12 janeiro 2016

"Ser santos não é ser superiores aos outros. Ser santos é ser amigos de Deus"




Ser santo é procurar ser fiel aos pequenos deveres de todos os dias e levar com amor a cruz diária.


Dom Antonio Carlos Rossi Keller

“Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, nos Céus, nos encheu de toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. Foi assim que, nele, nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos, na caridade, santos e irrepreensíveis diante d’Ele”, nos diz a 2ª Leitura da Missa de hoje (Efésios 1,3-14). 
Acreditar em Jesus Cristo consiste não só em aceitar os seus ensinamentos, mas em aderir à sua própria pessoa, compartilhando a sua vida e o seu destino, participando na sua obediência livre e amorosa à vontade do Pai. Pela graça do Espírito Santo, unimo-nos a Jesus e tornamo-nos conformes a Ele, procurando segui-lo, “para termos n’Ele a vida eterna”.
Como discípulos de Cristo, devemos assumir a sua atitude de obediência filial ao Pai e aos seus desígnios de salvação, que o levaram à Cruz e à Ressurreição.
Cristo é a salvação e a esperança para cada homem. Nós estamos chamados a anunciá-lo com a nossa existência diária; devemos ser “sal” e “luz” para os homens e as mulheres de hoje; com a nossa vida exemplar devemos refletir a luz de Cristo e ser “fermento” de esperança para a humanidade; devemos ser luz e conforto para cada pessoa que encontremos no nosso caminho.
Mas é impossível amar como Cristo amou, se Ele mesmo não ama em nós; é impossível seguir Cristo Jesus, se Ele mesmo não vier viver dentro de nós: “Foi n’Ele que abraçamos a fé e assim recebemos a marca do Espírito Santo prometido”. (Efésios 1,13).
Repassando a história dos Santos e sabendo que os Processos de Canonização procuram investigar a heroicidade das virtudes, podemos ser levados a pensar que a santidade não é para nós, que é apenas para uns tantos privilegiados e não para nós que somos pecadores. E não é verdade. As virtudes heroicas propriamente não significam que os santos tiveram grandes atitudes heroicas e feitos extraordinários, mas que Deus fez neles maravilhas, por se terem colocado diante do Senhor totalmente disponíveis e abertos à ação do Espírito Santo, que é quem nos santifica, e não as nossas pobres virtudes.
Ser santos não é ser superiores aos outros. Ser santos é ser amigos de Deus, deixando atuar Deus em nós, falar com Deus como se fala a um Amigo, a um Pai. Nisto consiste a oração.
A santidade está na luta, em saber que há defeitos e tratar de corrigi-los. O santo não é aquele que nunca cai, mas aquele que se levanta sempre com humildade e com santa teimosia, quando cai. Para isso conta com o Sacramento da Reconciliação e da Misericórdia de Deus.
Ser santo é procurar ser fiel aos pequenos deveres de todos os dias e levar com amor a cruz diária. Neste sentido está o convite evangélico à penitência e ao arrependimento: “Os Apóstolos partiram e pregaram que era preciso cada um arrepender-se”, como nos ensina o Evangelho de hoje (Marcos 6,7-13).

De: encontrocomobispo.org


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