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03 maio 2017
Vaticano aprova celebração de uma Missa especial em latim pela festa de Fátima
VATICANO, 12 Abr. 17 / 02:00 pm (ACI).- O Escritório do Vaticano que regula o uso da forma extraordinária do Rito Romano autorizou a celebração de uma Missa especial para a festa de Nossa Senhora de Fátima, por ocasião da comemoração do centenário desta aparição.
Através de um decreto do dia 5 de abril, a Comissão Pontifícia Ecclesia Dei permitiu aos sacerdotes que celebram na forma extraordinária (em latim e ad orientem) celebrar uma Missa Votiva do Imaculado Coração da Santíssima Virgem Maria em 13 de maio de 2017, data na qual se comemora os 100 anos das aparições da Mãe de Deus em Fátima, Portugal.
A razão desta decisão é porque “muitos fiéis cristãos aderidos à forma extraordinária do Rito Romano têm uma devoção especial e fervorosa a Nossa Senhora de Fátima” e por um desejo “de incentivar a veneração” a esta devoção, segundo indica a tradução do decreto de Gregory DiPippo, editor do New Liturgical Movement (Novo Movimento Litúrgico).
A aprovação é significativa porque na forma extraordinária, o dia 13 de maio é a festa de terceira classe de São Roberto Belarmino, o que significa que, geralmente, não se celebra a festa de Nossa Senhora de Fátima.
Caso seja celebrada uma Missa Votiva do Imaculado Coração no dia 13 de maio na forma extraordinária, esta pode incluir uma comemoração de São Roberto Belarmino, segundo as rubricas do Missal Romano de 1962.
Nossa Senhora de Fátima é uma das aparições marianas mais conhecidas. Em 13 de maio de 1917, os irmãos Francisco e Jacinta Marto, de 9 e 7 anos, e sua prima Lúcia dos Santos, de 10 anos, estavam pastoreando as suas ovelhas quando viram a figura de uma mulher vestida de branco e segurando um rosário.
Depois da primeira aparição, a Virgem Maria apareceu às crianças no dia 13 de cada mês, de maio a outubro. A mensagem das aparições de Fátima pode ser resumida principalmente em um apelo ao arrependimento e à oração.
Francisco e Jacinta morreram em 1919 e 1920, respectivamente, e foram beatificados em 2000.
Lúcia se tornou religiosa carmelita e morreu em 2005. A sua causa de beatificação está aberta.
Em 1930, a Igreja proclamou o caráter sobrenatural das aparições e foi construído um santuário em Fátima, que foi visitado pelo Beato Paulo VI em 1967, e anos depois por São João Paulo II e Bento XVI.
São João Paulo II tinha uma devoção especial a Nossa Senhora de Fátima. Depois da tentativa de assassinato que sofreu em 1981, atribuiu a sua sobrevivência à intercessão de Nossa Senhora de Fátima, e como um sinal de sua gratidão, colocou a bala na coroa da imagem.
No próximo mês, o Papa Francisco peregrinará ao Santuário de Fátima para o centenário desta aparição.
Em 12 de maio, o Papa Francisco visitará a Capela das Aparições e abençoará as velas. No dia seguinte celebrará a Santa Missa na praça em frente ao Santuário e saudará os doentes. Também está programada uma reunião com os Bispos de Portugal, além do Presidente e do Primeiro-Ministro.
De: acidigital.com
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24 março 2017
Fundo musical na hora da consagração. A Missa não é um show, é Sacrifício!
“A liturgia não é um show, um espetáculo que necessite de diretores geniais e de atores de talento. A liturgia não vive de surpresas simpáticas, de invenções cativantes, mas de repetições solenes.
Não deve exprimir a atualidade e o seu efêmero, mas o mistério do Sagrado. Muitos pensaram e disseram que a liturgia deve ser feita por toda comunidade para ser realmente sua. É um modo de ver que levou a avaliar o seu sucesso em termos de eficácia espetacular, de entretenimento. Desse modo, porém , terminou por dispersar o propium litúrgico que não deriva daquilo que nós fazemos, mas, do fato que acontece. Algo que nós todos juntos não podemos, de modo algum, fazer.
Na liturgia age uma força, um poder que nem mesmo a Igreja inteira pode atribuir-se : o que nela se manifesta e o absolutamente Outro que, através da comunidade chega até nós. Isto é, surgiu a impressão de que só haveria uma participação ativa onde houvesse uma atividade externa verificável : discursos, palavras, cantos, homilias, leituras, apertos de mão… Mas ficou no esquecimento que o Concílio inclui na actuosa participatio também o silêncio, que permite uma participação realmente profunda, pessoal, possibilitando a escuta interior da Palavra do Senhor. Ora desse silêncio, em certos ritos, não sobrou nenhum vestígio”.
Papa Emérito Bento XVI
INSTRUÇÃO GERAL DO MISSAL ROMANO
30. Entre as partes da Missa que pertencem ao sacerdote, está em primeiro lugar a Oração eucarística, ponto culminante de toda a celebração. Vêm a seguir as orações: a oração coleta, a oração sobre as oferendas e a oração depois da comunhão. O sacerdote, que preside à assembleia fazendo as vezes de Cristo, dirige estas orações a Deus em nome de todo o povo santo e de todos os presentes. Por isso se chamam “orações presidenciais”.
