11 maio 2017

Os médicos a fizeram fizeram crer que era trans mas entrou em depressão e tentou suicidar-se: hoje voltou a ser garota




Zahra explica como se fez trans e seu processo de volta a seu sexo original, o feminino.



Família desestruturada, adolescência complicada, propaganda transexual na internet, mal diagnóstico médico e todo tipo de facilidades para mudar de sexo sem uma análise exaustiva. Este é o coquetel que viveu Zahra Cooper, uma jovem de 21 anos que se fez transexual e que agora quer voltar a ser garota, embora as consequências de todo o que fez são muito palpáveis e dificilmente reversíveis.

O caso desta neozelandesa não é único e o ocorrido com Cooper mostra a existência de numerosas circunstâncias que não se tem em conta e que marcam a vida destes jovens para sempre. A ideologia pesa em muitos casos mais que a própria saúde destas pessoas.

Seu caso foi publicado em uma extensa reportagem em TheNew Zealand Herald e mostra o sofrimento que passou, com duas tentativas de suicídio incluído, por um caminho que nunca teria que haver percorrido.

De família desestruturada e tímida
As sequelas, todavia, são muito visíveis em Zahra, que se mostra triste porque todavia seguem confundindo-a com um garoto. A quantidade de hormônios que tomou mantêm alguns efeitos muito visíveis como a gravidade de sua voz.

Nasceu menina e desde pequena era muito tímida, uma característica que aumentou mais nela quando seus pais se separaram e mudou de cidade. Na adolescência não encontrava sua turma e preferia ficar em casa ante sua dificuldade para fazer amigos. Então começaram suas dúvidas: “sempre lutei com minha identidade de gênero, sempre me perguntava se eu era um menino ou uma menina”.

Os vídeos de Youtube pelos quais decidiu ser trans
Aos 14 anos com seu corpo desenvolvendo-se a toda velocidade viveu seu momento mais complicado, que vinha marcado mais se cabe por seus problemas de sociabilização. Assim foi como começou a odiar seu corpo.
Em um princípio, Zahra pensou que era lésbica mas depois se pôs a navegar na internet e a ver vídeos de Youtube de transexuais. E depois de visualizar todo este conteúdo ela acreditou que estava presa em um corpo errado.

O médico autorizou que tomasse hormônios
Durante os anos seguintes manteve esta luta até que pediu à sua família que deixassem de chama-la Zahra para passar a ser Zane. Ela era agora “ele” e começou a vestir-se como um garoto. O seguinte passo passava por modificar seu aspecto físico e ali entravam os hormônios.

Acudiu ao médico local, de cuja consulta saiu irritada posto que este doutor lhe recordou que era mulher e que havia nascido como tal. Finalmente pode conseguir uma consulta com o endocrinologista mas ao mesmo tempo acudiu a um psiquiatra que lhe disse que tinha disforia de gênero e que necessitava de um tratamento hormonal. E depois de escutar ao psiquiatra, este especialista os receitou sem nenhum tipo de problemas.

Deprimida e com tendências suicidas
Assim começou a tomar testosterona por via oral e mais tarde mediante injeções. As mudanças físicas se davam em seu exterior mas a felicidade prometida não chegava. E mais, tinha mudança de humor, muita irritabilidade e depressão. “Tinha uma voz mais grave, pelos faciais e muitas outras mudanças mas eu não estava contente com elas. Não me sentia eu”, conta na reportagem.

As coisas iam de mal a pior. A insatisfação ia crescendo até que oito meses depois tocou fundo e tentou suicidar-se. A tentativa até em duas ocasiões. Seu avô a encontrou em coma depois de uma overdose e graças a isso pode salvar-lhe a vida.

A visita a outro psiquiatra
Viktor Rakich, o avô com o qual vivia desde os 14 anos depois do divórcio de seus pais, conta que “quando ela passou essas comprimidos, eu a vi ir afundando, mas ninguém me deu crédito”. Depois das tentativas de suicídio a obrigou a ir a outro psiquiatra distinto ao que lhe diagnosticou disforia de gênero
Aqui se encontrou a chave e a nova mudança de vida de Zahra. Depois de um exaustivo exame ela foi diagnosticada não com disforia senão de um principio de síndrome de Asperger, uma variante do autismo.

Agora começava a entender toda sua história
Então pôde entender sua grande timidez em sua infância e adolescência. Em certos casos os Asperger têm problema com sua identidade de gênero devido a seu pensamento de branco ou negro e no que buscam as razões pelas quais não se encaixam em um determinado lugar. Por isso, muitas destas pessoas acabam sendo empurradas à transexualidade ao ser diagnosticadas com disforia embora realmente não seja esse seu problema. Precisamente, o que ocorreu a esta jovem.

Tampouco ninguém lhe havia dito que a grande maioria de adolescentes que dizem não sentirem-se felizes com seu sexo acabam o aceitando uma vez passada a puberdade.

A frustração  depois de haver sido diagnosticada erroneamente 
Tudo isto viu posteriormente na internet depois de sua visita ao novo psiquiatra. Também visualizou de novo vídeos no Youtube de pessoas trans que haviam deixado de sê-lo para voltar a seu sexo natural. E decidiu que tinha que seguir o caminho de volta. Embora as sequelas durassem por muito tempo. Ademais, tinha o problema adicional de haver começado a sair com outro jovem transexual. Mas sua decisão de voltar a ser garota era firme.

O mais frustrante para ela é pensar que de haver detectado antes a síndrome de Asperger não haveria passado por todo este processo que tanto sofrimento lhe fez passar e houvesse recebido ajuda especializada desde o colégio. E como consequência, “me fizesse entendido mais a mim mesma”.

Agora ela é feliz e sorri, algo que não azia quando tomava testosterona. Mas a partir de agora terá que viver com algumas das consequências que tem o haver tomado este hormônio em grandes quantidades. Sua voz grave é um exemplo e sua potencial esterilidade é outra. Mas já não existem nela tendências suicidas porque aceita seu sexo. É ela.



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