Além das riquezas da liturgia da Igreja,
 fruto de experiências seculares e da ação do Espírito Santo na 
história, por tradições várias temos também alguns meses com temas 
específicos, por isso chamados de “meses temáticos”.
É o caso do mês de agosto que ora 
iniciamos: é o mês vocacional. As vocações contempladas nos domingos e 
semanas deste mês (Sacerdotal, Diaconal, Matrimonial, Religiosa e do 
Cristão Leigo) juntamente com outros temas que foram se agregando 
(Semana do Estudante, Semana Nacional da Família, Dia do Catequista) 
serão celebradas também em outras datas durante o ano assim como em 
várias ocasiões no decorrer do tempo litúrgico.
Este mês no entanto nos impulsiona para 
um tempo de orações especiais para que as vocações de todos os cristãos 
na Igreja sejam dirigidas a Deus, dando uma oportunidade a todos de 
aprofundamento do tema.
Começamos com a Vocação à Vida 
Sacerdotal ou Presbiteral neste primeiro domingo do mês, porque no dia 
04 de agosto celebramos o Dia do Padre ou do Pároco com a festa do seu 
padroeiro, São João Maria Vianney, o Cura d’Ars.
Ele viveu entre 1786 a 1859 na França e 
após dificuldades em seus estudos, ordenado padre, trabalhou em Ars, 
onde foi pároco durante 40 anos. Pela graça de Deus transformou aquela 
vila em uma comunidade orante que atraiu para lá multidões de toda a 
França e Europa da época.
Será muito importante que toda 
comunidade reze pela vocação e perseverança dos padres, esses homens de 
Deus que enfrentam no dia a dia a luta pela evangelização de nosso povo,
 formação das comunidades e transformação de nossa sociedade.
O presbítero, “à imagem do Bom Pastor, é
 chamado a ser homem de misericórdia e compaixão, próximo a seu povo e 
servidor de todos, particularmente dos que sofrem grandes necessidades. A
 caridade pastoral, fonte da espiritualidade sacerdotal, anima e unifica
 a sua vida e ministério” (Aparecida 198).
“A imensa maioria de nossos sacerdotes, 
não obstante as fraquezas e limitações humanas, que todos temos, é 
constituída de sacerdotes dignos, que doam cada dia sua vida ao Reino de
 Deus, que amam Jesus Cristo e o povo que lhes foi confiado, sacerdotes 
que se santificam no exercício diuturno de seu ministério, que 
perseveram até o fim na messe do Senhor”, recorda o Cardeal D. Cláudio 
Hummes, Prefeito para a Congregação para o Clero, em sua mensagem para o
 dia de hoje, ele que está celebrando nesse dia também o seu jubileu de 
ouro sacerdotal aqui em nosso país.
A perplexidade despertada em nosso povo 
fiel nesses dias de tanto relativismo, seja pelos nominalismos de grupos
 separados, como pela mídia que em vez de informar muitas vezes acaba 
confundindo nossas comunidades, requer de nós ainda mais esclarecimentos
 e aprofundamentos para que, diante de um mundo individualista, 
hedonista, consumista, ávido de poder, cheio de corrupção, possa estar 
presente o sinal de um mundo diferente e de tempos novos.
O Servo de Deus, o bom Papa João XXIII 
em sua carta encíclica no centenário da morte do Cura d'Ars dizia: “não é
 para admirar que seja o primeiro alvo visado pelos inimigos da Igreja, 
porque, dizia o Cura d'Ars, quando se quer destruir a religião, 
começa-se por atacar o padre.” (nº 63)
A atenção despertada pela vida do padre e
 mesmo as notícias das fragilidades de alguns é devido a uma vida que 
questiona as bases de nossa sociedade ocidental. Pode ser esta uma das 
razões da Igreja Latina conservar a disciplina de escolher os seus 
presbíteros dentre aqueles que, além da vocação sacerdotal, possuam 
também o dom do celibato. Este dom “lhe possibilita especial 
configuração com o estilo de vida do próprio Cristo e o faz sinal de sua
 caridade pastoral na entrega a Deus e aos homens com o coração pleno e 
indivisível” (Aparecida 196)
Nestes tempos de tanta comunicação, 
mesmo as pessoas que participam nem sempre conseguiram, durante o tempo 
de aprofundamento da fé, descobrir a beleza da caminhada eclesial e a 
importância desses sinais da Igreja na sociedade hodierna. Por isso, 
exorto o nosso povo para que neste dia rezem na intenção da vocação 
sacerdotal, pelos padres, pelas vocações em nossos seminários, pela 
santificação de todos e aprofundem sempre mais o entendimento dessa 
caminhada eclesial.
Lembra ainda o Papa João XXIII (nº 11): 
“convencidos de que a grandeza do sacerdócio está na imitação de Jesus 
Cristo, os padres estarão, pois, mais do que nunca, atentos aos apelos 
do divino Mestre: Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, 
tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24).
Neste tempo de tanta necessidade 
missionária, quando todos são chamados a viver em missão permanente, e 
que aqui em nossa arquidiocese, vivemos o projeto Belém em missão “os 
padres são a grande força propulsora da vida quotidiana das comunidades 
locais”. Que tenham toda a unidade da comunidade e a graça e a luz do 
Espírito Santo para que “andem e anunciem de novo a todos a pessoa de 
Jesus Cristo, morto e ressuscitado, e seu Reino”.
Rezemos pelos nossos presbíteros e seminaristas e, “em especial, pelos que estão sofrendo, pelos enfermos e idosos!"
Dom Orani João Tempesta
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