32. O carácter “presidencial” destas intervenções exige que elas sejam proferidas em voz alta e clara e escutadas por todos com atenção. Por isso, enquanto o sacerdote as profere, não se hão de ouvir nenhumas outras orações ou cânticos, nem o toque do órgão ou de outros instrumentos musicais.
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14 fevereiro 2017
A liturgia não é um show, um teatro ou uma festa que fazemos para o povo - Dom Henrique Soares da Costa
A liturgia não é algo fabricado por nós, com joguinhos, trejeitos e coreografias: “o jogo já está feito”, com seu núcleo vindo da liturgia judaica, cristificado e transfigurado pelo Cristo na Sua Páscoa e recebido pela Igreja, desenvolvido orgânica e serenamente no correr dos séculos, de modo orante e receptivo ao impulso do Espírito que ora no coração da Comunidade eclesial.
Sursum corda! Versus Deum!
“Em cada forma de empenho pela liturgia o critério determinante deve ser sempre o olhar dirigido para Deus. Nós estamos diante de Deus: Ele nos fala e nós falamos com Ele.
Quando nas reflexões sobre a liturgia nos perguntamos como torná-la atraente, interessante e bela, o jogo já está feito! Ou ela é opus Dei ( = obra de Deus ), tendo Deus como sujeito específico, ou não é.
Neste contexto, peço-vos: realizai a sagrada liturgia tendo o olhar em Deus na comunhão dos santos” (Bento XVI).
Profundas, as afirmações do Papa! Toda liturgia deve ser versus Deum, isto é, voltada para Deus. É ação da Igreja para o louvor, adoração e glorificação de Deus e, consequentemente, para a santificação da humanidade.
A liturgia não é um show, um teatro ou uma festa que fazemos para o povo; a ação do Povo santo de Deus no seu serviço ao Senhor; é espaço de Deus antes de ser espaço do homem; é manifestação de Deus, do Deus vivo e santo!
A liturgia não é algo fabricado por nós, com joguinhos, trejeitos e coreografias: “o jogo já está feito”, com seu núcleo vindo da liturgia judaica, cristificado e transfigurado pelo Cristo na Sua Páscoa e recebido pela Igreja, desenvolvido orgânica e serenamente no correr dos séculos, de modo orante e receptivo ao impulso do Espírito que ora no coração da Comunidade eclesial.
Rito não se inventa do nada ou da nossa criatividade de momento! Não existe rito de encomenda; de encomenda existem as coreografias, que atrapalham, empanam, vulgarizam e esvaziam a nobreza cheia de graça salvífica que o rito traz em seu seio.
O que torna a liturgia atraente não são nossas invenções, mas unicamente a presença misteriosa e salvífica do Deus santo, Mistério eterno e vivificante: Ele nos cura, nos recentra, nos consola, nos corrige, nos adverte, nos salva. Ele, o Senhor, presente e soberanamente atuante nos gestos e palavras da liturgia, não o celebrante, como se fosse um animador de auditório!
Síntese feliz o apelo final de Bento XVI: realizar a liturgia tendo o olhar em Deus, voltados para Deus (“Corações ao Alto!”), no seio da Igreja, comunhão dos santos, dos santificados para ser Assembleia santa, Povo sacerdotal!
Dom Henrique Soares da Costa
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18 outubro 2016
“Deus é silêncio. O demônio é barulho”
Cardeal denuncia: "O barulho se tornou uma droga da qual os nossos contemporâneos são dependentes" - e isto vale para a liturgia também
“Corremos o risco de reduzir o sagrado mistério a bons sentimentos”, alertou o cardeal Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
Em entrevista ao jornal francês “La Nef”, por ocasião da publicação do seu livro “A força do silêncio: contra a ditadura do barulho”, ele destacou que “o silêncio não é uma ideia; é o caminho que permite aos seres humanos chegarem a Deus. O silêncio sagrado é uma lei fundamental em toda a celebração litúrgica. O Concílio Vaticano II enfatiza que o silêncio é um meio privilegiado para se promover a participação do povo de Deus na liturgia”.
No entanto, ele também observou que, “a pretexto de facilitar o acesso a Deus, alguns gostariam que tudo na liturgia fosse imediatamente inteligível, racional, horizontal e humano. Mas, desse modo, corremos o risco de reduzir o mistério sagrado a bons sentimentos”.
E faz um questionamento pungente: “Com o pretexto da pedagogia, alguns sacerdotes permitem inúmeros comentários que são insípidos e mundanos. Esses pastores temem que o silêncio em presença do Altíssimo desconcerte os fiéis? Acreditam que o Espírito Santo é incapaz de abrir os corações aos divinos mistérios, derramando sobre eles a luz da graça espiritual?”.
“Deus é silêncio e o demônio é barulho. Desde o princípio, Satanás procurou esconder as suas mentiras sob uma agitação falaciosa, ressonante”, afirmou o cardeal africano, prosseguindo: “O barulho se tornou como uma droga da qual os nossos contemporâneos são dependentes. Com sua festiva aparência, o barulho é um redemoinho que impede cada pessoa de encarar a si mesma e enfrentar o vazio interior. É uma mentira diabólica”.
