15 junho 2016

Em que pensava Maria quando Jesus foi crucificado?


Uma comovente proposta de reconstituição

Enquanto Jesus caminhava rumo à própria crucificação, quais eram os pensamentos que atormentavam Maria?

Esta reflexão é o mote de um novo livro do pe. Ferdinando Rancan, “La Madonna racconta. Confidenze della Vergine Maria ai suoi figli” (“Nossa Senhora relata: confidências da Santíssima Virgem Maria aos seus filhos”, ainda sem tradução ao português). A partir de diferentes fontes, ele reconstrói a vida de Maria e interpreta o seu estado de ânimo.

Nossa Senhora é sempre muito lúcida, apesar da violência que seu Filho sofre, revelando-se uma mulher extremamente forte e misericordiosa.

Já perto da cruz, o rosto de Jesus é uma máscara de sangue. “Meu filho, que mal encontraram em ti os teus executores para te condenarem a um suplício tão cruel e infame? Por que tanta fúria, tanta ferocidade, tanta crueldade? Estes eram os pensamentos e perguntas que eu sentia martelarem o meu coração quando O vi diante de mim”, reconstitui o pe. Ferdinando.


A VERÔNICA
“As únicas palavras que pude lhe dizer foram: ‘Meu filho, meu filho, meu filho’. E não me atrevi a tocar aquelas chagas. Era como se eu quisesse esconder o amor de Deus pelos homens ou profanar a dor do homem feito por Deus. Mas Deus mesmo me livrou dessa dúvida angustiante: com um gesto comovente e primorosamente materno, uma mulher, elegantemente vestida, saiu da multidão, foi até Ele, colocou delicadamente sobre seu rosto um manto cândido, que se embebeu no sangue daquele rosto martirizado”.

Agora, sobre aquele manto, tinha-se reproduzido não o rosto de Jesus, mas “a sua dor, o seu amor, a sua bondade infinita. Ela o teria querido entregar a mim, mas talvez, pensando que aquele retrato prolongaria a minha dor, se conteve, e, voltando para o meio da multidão, entregou-o à Madalena. Aquele grito, ‘Meu filho…’, que consegui pronunciar, teve como resposta, de parte de Jesus, um olhar dulcíssimo que queria dizer: ‘Obrigado, mãe, por estar aqui. Junta ao teu redor os meus discípulos…’”.


AO PÉ DA CRUZ

Terminado o rito cruel da crucificação, “aqueles pregos, aquele sangue, meu Deus, eram golpes de espada no meu coração de mãe”, Maria se aproxima da cruz de Jesus. “Estavam comigo Miriam, Salomé, o apóstolo João e Maria Madalena. Também estava José de Arimateia, o único que pôde assistir de perto à crucificação, na tentativa de aliviar um pouco o sofrimento de Jesus. Foi ele quem, durante os golpes nos pregos que perfuravam as mãos e os pés de Jesus, ouviu-O murmurar: ‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem!’”.

Foram essas palavras de Jesus, diz Maria, que “pararam todo o movimento de indignação e quase de vingança que José de Arimateia mal sufocava em seu coração. E quando veio nos contar de tudo o que havia testemunhado, mostrou certo desapontamento ao ouvir Jesus invocar o perdão”.

Aquelas palavras abriram caminho também pelo coração de Maria e “me impediram de derramar lágrimas, única entre todos os presentes a entender que, com Sua paixão e morte na cruz, Jesus nos conquistou do Pai a remissão dos pecados. Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Podia eu, com as minhas lágrimas, negar a oração de Jesus quando toda a minha vida tinha sido uma única oração com a d’Ele?”.


O PERDÃO DE CORAÇÃO
Depois de ver o Filho morrer na cruz, Nossa Senhora reflete: “O perdão! Meu Filho, como é difícil para nós, criaturas, perdoar verdadeiramente! Jesus nos ensina e nos pediu perdoar de coração aos nossos adversários. Não apenas com a inteligência, procurando as motivações humanas para justificar em certo sentido a obra daqueles que nos fizeram mal; perdoar não só com a vontade, lutando sinceramente para afastar do coração os movimentos de vingança, de ressentimento ou de revolta contra eles”. E nem mesmo perdoar apenas com os sentimentos, “esses movimentos instintivos e até duradouros que surgem dentro de nós para julgar, para criticar os irmãos que nos trataram mal. Perdoar de coração significa amar aqueles que nos fizeram o mal, amá-los orando por eles”.

De: aleteia.org
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