22 março 2016

Catecismo: Deus reinou do alto do madeiro – A Semana Santa e a Páscoa cristã




I - O EVENTO HISTÓRICO E TRANSCENDENTE 
639  O  mistério  da  Ressurreição  de  Cristo  é  um  acontecimento  real  que  teve manifestações historicamente constatadas, como atesta o Novo Testamento. Já  São Paulo escrevia aos Coríntios pelo ano de 56: "Eu vos transmiti... o que eu mesmo recebi: Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras.
Foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas, e depois aos Doze" (1Cor 15,3-4). O apóstolo fala aqui da viva tradição da Ressurreição, que ficou conhecendo após sua conversão às portas de Damasco.

O TÚMULO VAZIO
640 "Por que procurais entre os mortos Aquele que vive? Ele não esta aqui; ressuscitou" (Lc 24,5-6).
No quadro dos acontecimentos da Páscoa, c primeiro elemento com que se depara é o sepulcro vazio. Ele não constitui em si uma prova direta. A ausência do corpo de Cristo no túmulo poderia explicar-se de outra forma. Apesar disso, o sepulcro vazio constitui para todos um sinal essencial. Sua descoberta pelos discípulos foi  o  primeiro  passo  para  o reconhecimento  do  próprio  fato  da  Ressurreição.  Este  é  o  caso  das  santas mulheres, em primeiro lugar, em seguida de Pedro. "O discípulo que Jesus amava" (Jo 20,2) afirma que, ao entrar no túmulo vazio e ao descobrir "os panos de linho no chão" (Jo 20,6), "viu e creu". Isto supõe que ele tenha constatado, pelo estado do sepulcro vazio, que a ausência do corpo de Jesus não poderia ser obra humana e que Jesus não havia simplesmente retomado a Vida terrestre, como tinha sido o caso de Lázaro.
(Parágrafo Relacionado 999)


1169    Por  isso,  a  páscoa  não  é  simplesmente  uma  festa  entre  outras:  é  a  “festa  das festas”,  “solenidade das solenidades”, como a Eucaristia é o sacramento dos sacramentos (o grande sacramento).
Santo Atanásio a denomina “o grande domingo como a semana santa é chamada no Oriente “a grande semana”. O mistério da ressurreição, no qual Cristo esmagou a morte, penetra nosso velho tempo com sua poderosa energia até que tudo lhe seja submetido.
1170  No  Concílio de  Nicéia  (em  325),  todas  as  Igrejas  chegaram  a  um  acordo  acerca  de  que  a páscoa  cristã fosse  celebrada  no  domingo  que  segue  a  lua  cheia  (14  Nisan)  depois  do  equinócio  de primavera.  Por  causa  dos  diversos  métodos  utilizados  para  calcular  o  dia  14  de  mês  de Nisan,  o  dia  da Páscoa  nem  sempre  ocorre  simultaneamente  nas  Igrejas  ocidentais  e orientais.  Por  isso  busca-se  um acordo, a fim de se chegar novamente a celebrar em uma ata comum o dia da Ressurreição do Senhor.
1171 O ano litúrgico é o desdobramento dos diversos aspectos do único mistério pascal. Isto vale muito particularmente para o ciclo das festas em tomo do mistério da encarnação (Anunciação, Natal, Epifania)  que  comemoram  o  começo  de  nossa  salvação  e  nos comunicam  as  primícias  do  Mistério  da Páscoa.

RESUMINDO
656  A fé na Ressurreição tem por objeto um acontecimento ao mesmo tempo historicamente atestado pelos discípulos que encontraram verdadeiramente o Ressuscitado e misteriosamente transcendente, enquanto entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus.
657  O sepulcro vazio e os panos de linho no chão significam por si mesmos que o corpo de Cristo escapou  às  correntes  da  morte  e  da  corrupção  pelo  poder  de  Deus.  Eles preparam os  discípulos  para  o reencontro com o Ressuscitado.
658  Cristo, "primogênito dentre os mortos" (Cl 1,18), é o princípio de nossa própria ressurreição, desde já  pela justificação de nossa alma, mais tarde pela vivificação de nosso corpo".



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