Recuperar o sentido do silêncio, para o cardeal Robert Sarah, é uma “necessidade urgente. A verdadeira revolução vem do silêncio. Ela nos dirige a Deus e aos outros e, com ela, podemos colocar-nos humildemente a seu serviço (…) O silêncio é o pano com que as nossas liturgias devem ser tecidas. Nada nelas deveria interromper a atmosfera silenciosa, que é o seu clima natural”.
O silêncio “expõe o problema da essência da liturgia. Quando nos aproximamos da liturgia com o coração ruidoso, ela tem aparência humana, superficial. O silêncio litúrgico é uma disposição radical e essencial; é uma conversão do coração (…) Como podemos entrar nesta disposição interior a não ser dirigindo o nosso olhar, todos juntos, sacerdote e fiéis, para o Senhor que vem, para o oriente simbolizado pela abside, onde o trono é a Cruz? (…) Se não for fisicamente possível celebrar ad orientem, é absolutamente necessário pôr uma cruz no altar à plena vista, como um ponto de referência para todos. Cristo na cruz é o oriente cristão”.
Falando da sua recente afirmação sobre a “reforma da reforma”, o cardeal Sarah explicou que “a liturgia sempre deve ser reformada a fim de ser mais fiel à sua essência mística. O que é chamado de ‘reforma da reforma’, e que nós talvez devamos chamar de ‘mútuo enriquecimento dos ritos’, para adotar uma expressão do magistério de Bento XVI, é uma necessidade espiritual”.
O cardeal também lançou um apelo a não “desperdiçarmos o tempo contrastando uma liturgia com a outra, o rito de São Pio V com o do beato Paulo VI”, porque isso “é prejudicar a nossa relação com Deus e a expressão da nossa fé cristã. O diabo quer que estejamos uns contra os outros. É tempo de acabar com esta desconfiança, desprezo e suspeita. É tempo de redescobrir um coração católico. É tempo de redescobrir juntos a beleza da liturgia”.
De: Aci Digital
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06 outubro 2016
Cardeal Sarah adverte risco de reduzir a Missa “a bons sentimentos”
ROMA, 05 Out. 16 / 01:00 pm (ACI).- “Corremos o risco de reduzir o sagrado mistério a bons sentimentos”, advertiu o Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Robert Sarah, em uma entrevista na qual recordou a importância do “silêncio” dentro da liturgia como caminho para chegar a Deus, destacado pelo Concílio Vaticano II.
“O silêncio não é uma ideia; é o caminho que permite os seres humanos chegar a Deus”, afirmou o Purpurado em declarações ao jornal francês “La Nef” por ocasião da publicação do seu livro “A força do silêncio: Contra a ditadura do ruído”.
O Cardeal africano não hesitou “em declarar que o silêncio sagrado é uma lei fundamental em toda a celebração litúrgica” que permite aos fiéis ingressar no mistério celebrado. “O Concílio Vaticano II enfatiza que o silêncio é um meio privilegiado para promover a participação do povo de Deus na liturgia”, afirmou durante a entrevista divulgada em inglês pelo “The Catholic World Report”.
Entretanto, advertiu que “sob o pretexto de tornar mais fácil o acesso a Deus, alguns quiseram que tudo na liturgia seja imediatamente inteligível, racional, horizontal e humano. Mas, atuando desse modo, corremos o risco de reduzir o mistério sagrado a bons sentimentos”.
“Sob o pretexto da pedagogia, alguns sacerdotes permitem inúmeros comentários que são insípidos e mundanos. Esses pastores temem que o silêncio na presença do Altíssimo possa desconcertar os fiéis? Acreditam que o Espírito Santo é incapaz de abrir os corações aos divinos Mistérios derramando sobre eles a luz da graça espiritual?”, questionou.
“Deus é silêncio e o demônio é barulhento. Desde o princípio, Satanás procurou esconder as suas mentiras sob uma agitação falaciosa, ressonante”, assinalou a autoridade vaticana.
Nesse sentido, advertiu que nesta época “o ruído chegou a ser como uma droga da qual nossos contemporâneos são dependentes. Com sua festiva aparência, o ruído é um redemoinho que evita que cada pessoa se olhe cara a cara e enfrente o vazio interior. É uma mentira diabólica. O despertar pode ser somente brutal”.
Diante disso, o Cardeal Sarah afirmou que recuperar o sentido do silêncio é uma prioridade e uma “necessidade urgente. A verdadeira revolução vem do silêncio, esta nos dirige a Deus e aos outros e assim podemos nos colocar humildemente a seu serviço”.
Além disso, “assinalou que o silêncio é o tecido do qual nossas liturgias devem ser cortadas. Nada nelas deveria interromper a atmosfera silenciosa, que é o seu clima natural”. “Não há uma espécie de paradoxo que indica a necessidade de silêncio na liturgia, enquanto admite que nas liturgias orientais não têm momentos de silêncio, enquanto elas são particularmente belas, sagradas e orantes?”.
O silêncio, indicou, “expõe o problema da essência da liturgia. Agora a liturgia é mística. Enquanto nos aproximamos da liturgia com um coração ruidoso, esta terá uma aparência humana, superficial. O silêncio litúrgico é uma disposição radical e essencial; é uma conversão do coração”.
