desfazendo-se das coisas que nos separam de Deus.

Depois, nós nos abandonamos nele, porque amar é abandonar-se nos braços do amado. "Eu me entrego a ti": isso é amor.

Em terceiro lugar, basta fechar os olhos e pedir ao Deus do universo que cuide de você. E então, durante três ou cinco minutos, sinta-se nos braços de Deus, encoste sua cabeça em seu peito, como fez João na Última Ceia, e escute seu coração batendo. E cada vez que o coração de Deus bater, ouça como Ele lhe diz: "Te amo", "te amo"...

O sacerdote afirma que, muitas vezes, esquecemos do segredo da oração: ela tem a ver com uma relação, com deixar de limitar-se aos gestos de ser católico ou cristão, e realmente integrar isso nas nossas vidas; é assim que ela nos transformará.

O amor também é prático: para ser uma pessoa que ama, é preciso doar-se todos os dias.

Ser uma pessoa que ama é praticamente perder um pouco da própria vida a cada dia. Porque a vida é serviço. De fato, o Pe. Richards sugere repetir uma espécie de "mantra do amor" diário: "Sou o terceiro: Deus em primeiro lugar, depois os outros, e eu em terceiro".

E, no final de cada dia, poderíamos nos perguntar: "Hoje eu fiz pelo menos uma coisa desinteressada por alguém?" Se a resposta for "não", então desperdiçamos a nossa vida, vivemos apenas para nós mesmos.

O amor é muito prático. As pessoas querem aprender a amar, mas nem sempre se lembram da doação aos outros. Então, reflitamos: como é o meu amor? Eu me preocupo pelos outros? Como isso se manifesta na minha vida?

São estas pequenas coisas que tornam o amor real.

 De: aleteia.org

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