26 agosto 2015

Tim Smyczek, o tenista do esportivo gesto com Rafa Nadal, um defensor do rosário e da confissão



Seu gesto de cavalheirismo no Open da Austrália foi muito celebrado



Há que se colocar na pela de Tim Smyczek em 21 de janeiro deste ano. Embora seja um respeitado tenista não circuito, nunca ganhou um título da ATP, e todavia te faltam quatro meses para alcançar teu lugar mais alto não ranking, o 68º. Estás na segunda rodade do Open de Austrália e tens pela frenet a uma lenda viva da história do tênis, Rafael Nadal: 14 Grand Slam em suas costas. Hás conseguido aguentar a batalha durante quatro horas nas quatro primeiras mangas e teu rival te acaba de quebrar o serviço na quinta e decisiva: 6-5 a seu favor, 30-0 e saque em seu poder.

Um ato de gentileza desportiva
Quando Rafa serve para o 40-0 que lhe põe a partida em vantagem, um espectador grita e lhe desconcentra, e a bola se vai meio metro atrás da linha. Atrás umas vaias do respeitável ao descerebrado, o espanhol se dispõe a um segundo saque... E é então quando Tim faz ver ao árbitro de que não da por aceito o primeiro serviço, e de que seu oponente pode repeti-lo.

Foi ponto para Nadal, e embora Smyczek remontou três bolas da partida até alcançar o deuce, caiu a seguinte na rede e no quarto match ball o manacorí triunfou no jogo.
Não se pode afirmar-se que Tim perdesse por seu detalhe de esportividade (embora, com um Nadal que havia meses fora de seus melhores momentos, quem sabe?), mas ter essa cordialidade a tal altura da partida e com essa situação no marcador não é nada frequente. Por isso o público o aplaudiu fervorosamente, e Rafa não economizou elogios na entrevista depois do encentro: "Em primeiro lugar quero felicitar a Tim porque é um autêntico cavalheiro e o que fez no o último game... nem todo mundo faria algo assim com 6-5 no quinto set depois de quatro horas de jogo, assim que lhe felicito pelo feito". (Veja o vídeo da jogada e as palavras de Nadal.)

Por sua parte, Smyczek não dá muita importância ao gesto (que teve grande repercussão midiática) e explica que percebeu a relação entre o grito e o erro não forçado de Nadal porque "falar, portanto não lhe havia sucedido em toda a partida". Assim que conceder-lhe um novo primeiro serviço "era o correto, já estivéssemos ao princípio ou ao final da partida ou já fosse ele por diante ou fosse eu". E completa: "Foi algo que meus pais me pediram quando comecei a jogar tênis a sério. Acontecesse o que Acontecesse, queriam que fosse um cavalheiro na quadra".

Esteja onde estiver, não falta à missa

Tim nasceu em Milwakee (Wisconsin, Estados Unidos), tem 27 anos e apesar do deporte empenha seu tempo ao violino e a estudar Direito, pois quer ser advogado quando se retirar do tênis. E é um homem com as ideias muito claras sobre a fé.

Concedeu uma entrevista a Trent Beattie para o National Catholic Register na qual explica que sempre tenta ir à missa todos os domingos, inclusive os muitos que está fora de casa e com as complicações da competição: "Me  inculcaram desde a infância, assim que para mim é algo automático, por assim dizer. Sempre tenho comigo com o passar dos anos, inclusive na vertiginosa e inconstante vida do tênis".

Cristo, mais importante que qualquer outra pessoa
Há quatro anos Tim teve uma noiva, católica mas não praticante, e estavam pensando casar-se: "Ela se havia afastado da fé, e isso havia complicado nossa vida juntos como matrimonio. Talvez tivéssemos conflitos de crenças e de comportamentos, aos quais não seriam um entorno ideal para educar aos filhos. Foi duro, mas deixei claro que se íamos a casar-nos, teria que levar a fé a sério. Ela não acetou isso, foi assim que rompemos".

Foram maus momentos, embora confessa que lhe ajudou a supera-los a história de conversão de Scott Hahn, quem viveu momentos similares: "Embora supusesse perder a um amigo ou a uma possível esposa, recordei que uma vida centrada em Cristo e alimentada pela Igreja devia ser minha máxima prioridade".

O confessionário, Caminho e o rosário

Tim tem palavras muito interessantes sobre o sacramento da Penitência: "É algo extraordinariamente poderoso, porque nos põe de bem com Deus e nos dá a graça para evitar o pecado no futuro. Em meu caso, se não tivesse a confissão, provavelmente iria de mal a pior, porque triunfariam a culpa e a ocasião de pecado. A confissão nos quita a culpa e freia a ocasião de pecado, impulsionando-nos na direção contrária da virtude. É um sacramento realmente de cura, assim faço um esforço por confessar-me em intervalos regulares, inclusive quando não sinto necessidade. Há pessoas que creem que se te confessas com frequência é porque tens montes de pecados graves que confessar. É justamente ao contrário. Normalmente, quanto mais te confessas, menos tens que o que dizer, e quanto menos te confessas, mais tens que o que dizer. Quanto mais te aproximas à fonte da graça, mais graça consegues, e quanto mais te afastas, menos tens".

Tim leva sempre consigo dois livros de São Josemaría Escrivá de Balaguer, Caminho e Força, porque seu pequeno tamanho os faz ótimos para sua vida de viagens constantes: "O que lhes falta em tamanho lhes sobra em sabedoria de São Josemaría, que queria que as pessoas considerassem um tesouro suas crenças religiosas e as compartilhasse e vivesse, em vez de ocultá-las".

E diz que tenta rezar o rosário todos os dias: "É um meio muito eficaz para que os mistérios da vida de Cristo se façam reais para cada pessoa. Vês as coisas através de uma lente encarnada, porque lhe estás pedindo ajuda à Santíssima Mãe. Ela conhece a Encarnação melhor que ninguém, assim está em uma posição única para ajudar aos demais a compreendê-la".

Próxima boda
Não faz muito tempo lhe enviaram a uma emissora de rádio protestante para falar do que significa ser cristão e jogador tênis. "A entrevista foi muito bem, e ao final o condutor do programa me convidou a dirigir a oração para os ouvintes", comenta: "Não estou acostumado a dirigir orações públicas espontaneamente, assim que a primeira que se me ocorreu foi a Ave Maria. Creio que ao apresentador lhe surpreendeu quando a rezei, mas... a Ave Maria é muito bíblica, como vemos no o capítulo 2 de São Lucas. Oxalá essa Ave Maria levara a algum ovinte a considerar ser católico!".

Tim disputará a partir do 31 de agosto o US Open, mas tem outro objetivo em mente: casar-se em novembro. "Encontrei uma boa mulher católica com quem quero passar o resto de minha vida. Sou muito feliz por havê-la encontrado, em particular porque me ajuda a ser melhor católico. E isso é o que mais importa”.



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