Nesse sentido, o Cardeal Sarah perguntou: “Como podemos entrar nesta disposição interior a não ser dirigindo o nosso olhar, todos juntos, sacerdote e os fiéis, para o Senhor que vem, para o leste simbolizado pela abside, onde o trono é a cruz?”.
A autoridade vaticana assegurou que “a orientação ao exterior nos leva à orientação interior que esta simboliza. Desde os tempos apostólicos, os cristãos foram familiarizados com esta maneira de rezar. Não é uma questão de celebrar de costas para o povo ou olhando para eles, mas para o Oriente, ad Dominum, para o Senhor”.
Para o Cardeal africano, esta forma “promove o silêncio”. Olhando para o Senhor, “o celebrante está menos tentado a ser um professor que faz uma leitura durante toda a Missa, reduzindo o altar a um pódio centrado já não na cruz, mas no microfone!”.
O sacerdote, assinalou, “deve recordar que é somente um instrumento nas mãos de Deus” e que “nossas palavras humanas são ridículas comparadas com a única Palavra Eterna”.
O Purpurado esclareceu que esta forma, “legítima e desejável, não deve ser imposta como uma revolução”. Do mesmo modo, embora em muitos lugares a catequese “tenha permitido aos fiéis aceitar e apreciar a orientação”, isto não deve chegar a ser “ocasião de um choque ideológico entre facções”, pois “estamos falando da nossa relação com Deus”.
“Como tive a oportunidade de dizer recentemente, durante uma entrevista privada com o Santo Padre, aqui só estou fazendo as sugestões sinceras de um pastor preocupado pelo bem dos fiéis. Não tenho a intenção de colocar uma prática contra a outra. Se não for fisicamente possível celebrar ad orientem, é absolutamente necessário pôr uma cruz no altar em plena vista, como um ponto de referência para todos. Cristo na cruz é o Oriente cristão”, afirmou.
Do mesmo modo, defendeu a continuidade do Concílio Vaticano II e assinalou que “é tempo de aprender do Concílio em vez de utilizá-lo para justificar nossas preocupações sobre a criatividade ou defender nossas ideologias mediante a utilização das sagradas armas da liturgia”.
Reler o Concílio, afirmou, “permitiria que evitemos que os ofertórios sejam desfigurados por demonstrações que estão mais relacionadas com o folclore do que com a liturgia”.
A respeito da sua menção há algum tempo da “reforma da reforma”, o Cardeal Sarah assinalou que “a liturgia sempre deve ser reformada a fim de ser mais fiel a sua essência mística. O que é chamado ‘reforma da reforma’ e que nós talvez devemos chamar ‘mútuo enriquecimento dos ritos’, para adotar uma expressão do magistério de Bento XVI, é uma necessidade espiritual. Portanto, isto corresponde a ambas as formas do rito Romano”.
Finalmente, exortou a não “desperdiçar o nosso tempo contrastando uma liturgia com a outra, ou o rito de São Pio V ao do Beato Paulo VI”. “Danificar a liturgia é prejudicar a nossa relação com Deus e a expressão da nossa fé cristã”, assinalou.
A autoridade vaticana recordou que “o diabo quer que estejamos uns contra os outros no verdadeiro sacramento da unidade e da comunhão fraternal".
“É tempo de acabar com esta desconfiança, desprezo e suspeita. É tempo de redescobrir um coração católico. É tempo de redescobrir juntos a beleza da liturgia”, concluiu o Cardeal africano.
De: acidigital.com
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21 setembro 2016
Qual é a melhor postura para rezar o Pai-Nosso na Missa e por quê?
As posturas litúrgicas unem todos os católicos do mundo e ajudam a viver a Missa de maneira especial
Nós, na missa, temos dois momentos de maior importância: a consagração e a comunhão. É na missa que temos nossa unidade; é nela que nos unimos a Jesus e em Jesus, por meio do sacerdócio comum dos fiéis. E dar as mãos é, obviamente, uma distração disso. Nós, católicos, nos unimos na comunhão, e não quando damos as mãos.Não há nada na Instrução Geral do Missal Romano que indique que a prática de dar as mãos tenha de ser feita. Na missa, cada gesto é regulado pela Igreja.É por isso que temos partes particulares da missa nas quais nos ajoelhamos, partes nas quais nos levantamos, partes nas quais nos sentamos etc. E não há menção alguma nos documentos que fale que precisamos dar as mãos para rezar o Pai-Nosso.
Portanto, esta prática deve ser evitada durante a celebração da missa. Porém, se alguém quiser fazer isso, que faça (como exceção) com alguém de absoluta confiança, sem forçar ninguém, sem incomodar ninguém e sem a intenção de que isso se transforme em norma litúrgica para todos.
É preciso levar em consideração que nem todo mundo quer segurar a mão do vizinho, e tentar impor isso pode acabar sendo incômodo em detrimento da oração, da piedade e do recolhimento.
Outra coisa muito diferente é a oração comunitária fora da missa. Quando se reza fora da missa, não há problema algum em segurar a mão de alguém, pois isso é um gesto muito emotivo e simbólico.
Esta, como outras atitudes, não é senão a exaltação do sentimento. O estar em comunhão com alguém não consiste tanto em dar as mãos ao rezar o Pai-Nosso, e sim no fato de estar confessado, no fato de estarem em estado de graça e, sobretudo, no fato de estarem preparados para a Eucaristia.
