27 junho 2013

O que fazer diante do clamor do povo nas ruas?



O Conselho Permanente da CNBB, no dia 21 de junho de 2013 se posicionou acerca das manifestações do povo brasileiro começando por demonstrar a sua “solidariedade e apoio às manifestações, desde que pacíficas”. Eles destacaram que há um despertar de “uma nova consciência”, que “requer atenção e discernimento” dos governantes.

Destacaram nossos Pastores que a luta é “contra a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na gestão pública”. Concordam que as pessoas “fazem, assim, renascer a esperança quando gritam: `O Gigante acordou!`”

Os nossos bispos disseram que “As manifestações destes dias mostram que os brasileiros não estão dormindo em “berço esplêndido”.” Eu que o “Que o clamor do povo seja ouvido!”

E não se esqueceram de invocar a proteção de Nossa Senhora Aparecida e a bênção de Deus. Diante desse apoio inequívoco de nossos Pastores, o povo católico deve agir. O que pede o povo? Está muito claro: menos arenas de futebol (“elefantes brancos”) e mais hospitais e boas escolas com bons professores; menos inchaço do Estado mastodôntico, menos gastos públicos, menos inflação, menos corrupção para alimentar os partidos que dão apoio ao governo, fim dos conchavos políticos, menos gastança do governo, menos privilégios aos políticos, menos ministros e ministérios (39!), menos pão e circo, aprovação do voto distrital, menos impunidade (mensalão!), melhores estradas, portos e aeroportos, menos impostos escorchantes, mais saneamento básico, melhores transportes, etc.

O povo sabe muito bem o que quer e está exigindo seus direitos nas ruas, mas não sabe como realizar isso. Esta é a questão que agora está em discussão. Os líderes precisam agora orientar o povo de como agir, sem violência, dentro da lei e da ordem, se manifestando nas ruas e pela internet junto aos políticos e governantes para obrigá-los a realizar todas essas mudanças que o povo exige e tem direito. Sobretudo é preciso preparar o povo para votar bem em 2014, eliminando pelo voto, todos os que são corruptos e desonestos.

Tudo isso se realizará se o povo fiscalizar os governantes e políticos para que exerçam com dignidade seus cargos e governem com justiça. Não adianta querer eliminá-los, pois sem o Legislativo não há democracia, surge a ditadura.

“Que se ouça o clamor que vem das ruas”.

É preciso, acima de tudo, que se faça uma verdadeira reforma política onde se acabe com esse processo obsceno que é o voto proporcional, no qual você vota em um candidato e elege outro que não mereceu seu voto. Foi, por exemplo, o caso do humorista Tiririca, que, com seus votos elegeu outros que não tiveram votos. É preciso urgentemente mudar esse sistema político do Brasil, no qual só se entra pela corrupção. Para isso é preciso implantar o voto distrital, cujo político é eleito em sua região, sem precisar percorrer todo o Estado e gastar muito dinheiro, o que fomenta a corrupção.

Quem está hoje no Parlamento? A maioria deles são representantes de grandes empresas, empreiteiras, lobbies pesados, representantes de sindicatos, etc., não estão a serviço do povo e do bem comum, mas de interesses privados. Por quê? Porque a campanha política, no atual regime de voto proporcional, é caríssima, então, o político tem que se corromper para entrar no sistema. Então, a eliminação dessa distorção é a primeira cobrança que o povo deve fazer.

Os politiqueiros não querem o voto distrital, é claro, pois sabem que perderiam a oportunidade de continuar no poder usufruindo de suas benesses e corrupções. Cabe ao povo, nas ruas e pela internet, ordeiramente, exigir, cobrar e fiscalizar essas mudanças, perseverantemente. Toda vez que há uma crise o governo promete fazer a “reforma política”, mas, passada a crise, não se fala mais no assunto.

Essa é a primeira e urgente medida estrutural para mudar o país. Depois dela, então, poderá vir a reforma tributária, educacional, trabalhista, jurídica, social, econômica, etc.

Prof. Felipe Aquino


De: cleofas.com.br 



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