02 julho 2014

"Nós conhecemos tanto Jesus Cristo que não temos necessidade de Nossa Senhora...": pobres órfãos!

 
Cidade do Vaticano - (RV) - O Papa Francisco encontrou-se com jovens da Diocese de Roma, que participam de um curso voltado à busca vocacional, neste sábado, 28. O encontro, realizado na Gruta de Lourdes junto aos Jardins Vaticanos, fez parte da vigília da Solenidade de São Pedro e São Paulo e começou a ser realizado ainda durante o pontificado de Bento XVI. Depois da saudação do Cardeal Agostino Vallini, Vigário da Diocese de Roma, o Pontífice deu as boas-vindas aos jovens.
“Agradeço-vos por esta visita, esta visita à Nossa Senhora que é tão importante na nossa vida. E Ela nos acompanha também na escolha definitiva, na escolha vocacional, porque Ela acompanhou seu filho no seu caminho vocacional que foi tão duro, tão doloroso. Ela nos acompanha sempre”, disse o Papa Francisco.
E prosseguiu afirmando que “quando um cristão me diz, não que não ama a Nossa Senhora, que não procura Nossa Senhora ou não reza a Ela, eu me sinto triste. Recordo que uma vez, faz quase 40 anos, eu estava na Bélgica em um congresso, e havia um casal de catequistas, professores universitários, com filhos, uma bela família e falava de Jesus Cristo tão bem. E num certo momento eu disse: e a devoção à Nossa Senhora? Mas nós superamos esta etapa. Nós conhecemos tanto Jesus Cristo que não temos necessidade de Nossa Senhora. E aquilo que me veio à mente e ao coração foi: pobres órfãos! É assim, não? Porque um cristão sem Nossa Senhora é órfão. Também um cristão sem a Igreja é um órfão. Um cristão precisa destas duas mulheres, duas mulheres mães, duas mulheres virgens: a Igreja e Nossa Senhora. E para fazer o teste de uma vocação cristã justa, precisam perguntar-se: como vai minha relação com estas duas mães que eu tenho?, com a Mãe Igreja e com a Mãe Maria? Este não é um pensamento de piedade, não, é teologia pura. Isto é teologia. Como vai minha relação com a Igreja, com minha Mãe Igreja, que é minha Mãe?”
E o papa Francisco também disse que "isto faz bem: não deixá-la nunca e não andaremos sozinhos. Desejo-vos um bom caminho de discernimento. Para cada um de nós o Senhor tem a sua vocação, aquele lugar onde Ele quer que nós vivamos nossa vida. Mas precisamos procurá-lo, encontrá-lo e depois continuarmos, andar em frente."
O Pontífice acrescentou aos jovens sobre o "senso do definitivo". Isto para nós, disse o papa, "é importante, porque estamos vivendo uma cultura do provisório: isto sim, mas por um tempo e para um outro tempo…Te casas? Sim, sim, mas até que dure o amor, depois cada um para sua casa uma outra vez…Um rapaz, me dizia um bispo, um jovem, um profissional jovem lhe disse: eu gostaria de ser padre, mas somente por 10 anos. É assim, é o provisório. Temos medo do definitivo. E para escolher uma vocação, uma vocação qualquer, também aquelas vocações de estado, o matrimônio, a vida consagrada, o sacerdócio, devemos escolher com uma perspectiva do definitivo. Isto se opõe à cultura do provisório. É uma parte da cultura que nós temos de viver neste tempo, mas devemos vivê-la e vencê-la."
E concluiu Francisco dizendo que "também neste aspecto do definitivo, creio que um dos que têm mais garantida sua estada definitiva é o Papa! Porque o Papa…onde terminará o papa? Ali, naquele túmulo, não?" (EF)


De: news.va

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