Se o gesto de dar as mãos fosse necessário, importante ou conveniente para toda a Igreja, os bispos ou as conferências episcopais já teriam enviado uma petição a Roma, há muito tempo, para que tal prática fosse implantada. Não o fizeram e penso que nunca o farão.
Outra coisa que se vê muito quando se reza o Pai-Nosso é que as pessoas levantem as mãos, como o padre faz, e isso tampouco é correto, porque não cabe aos leigos, durante a missa, fazer os gestos reservados ao sacerdote, nem pronunciar as palavras ou orações do padre, confundindo o sacerdócio comum dos fiéis com o sacerdócio ministerial.
Só os padres estendem as mãos; é melhor que os fiéis permaneçam como estão ou orem com as mãos unidas, pois a fé interior é o que importa, é o que Deus vê.Os gestos externos do padre na santa missa existem para que os fiéis vejam que o sacerdote é o homem designado que intercede por eles.
Estender os braços na oração já era habitual na Igreja primitiva, mas no contexto de um círculo de oração, na oração privada ou em outro encontro não litúrgico.Os gestos na missa são precisos, tanto para o padre quanto para os fiéis; cada um faz sua parte e os fiéis não devem copiar os gestos do sacerdote. Os gestos dos fiéis na missa são suas respostas, seu canto, suas posturas.
Tanto o gesto de dar as mãos como o de levantar as mãos ao rezar o Pai-Nosso são, nos fiéis, práticas não litúrgicas que, ainda que não estejam explicitamente proibidas no missal, tampouco correspondem a uma liturgia correta.
Os fiéis não devem repetir, nem com palavras nem com ações, o que o padre faz ao presidir a assembleia litúrgica.
De: Fé Explicada
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08 julho 2016
Cardeal Sarah propõe importante mudança para a Missa a partir do Advento
LONDRES, 07 Jul. 16 / 06:00 am (ACI).- O Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos no Vaticano, Cardeal Robert Sarah, propôs uma mudança importante para a celebração das Missas a partir do primeiro Domingo do Advento deste ano.
Na conferência inaugural do evento Sacra Liturgia UK 2016 que acontece em Londres entre os dias 5 e 8 de julho, o Cardeal Sarah afirmou que “é muito importante que voltemos o mais rápido possível a uma mesma direção, dos sacerdotes e de todos os fiéis na mesma direção: para o oriente ou pelo menos para o tabernáculo”.
Quando um sacerdote celebra a Missa Ad Orientem, em certas partes da Missa olha de frente para o “leste litúrgico”, ou seja, para o altar e de costas para os fiéis. Esta é uma prática comum na forma extraordinária da Missa. De frente para o povo, ou versus populum, é a prática estendida na forma ordinária da Eucaristia.
O que o Cardeal Sarah sugere, embora não de maneira oficial, seria uma mudança importante em relação à celebração da Missa, desde que o Papa Emérito Bento XVI decidiu liberar a forma extraordinária – em latim e Ad Orientem – com o motu proprio Summorum Pontificum em julho de 2007.
O Cardeal africano pediu aos sacerdotes que sejam prudentes na implementação da modificação que sugeriu ontem em Londres.
“Assim, queridos sacerdotes, peço-lhes para que implementem essa prática sempre que possível, com prudência e com a catequese necessária, certamente, mas também com a confiança pastoral de que isso é algo bom para a Igreja, algo bom para o nosso povo”, afirmou.
O Cardeal propôs que comecem “no primeiro Domingo do Advento (27 de novembro) deste ano, quando esperamos ‘o Senhor que vem’ e que não demorará a chegar”.
Na conferência, o Cardeal Sarah explicou que o Papa Francisco lhe pediu começar um estudo sobre “a reforma da reforma” para adaptar as mudanças litúrgicas do Concílio Vaticano II, e que este estudo busca “o enriquecimento das duas formas do rito romano”: a ordinária e a extraordinária.
Por que celebrar a Missa Ad Orientem?
Em 23 de maio deste ano, o Cardeal Robert Sarah concedeu uma entrevista à revista francesa ‘Famille Chretienne’, em que afirmou que “o melhor meio” para que Deus seja o centro da liturgia é “celebrar –sacerdotes e fiéis – todos na mesma direção: para o Senhor que vem. Não se trata, como se entende às vezes, de celebrar de costas para o povo ou olhando para eles. O problema não é esse”.
“Trata-se de olhar todos juntos para a abside que simboliza o oriente onde está o trono da cruz do Senhor ressuscitado”, precisou.
“Com esta maneira de celebrar, experimentaremos, também com o corpo, a primazia de Deus e da adoração. Compreenderemos que a liturgia se trata em princípio de nossa participação no sacrifício perfeito da cruz”.
Além disso, explicou o Cardeal, com o Concílio Vaticano II, “celebrar olhando ao povo se converteu em uma possibilidade, mas não é uma obrigação. A liturgia da palavra justifica que se vejam cara a cara o leitor e o povo, o diálogo e a pedagogia entre o sacerdote e seu povo. Mas como chegamos logo ao momento em que alguém se dirige a Deus – do Ofertório em diante – é essencial que o sacerdote e os fiéis olhem juntos para o Oriente. Isto corresponde exatamente ao que queriam os padres conciliares”.
