18 fevereiro 2012

Tu és Pedro - O ter e o aparecer dominam o mundo e escravizam-no

O não conformar-se com "o mundo" é verdadeiro amor do mundo: Bento XVI, aos seminaristas de Roma
(16/2/2012) O cristão está chamado ao não conformismo, mantendo-se livre. Não se conformar com o poder das finanças e dos meios de comunicação, que, embora necessários, correm o risco de oprimir o homem. Observações do Papa aos seminaristas de Roma, nesta quarta-feira, à tarde, na costumada visita ao Seminário Maior romano, por ocasião da festa da padroeira, Nossa Senhora da Confiança.

Acolhido por 190 seminaristas dos diversos Seminários de Roma, Bento XVI deteve-se inicialmente em oração silenciosa diante do Santíssimo Sacramento, na capela do Seminário, onde decorreu o encontro.
Como vem sendo tradição, o Santo Padre comentou, em palavras improvisadas, em jeito de Lectio divina, uma passagem bíblica, desta vez da Carta de São Paulo aos Romanos, que convida os cristãos a oferecerem o próprio corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, não se conformando com este mundo, deixando-se transformar para discernir a vontade de Deus, o que é bom e perfeito.

Não se conformar – advertiu o Papa – não quer dizer fugir do mundo. É, isso sim, uma via para se ser verdadeiramente livre. O poder da finança e o poder dos mídia – observou Bento XVI – ambos necessários e úteis, por vezes correm o risco de dominar o homem.

“Vemos como o mundo das finanças pode dominar o homem: o ter e o aparecer dominam o mundo e escravizam-no. O mundo das finanças já não representa um instrumento para favorecer a vida do homem, mas torna-se um poder que o oprime, que deve ser como que adorado, como uma falsa divindade. Contra este conformismo, sejamos anti-conformistas! O que conta é o ser, não o ter!”

O mesmo se diga do poder da opinião pública – prosseguiu o Papa. Precisamos de notícias, de conhecer a realidade do mundo, mas os meios de comunicação podem-se tornar um poder em que o que conta é o que se diz e já não a realidade tal e qual. O mundo virtual corre o risco de ser tornar mais importante do que o real. Também aqui há lugar para o não conformismo cristão. Não queremos ser sempre modelados, louvados. Não queremos a aparência, mas sim a verdade, porque é esta que nos torna livres, a verdadeira liberdade cristã.

“O não conformismo do cristão redime-nos, restitui-nos à liberdade. Rezemos ao Senhor para que nos ajude a sermos homens livres, neste não conformismo que não é contra o mundo, mas sim o verdadeiro amor do mundo”.
 
Fonte: Radiovaticana.org 


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