02 julho 2015

A saga de Frei Gino continua pela Amazônia





Numa grande parte da região do Alto Amazonas, onde o Brasil, a Colômbia e o Peru se encontram, não há quase nenhuma estrada. O povo vive nas grandes cidades, como Manaus, ou às margens do Rio Amazonas e de seus afluentes, como os rios Jacuraçá, Acuruí e o Içá. Somente se pode chegar à maior parte dos lugares de barco.

O centro da paróquia de Santo Antônio de Lisboa fica na cidade de Santo Antônio do Içá. Ela tem uma população de 17 mil habitantes e fica situada na confluência dos rios Içá com o Solimões. Nesta cidade, o missionário italiano Frei Gino Alberati é o pároco de cinco comunidades menores com a ajuda de dois outros missionários capuchinhos e dois noviços. Ao mesmo tempo eles cuidam de 34 comunidades ribeirinhas ao longo do rio Içá e mais seis no rio Solimões. Doze destas comunidades são inteiramente indígenas da tribo Tikuna. Todas elas precisam de cuidados pastorais, mas os índios Tikunas também precisam de apoio e ajuda para o desenvolvimento, incluindo cuidados médicos, educação e sustentabilidade.

Durante os 20 primeiros anos de sua missão na região, os padres capuchinhos ainda utilizavam barcos de madeira para chegar aos povoados, mas eles eram instáveis, pesados e frequentemente necessitavam de consertos. Trabalhos grandes de reparos precisavam ser feitos ano sim, ano não. E além disso, com as novas medidas de preservação da floresta amazônica, o preço das madeiras subiu enormemente. Assim, em 2003, uma nova era se iniciou para a missão com um novo barco de alumínio chamado de Itinerante, cuja compra foi possível graças à ajuda dos benfeitores da AIS.

Desde aquela época, Frei Gino conseguiu incorporar uma nova extensão de 4 metros ao barco. Agora ele tem pouco mais de 20 metros de comprimento. O barco passou a navegar e a flutuar melhor na água e ainda ganhou uma considerável diminuição no consumo de combustível. Ainda assim ele precisa de 600 litros de diesel para a jornada de 340 quilômetros de ida e volta pelo rio Içá. Mas quando o nível do rio está baixo ele gasta até 800 litros devido às voltas e desvios que tem de fazer.

Somente quando há uma emergência Frei Gino aumenta a velocidade da embarcação. Uma vez, por exemplo, ele pode salvar a vida de uma criança que foi picada por uma cobra venenosa. Não havia possibilidade de tratá-la no centro de saúde. Ele, então, a levou rapidamente ao hospital de São Paulo de Olivença. Uma outra vez uma moça de 18 anos foi salva de um apendicite graças ao barco da missão.

Depois da reforma o barco tem capacidade para transportar até 40 pessoas. Isto foi muito necessário. É que muitas atividades, como o treinamento de catequistas, de líderes comunitários e também projetos de desenvolvimento, ocorrem em Santo Antônio. Com o barco, ele pode levar todos os participantes e trazê-los de volta. O barco também tem um pequeno "salão", onde se pode celebrar a Santa Missa, casamentos, batizados e ainda fazer reuniões. Algumas vezes, Frei Gino leva com ele funcionários das organizações de ajuda para o desenvolvimento e também membros da “Equipe Itinerante” de Tabatinga. Em outras ocasiões, ele é ajudado por uma irmã missionária da Comunidade Hallel, ou por missionários de outras regiões.

Uma jornada completa pelo rio Içá leva 20 dias. A cada ano ele faz duas dessas viagens e outras 48 mais curtas, que duram um fim de semana. Mas no ano passado ele teve de fazer quatro viagens longas. Frei Gino e seus confrades certamente não levam uma vida fácil. Graças à ajuda de nossos benfeitores, pudemos dar cerca de 42 mil reais para tornar a vida destes missionários menos rigorosa nestas difíceis viagens pelos confins da Amazônia. Com esta soma, eles puderam instalar um sistema eficiente de energia solar no barco Itinerante. Assim, agora eles podem ter eletricidade no barco e um refrigerador, que é muito importante nestas viagens de vários dias. Eles agora também podem usar um telefone por satélite, importante para maior segurança.

Frei Gino envia um muito obrigado de coração a todos os benfeitores e pede a Deus que abençoe à todos os que o puderam ajudar.

De: Ajuda à Igreja que sofre

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