“Como Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, desejo recordar que a celebração Ad Orientem está autorizada pelas rubricas, que especificam os tempos em que celebrante deve virar para o povo. Portanto, não é necessário ter uma permissão especial para celebrar olhando para o Senhor”.
Que a liturgia não seja um espetáculo
Na entrevista com ‘Famille Chretienne’, o Prefeito também disse que deseja “exortar uma grande reflexão sobre este tema para devolver a Eucaristia ao centro de nossa vida. Constato que muitas de nossas liturgias se convertem em um espetáculo”.
“Com frequência – continuou –, o sacerdote já não celebra o amor de Cristo através de seu sacrifício, mas um encontro entre amigos, uma partilha, um momento fraterno. Ao procurar inventar liturgias criativas ou festivas, corremos o risco de um culto muito humano, à altura de nossos desejos e das modas do momento”.
O Purpurado africano explicou que, com esta forma através da qual alguns sacerdotes encaram a Missa, “pouco a pouco os fiéis se afastam de quem nos dá a vida. Para os cristãos, a Eucaristia é uma questão de vida ou morte!”.
“A liturgia é a porta da nossa união com Deus. Se as celebrações eucarísticas se transformarem em autocelebrações humanas, o perigo é imenso porque Deus desaparece. Devemos começar a colocar Deus novamente no centro da liturgia”.
O Cardeal Sarah advertiu também que “se o homem for o centro da liturgia, a Igreja se converte em uma sociedade puramente humana, uma simples ONG, como disse o Papa Francisco”.
“Se, pelo contrário, Deus está no coração da liturgia, então a Igreja reencontrará seu vigor e sua seiva! ‘É na forma de tratar a liturgia que se decide a sorte da fé e da Igreja’, escreveu de maneira profética o Cardeal Joseph Ratzinger”.
De: acidigital.com
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05 abril 2016
Podemos cantar o Pai-Nosso na missa?
O canto e a música são de vital importância em qualquer festa e celebração – também nas celebrações eclesiais. Uma celebração sem canto, especialmente da Eucaristia, seria como um dia nublado: é dia, mas falta alguma coisa de luz e cor para que esteja mais alegre. O canto será mais santo na medida em que estiver unido à ação litúrgica.
Antes de falar sobre a possibilidade de cantar o Pai-Nosso, é importante destacar que esta oração merece o máximo de respeito e solenidade. Isso é um convite a que revisemos em profundidade nossa situação diante de Deus e das pessoas, com muita devoção.
Os cantos da missa, de acordo com a instrução “Musicam Sacram”, se dividem em três grupos:
1. Primeiro grau: são as ações que correspondem ao povo, como aclamações e respostas ao celebrante: “Amém”, “Graças a Deus”, “Anunciamos, Senhor, a vossa morte…”, bem como os hinos: “Santo”, “Pai-Nosso”.
2. Segundo grau: Kyrie, Glória, Agnus Dei, Credo, oração dos fiéis.
3. Terceiro grau: cantos de entrada, comunhão, ofertório, Aleluia antes do Evangelho, leituras (quando são cantadas).
Sendo assim, o Pai-Nosso pode ser cantado, é opcional, e é um canto de primeiro grau. Portanto, o Pai-Nosso não apenas pode ser cantado, senão que, ao ser do primeiro grau, é dos cantos que mais deveriam ser cantados.
A instrução “Musicam Sacram” afirma no número 35: “O Pai-Nosso, é bom que o diga o povo juntamente com o sacerdote. Se for cantado em latim, empreguem-se as melodias oficiais já existentes; mas se for cantado em língua vernácula, as melodias devem ser aprovadas pela autoridade territorial competente”.
A melodia para cantar o Pai-Nosso nunca deve ser escandalosa, para não perder de vista a intenção do ato, que é orar.
As pessoas não sabem se o Pai-Nosso pode ser cantado precisamente porque é raro que se cante esta oração nas missas. Por quê? Justamente por causa dos abusos cometidos. Em muitos casos, este canto é deformado e mal interpretado.
Na América Latina, sobretudo, é frequente ouvir o Pai-Nosso com mais palavras que na oração original, ou com menos palavras, e até com outras palavras (exemplo comum no Brasil: “Pai, meu Pai do céu, eu quase me esqueci que o teu amor vela por mim, que seja sempre assim…”).
Por que mudar as palavras de Jesus? É por isso que os padres costumam seguir o caminho mais seguro, que é recitar o Pai-Nosso.
Portanto, quando cantamos o Pai-Nosso, é importantíssimo conservar intacto o texto original da oração. Outra coisa é a música que acompanha o canto, que precisa ser realmente música sacra, e não qualquer música (não pode ser um canto adaptado com ritmo popular).
Outro texto a ser levado em consideração é a Instrução Geral do Missal Romano, que afirma no número 81: “Na Oração do Senhor pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos antes de tudo o pão eucarístico, e pede-se a purificação dos pecados, a fim de que as coisas santas sejam verdadeiramente dadas aos santos. O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam a oração com o sacerdote, e o sacerdote acrescenta sozinho o embolismo, que o povo encerra com a doxologia. Desenvolvendo o último pedido do Pai-nosso, o embolismo suplica que toda a comunidade dos fiéis seja libertada do poder do mal O convite, a própria oração, o embolismo e a doxologia com que o povo encerra o rito são cantados ou proferidos em voz alta”.
