01 julho 2015

Falece sacerdote italiano recém-ordenado devido à doença terminal



Acometido por uma doença incurável e em fase terminal, sua história comoveu a muitos. O agravamento do quadro clínico não o impediu de realizar o maior desejo de sua vida: tornar-se sacerdote. Natural de Barletta, sul da Itália, e impossibilitado de locomover-se, recebeu a ordenação sacerdotal em 17 de maio em sua casa, na presença de sacerdotes, familiares e conhecidos. Outras pessoas haviam acompanhado a celebração através de um telão instalado na Igreja. A ordenação foi possível em tempo extremamente rápido por desejo do arcebispo local, Dom Giovanni Batista Pichierri, que obteve o beneplácito da Congregação para o Clero. (JE/Agi)
Cidade do Vaticano (RV) - Acometido por uma doença incurável e em fase terminal, sua história comoveu a muitos, para além dos confins da Igreja. O agravamento do quadro clínico de Salvatore Mellone, 38 anos, não o impediu de realizar o maior desejo de sua vida: tornar-se sacerdote. Natural de Barletta – sul da Itália –, ele recebeu a ordenação sacerdota.

A ordenação foi possível em tempo extremamente rápido, por desejo do arcebispo local, Dom Giovanni Batista Pichierri, que obteve o beneplácito da Congregação para o Clero. Dias atrás o Papa Francisco ligou para o seminarista pedindo que o abençoasse em sua missa de ordenação.

Pouco antes de presidir sua primeira missa – celebrada na manhã desta sexta-feira –, entrevistado pela Rádio Vaticano, Pe. Salvatore deixou seu extraordinário testemunho:

Pe. Salvatore Mellone:- “Sempre tive uma grande alegria, mas de modo particular nestes dias esta alegria tem aumentado ainda mais. Tenho forte em mim o sentido de responsabilidade porque o ministério presbiteral nos chama a sermos verdadeiras testemunhas de Cristo. Em todo caso, enquanto houver a alegria, enquanto houver esta misericórdia de Deus, este testemunho me faz me sentir bem. Faltando poucos minutos para minha primeira missa, tenho uma grande serenidade, sinto uma grande paz, que de certo modo me permite abraçar a todos e me permite viver uma condição – digo com muita humildade – de beatitude e de verdadeira alegria.”

RV: Pe. Salvatore, em suas palavras e em seu testemunho o horizonte da vida parece prevalecer completamente sobre o horizonte da morte...

Pe. Salvatore Mellone:- “Sim, no fundo os medos, inclusive as incongruências humanas, permanecem sempre, porque somos pessoas, mas a perspectiva é outra: a perspectiva é a de um amor caritativo que nos abraça. Sem esse amor caritativo que nos abraça, a própria vida terena, inclusive o próprio sofrimento, não teria sentido. Há essa projeção, que não é uma projeção estéril, mas é uma projeção concreta rumo a algo muito maior, muito mais bonito.”

RV: Durante sua ordenação o senhor repetiu as palavras de São Paulo: “Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos... nada poderá nos separar do amor de Deus”. É isso que está vivendo e que transmite também como mensagem talvez a quem está mal?

Pe. Salvatore Mellone:- “Penso isso mesmo, que na medida em que se segue adiante justamente ao enfrentar a doença, dia após dias, ela jamais é igual, nunca é a mesma. Então você se dá conta de que apesar da dificuldade, pode seguir adiante, apesar da dificuldade, há esperança, há a beleza de algo muito maior do que nós. Esse alguém muito maior que nós se chama Deus, se chama Santíssima Trindade.”

RV: Sua primeira bênção após a ordenação foi dirigida ao Papa Francisco: justamente o que o próprio Santo Padre lhe havia pedido no telefonema que lhe fez...

Pe. Salvatore Mellone:- “Sim, com um pouco de tremor e, devo ser sincero, também um certo embaraço como pode imaginar! Porém, com o coração verdadeiramente repleto de alegria porque o Papa Francisco é um modelo e um mestre para todos nós. Não podemos fazer outra coisa a não ser segui-lo, acompanhá-lo e continuar rezando por ele.”

RV: Creio que essa proximidade do Santo Padre, neste momento, lhe dê força e coragem...

Pe. Salvatore Mellone:- "Certamente me dá força e me dá força a proximidade de muitas pessoas que se unem na oração. Essa é a coisa mais bonita: que se reze e se continue rezando a fim de que possam surgir vocações e possam se verificar coisas bonitas também na vida das pessoas.” (RL)

A história de um seminarista de 38 anos de idade, portador de uma doença terminal e com o firme propósito de tornar-se sacerdote, teve seu final – ao menos terreno – no dia em que a Igreja celebra São Pedro e São Paulo. Falecido esta segunda-feira (29/06), o sacerdote italiano Salvatore Mellone comoveu muitas pessoas, incluindo o Papa Francisco, que lhe concedeu por meio da Congregação para o Clero uma permissão especial para ser ordenado sacerdote, sem completar os estudos exigidos para tal, em 17 de maio passado.

O próprio Papa Bergoglio havia telefonado ao seminarista pedindo para que o abençoasse na missa de ordenação, celebrada em sua casa. “A proximidade do Santo Padre – comentou o neo-sacerdote, logo após a ordenação – me dá força e me dá força a proximidade de tantas pessoas que se unem na oração. Esta é a coisa mais bonita: que se reze e se reze e se continue a rezar, para que possam surgir vocações e possam acontecer também coisas bonitas na vida das pessoas”.



De: radiovaticana.va

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