09 abril 2015

Era ateu, foi ver um filme blasfemo para rir-se da religião… e sentiu que Deus falava




Brett Carter foi batizado com 32 anos nesta recente Vigília de Páscoa na catedral da diocese de Little Rock, nos Estados Unidos. Seu caminho para a fé foi complicado e especialmente assombroso ao desenrolar-se graças a um famoso filme grosseiro e blasfemo de 1999 intitulado “Dogma”… que no entanto a ele lhe aproximou a Deus. O explica em Arkansas Catholic

Uma família que não ia à igreja
Brett nasceu em uma família que não ia à igreja. Seu pai era metodista, sua mãe era de família pentecostal, das Assembléias de Deus. Mas ao casar-se deixaram de ir a qualquer destas congregações.

Sua mãe colaborava como assessora em um acampamento de verão infantil pentecostal. Brett foi em muitos verões a esse acampamento onde havia oração, e em sua infância cria em Deus, ainda que nunca recebeu uma formação religiosa real.

O problema do mal: ateísmo de adolescência
Ao chegar a adolescência, o problema do mal no mundo (a pobreza, a fome, etc…) o levou a pensar que Deus não existia. Declarou-se a si mesmo que era ateu.

Com 17 anos, se sentou para ver “Dogma”, um filme irreverente e bem grosseiro, sobre dos anjos (interpretados por Ben Affleck e Matt Damon) que foram castigados e expulsos para Terra e querem “colar-se” de novo no Céu aproveitando um jubileu católico.

A película ri dos cristãos e do cristianismo. “Me sentei a vê-la com toda minha vanglória ateia, pensando que seria entretida”, recorda Brett.

Mas em certo momento o personagem de Matt Damon explica que ele é contra destruir aos humanos, e explica que Deus os abençoou, que lhes deu livre arbítrio ainda que eles destruiram o Paraíso e ainda que nem sequer respeitem ao Criador.

“Senti como um momento em que Deus me falava através da maior forma de blasfêmia que havia visto em mi vida; isso é o que mudou tudo para mim”, explica Brett.

Decidiu dar uma oportunidade a esse Deus que havia criado ao homem livre e lhe tolerava e perdoava continuamente.

Na Igreja Metodista
Com sua noiva de instituto, Elizabeth, começou a ir a uma igreja metodista e a seu grupo de jovens, e se casaram em 2005.

Curiosamente, Brett estava sem balizar e de fato o pastor metodista não parecia ter nenhuma intenção de batizá-lo. Mas acudiam a igreja e até dirigiam um coro musical de meninas jovens.

“Hoje considero que ir a igreja metodista foi como uma antessala boa para o catolicismo. Não o digo com condescendência, mas em muitos sentidos o metodismo é como um catolicismo amador, a estrutura de um culto metodista segue quase ponto por ponto um católico”, explica, o contrastando com a falta de liturgia e estrutura das orações pentecostais nas Assembleias de Deus.

Lhe gostavam, por exemplo, os sermões que relacionavam a leitura bíblica com a vivência cotidiana.

Primeira pergunta católica: a salvação dos pagãos
Em certa ocasião, acompanhou a sua mulher a visitar a um padre na catedral católica para um trabalho que estava preparando para seus estudos. Elizabeth perguntou ao padre que pensava o catolicismo acerca da gente em lugares remotos que não conheciam a Jesus: iriam essas pessoas ao inferno?

“Não, em absoluto”, respondeu o sacerdote. “Cremos que as pessoas que levam uma vida no bem e tentam servir aos demais têm as mesmas possibilidades de ir ao Céu como alguém que nasceu e se criou na fé católica”, respondeu o padre.

Ainda que não seja uma resposta de Catecismo, Carter gostou porque “mostra muito respeito por outros credos”.

[Uma resposta mais exata seria: "Os que sem culpa sua não conhecem o Evangelho de Cristo e sua Igreja mas buscam a Deus com sincero coração e tentam em sua vida, com a ajuda da Graça, fazer a vontade de Deus, conhecida através do que lhes diz sua consciência podem conseguir a salvação eterna" - Catecismo da Igreja Católica 847- Lumen Gentium 16]

Sua experiência na missa católica
Na véspera de Ano Novo de 2013 se comprometeu a entrar na Igreja Católica. “Fui à missa e me senti como em casa. Vês muita gente de muitas procedências e raças distintas, e todos estamos pela mesma razão. É assombroso: a catedral, os odores, os sons... te faz humilde. Não podes senão sentir que necessitas render-te”, explica.

Começou a participar catequese para adultos e na Vigília Pascal de 2015 se batizou como católico.

Agora se encontra em um matrimonio misto, posto que sua mulher segue sendo metodista. É uma situação não infrequente nos Estados Unidos. Ela e a família dela foram à Vigília Pascal e ao batismo de Brett.

“Ela é muito compressiva e respeitosa, e também sua família”, disse Brett. Ela vai quase sempre à missa católica, ainda que segue participando às vezes aos cultos metodistas com sua mulher. Ela e os filhos têm ido à missa em alguma ocasião.

Outra pessoa encantada com o crescimento de fé de Brett é sua avó. “Ela é uma mulher muito devota, que passa cinco horas ao dia com quatro Bíblias diante, estudando, agora que está jubilada. Está encantada porque me batizei pelas razoes corretas. Em seu aniversário lhe presenteei com uma Bíblia católica; estava muito emocionada, sempre quis estudar esses livros que pensava que estavam proibidos”.

A muitas Bíblias protestantes lhes faltam os livros deuterocanônicos: Tobias, Judit, Baruc, Macabeus (I e II), Sabedoria, Eclesiástico e algumas histórias como a de Susana e os, etc…. Os protestantes consideram -seguindo a autoridade de um concilio fariseu posterior a Cristo, o de Jamnia- que não são livros inspirados por Deus. A Igreja Católica ensina sua inspiração e canonicidade.

Brett valoriza o tempo que tardou em formar-se e aprecia que a Igreja Católica dê tempo às pessoas para ir conhecendo a fé antes de batizar-se ou entrar na comunidade. “Agora eu gostaria de devolver algo à Igreja”, diz. Considera a possibilidade de comprometer-se em um movimento católico como os Caballeros de Colón.





Siga-nos no Facebook. Curta essa página==>>