07 outubro 2015

Um testemunho de como a arte sacra não é idolatria e nos leva à conversão






Um japonês se converte porque copiando quadros de Fra Angélico viu a beleza de sua espiritualidade



A revista católica em inglês Regina entrevistou ao jovem professor de arte Osamu Tanimoto, um japonês que se converteu ao catolicismo estudando em Florência.

“Depois de copiar pinturas de Rafael e Fra Angélico me dei conta de que o que fazia belas a essas pinturas não era realmente a técnica senão a espiritualidade por detrás da obra”, explica Tanimoto.

“Conheci ao escultor irlandês Dony McManus, que seria logo meu padrinho, e me introduziu em toda essa história de Jesus Cristo, o homem que era Deus, não como um predicador, e sim como um amigo”, adiciona. Ao batizar-se tomou o nome Cristiano de Giovanni (Juan).


Osamu Tanimoto nasceu em Tokyo em 1982, e cresceu ali. Sua família não tinha especial sensibilidade artística. seu pai, engenheiro elétrico, não via utilidade aos interesses estéticos de seu filho, que primeiro explorou o mundo do teatro e logo buscou profissionalizar-se em a pintura.

Como sempre amou a natureza, estudou a filosofia dos nativos norte-americanos e teve como primeiro grande mestre o pintor a Walderedo, famoso por sus pinturas do bosque amazônico.

O retorno do filho pródigo, para comunicar


“Escolhi logo estudar pintura e restauração em Florência porque sempre me senti atraído pela harmonia das pinturas e esculturas renascentistas. Cheguei em 2008 e recebi meu título de artes no Colégio Marista de Artes e Restauração em 2010”. Esse ano se juntou à nova Academia Russa de Arte de Florência para conhecer a tradição acadêmica russa, graduando-se em 2014 com um trabalho sobre “O retorno do filho pródigo”. Disse que a sua família gostou muito deste trabalho, e isso lhe alegra porque demonstra que pode compartilhar sua espiritualidade.


“Minha família respeita minha opção de converter-me. Eles não são religiosos”, explica.

Agora, desde 2013, é professor na Escola de Arte Sacra, mas explica que o cristianismo era algo totalmente estranho a ele antes de chegar à Itália, porque no Japão é muito desconhecido e é uma sociedade muito secularizada. “Talvez isso tenha me ajudado, porque eu não tinha nada contra a Igreja quando decidi ser batizado”, admite.

Jesus nos desconcerta... mas tem razão
Claro, decidir pelo catolicismo é decidir ir contracorrente. É algo sobre o que reflexionou.
“Muitas das coisas que Jesus dizia eram desconcertantes, controvertidas, e o que a Igreja dizia me parecia ir contracorrente do que a gente culta contemporânea diz. Mas no profundo de meu coração via que tinha razão. Por exemplo, como a Igreja vê a relação entre homem e mulher no contexto do matrimônio. Ou como a fé e a razão se dão mãos e caminham juntas”, explica Tanimoto.

“O que era mais extraordinário e me fazia arder era o mistério de a Ressurreição. Qualquer sofrimento vale a pena se temos fé n’Ele, a dor não deve fazer-nos perder a esperança. Para mim, isso transformava todo”, recorda.

Um estrangeiro rodeado de beleza


O jovem pintor está encantado por viver em Florência e poder ir à missa a infinidade de igrejas, todas elas belíssimas. Faz 5 anos que é católico e seis anos e meio que vive em Florência. Contudo, em certo ponto sabe que segue sendo um estrangeiro. “Mas, me perguntei, onde estava a casa de Jesus? Em Nazaré ou na Casa do Pai? Provavelmente, também ali é minha casa”, assinala.

Sempre entusiasta da natureza, “agora crio obras de arte imitando muito a Deus, e isso me faz amadurecer na fé, porque quando pinto um tema religioso rezo mais”.


Um tema que tem trabalhado muito é “A Ressurreição da Filha de Jairo”. Ele gosta pintá-lo e estuda-lo porque “é a história de uma conversão, como a minha”.

Também gosta pensar nos rostos assombrados dos Apóstolos. “Sua reação deve ser extremadamente humana, simples e espontânea. A alegria dos pais da menina deve te sido máxima. Vale a pena visualizar esses aspectos emocionais que rodeavam a Jesus para ver o acontecimento, espero que isso fale aos que hoje, como o apóstolo Tomé, necessitam ver para crer”.

Em 7 de novembro de 2015 abriu-se uma exposição de suas pinturas religiosas no claustro da Santíssima Annunziata de Florência, com suas obras sobre a filha de Jairo, o Retorno do Filho Pródigo (ao lado) e o domingo de Ramos. Coincidiu com o Papa Francisco, que nesse mesmo templo se encontrou com enfermos de Florência em 20 de novembro.

O blog de Osamu com exemplos de suas obras e a possibilidade de contatar com ele é: http://osamudafirenze.blogspot.com.es



Siga-nos no Facebook. Curta essa página==>>