Em resumo, o Pai-Nosso pode ser cantado, sim. Mais ainda: deve ser cantado. Mas, como mencionamos antes, o problema é que as pessoas costumam usar versões que não se parecem em nada com a oração que Jesus nos ensinou.
De: aleteia.org
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21 março 2016
SILÊNCIO NA LITURGIA
A casa de oração é transformada em lugar de conversação. E isso acontece também entre pessoas que deveriam servir de exemplo.
Diz a Sagrada Escritura: “Há tempo de calar e tempo de falar” (Eclesiastes 3,5). A muitos cristãos se aplica essa advertência bíblica. Ao entrar em certos templos, o modo como alguns procedem revela falta de Fé na presença eucarística e desconhecimento das exigências de um lugar sagrado. Dentro, continuam o entretenimento iniciado fora, na rua, como se tudo fosse banal. Outras vezes, a palestra, mesmo a meia voz, serve de passatempo, enquanto aguardam o ato litúrgico. A casa de oração é transformada em lugar de conversação. E isso acontece também entre pessoas que deveriam servir de exemplo.
Mais grave ainda quando este comportamento ocorre durante celebrações religiosas. Importa valorizar o silêncio nessas ocasiões e lugares. Ele também significa nossa condição de pecador. É o que se deduz dessa passagem de São Paulo, na Epístola aos Romanos (3, 19): “Toda a boca se cale e o mundo inteiro se reconheça réu em face de Deus”.
O Senhor, no sacrário das igrejas, pede o recolhimento pessoal e da comunidade. Há muitas outras oportunidades de os homens se encontrarem. No templo o relacionamento é com Deus. Manifesta-se de vários modos, pela genuflexão bem feita diante do Santíssimo, pela postura corporal, aproveitamento do tempo pela oração e, em particular, com a homenagem que a criatura presta ao Criador, guardando o silêncio respeitoso nos atos religiosos ou fora deles. Lemos no Evangelho de São Lucas (9,36) que, ao ser revelada a divindade de Cristo na transfiguração do Tabor, “os discípulos mantiveram silêncio”.
O profeta Habacuc (2,20) nos adverte: “O Senhor reside na sua santa morada. Cale-se toda a terra diante dele”. Sofonias (1,7) insiste no mesmo sentido: “Silêncio na presença do Senhor”. Em outras passagens a Sagrada Escritura retoma esse tema.
Um fator que induz à infração de tal dever diante de Deus aos lugares sagrados – e, principalmente, na ocasião das cerimônias – é o esforço por promover uma vivência comunitária. Como a prática religiosa, antes do Concílio Vaticano II, se ressentia de uma forte influência individualista, busca-se expandir uma visão mais conforme à própria natureza da Igreja. Formamos um só corpo, cuja cabeça é Cristo. Nossas ações devem repetir essa perspectiva, não ficando, assim, reduzidas a atitudes isoladas. Para alcançar esse objetivo recomenda-se o que diz respeito ao próximo. Não se exclui dessas atitudes o templo e o que nele ocorre. Com boa vontade, embora mal disciplinada, foram sugeridas ruidosas manifestações estranhas às justas aclamações, aliás, previstas pelas normas litúrgicas. Nesse campo é fácil passar do correto ou razoável para o excesso. Este impede o clima de oração e ofende a santidade do lugar, o que é bem diverso de uma entusiástica participação, no júbilo coletivo, por razões pias. Essa matéria, evidentemente, não se mede pelo ruído, mas pelos motivos que o provocam. A glória de Deus merece calorosos aplausos, como exige a supressão até de murmúrios, quando profanos.
Essas considerações nos levam a especificar algumas circunstâncias para melhor compreensão. Na Santa Missa, o momento da paz por vezes se converte em balbúrdia inaceitável. Pelas diretrizes litúrgicas essa saudação é feita ao mais próximos. Em algumas igrejas, os excessos levam a uma agitação generalizada entre os participantes. O ambiente sagrado, imediatamente antes da Santa Comunhão, é prejudicado.
Certos cânticos mesmo de índole religiosa, podem ser classificados como oportunos em festejos e outros lugares, que não o templo sagrado. O Santo Sacrifício não é ocasião para protestos político-ideológicos, através de canções. Igualmente, a “Oração dos fiéis” não se destina a um momento de criticar ou de difundir determinadas posições, à margem da sacralidade do ato que se celebra.
Os batizados e, principalmente, as celebrações do casamento são, não raras vezes, uma real profanação do lugar sagrado. Qualquer pessoa que possua mediana educação doméstica – nem direi religiosa – jamais terá um comportamento não condizente com o ato e a Casa de Deus. Mesmo desprovido de Fé, possuindo bom senso, assumirá uma atitude respeitosa ao lugar onde se encontra. Ninguém é obrigado a ir, mas se, livremente, ali está, subentende-se que aceita as regras comezinhas de boa convivência humana.
Esses exemplos e outras circunstâncias sugerem a necessidade de inculcar a importância do sagrado, neste mundo que desconhece cada vez mais os valores religiosos.
Qual a metodologia a ser utilizada na preservação de um ambiente verdadeiramente adequado à santidade de nossos templos? A primeira medida será fortalecer o espírito de Fé. A crença bem viva na infinita grandeza de Deus é que nos leva a respeitá-Lo. E o silêncio é uma manifestação desses nossos sentimentos. Ao penetrar nos umbrais da casa do Senhor, por mais humilde e pobre que seja, tenhamos presente a dignidade espiritual do lugar.
Um outro recurso é ter bem viva a responsabilidade de dar um exemplo cristão ao próximo, principalmente às crianças e pessoas afastadas da Fé ou alheias a ela. Esse trabalho educativo cabe, de modo especial, aos que se acham naturalmente vinculados à Igreja. Esse comportamento é mais eloqüente que uma exortação ou apelo.
Muitos poderiam perguntar por que tratar desse assunto, quando há outros, aparentemente de maior gravidade e importância. A resposta é simples: tudo o que se refere a Deus é valioso e oportuno. Além disso, o cuidado com as necessidades materiais do nosso próximo será mais eficaz quando elas estão vinculadas ao seu progresso espiritual. Este é um alicerce sólido sobre o qual se possibilita a edificação de uma obra social duradoura e eficaz.
Louvemos ao Senhor com lábios e também com o coração na Casa de Deus. Esta é uma eloqüente manifestação de nossa Fé.
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27 janeiro 2016
13 janeiro 2016
Abusos litúrgicos - “Pobres dos fiéis católicos que frequentam as Santas Missas em muitas de nossas igrejas…”
“Pobres dos fiéis católicos que frequentam as Santas Missas em muitas de nossas igrejas… Submetidos tantas vezes às arbitrariedades de uma pseudo liturgia pautada por distorções, abusos, ridículas inserções de palmas, agitação de folhetos, danças, símbolos e mais símbolos que não simbolizam nada. Quanto abuso! Quanta arbitrariedade! Quanta falta de respeito não só para com Aquele para quem deveria dirigir-se a celebração, mas também para com os pobres fiéis que são obrigados a engolir esdrúxulas situações falsamente chamadas de ” enculturação litúrgica”, mas que na verdade revelam falta de fé ou a ignorância das mais elementares verdades da fé em relação à Eucaristia, à Presença Real e outras. Pobres fiéis guiados por alguns pastores que arrotam slogans fundados em um palavreado eivado de conceitos atribuídos ao malfadado “espírito do Concílio” que na verdade, de conciliar nada tem… Tal espírito passa longe daquilo que a Igreja de Cristo é e pretendeu favorecer com a reforma litúrgica. Pobres fiéis, forçados a ter de engolir o que destrói a fé, o que na prática nega a centralidade do Mistério de Cristo, poluindo-o com a tentativa de desfocar este Mistério através da inserção de conceitos ideologizados sobre Deus, o homem, a criação e tantas outras realidades.
A “nobre simplicidade” apregoada pelo Concílio transformou-se em desculpa para um “pobretismo” litúrgico que se expressa em despojamento do elementar, em relaxo, sujeira, descaso e outros defeitos. Dá-se à Liturgia, portanto a Deus, o que há de pior: no mínimo, o que é de gosto duvidoso. Chegamos ao tempo em que quem obedece às Normas Litúrgicas é acusado de rubricista. Ai de quem ousar usar os paramentos prescritos pela legislação litúrgica vigente. No mínimo será caracterizado como “romano”, o que na visão de muitos é considerado como uma ofensa. E quem celebrar usando com fidelidade os livros litúrgicos, “dizendo o que está em letras pretas e fazendo o que está em letras vermelhas” será execrado pelos apregoadores do “autêntico espírito do Concílio”. Sinceramente, é preciso muita, mas muita fé mesmo para não deixar de acreditar que ‘as portas do inferno não prevalecerão’, como nos ensina Nosso Senhor.”
Dom
Antonio Carlos Rossi Keller, bispo de Frederico Westphalen.
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17 dezembro 2015
[POST DE FÉRIAS] - POBREZA PESSOAL E LITÚRGICA
Dom Fernando Arêas Rifan*
Jesus proclamou a primeira bem-aventurança para os pobres de coração. O Papa Francisco tem insistido na Igreja dos pobres. Os santos são o grande exemplo de pobreza pessoal a ser por nós imitado. Mas não devemos confundir a pobreza pessoal, desapego dos bens terrenos e simplicidade em nossa vida pessoal, com pobreza litúrgica e das coisas devidas a Deus. Os santos, pobres pessoalmente, foram os que mais construíram esplêndidas, belíssimas e ricas igrejas e catedrais e usaram toda a magnificência litúrgica para a glória de Deus.
São João Maria Vianney, o modelo de todos os sacerdotes, exigia tudo de melhor para a sua Igreja, tais como estandartes bordados a prata, ostensórios artísticos de prata dourada, baldaquino de veludo, paramentos de seda, bordados a ouro, etc. E dizia: “Uma batina velha fica muito bem debaixo duma casula bonita” (Francis Trochu, O Cura d’Ars): pobreza pessoal e riqueza litúrgica.
Falando sobre a beleza da liturgia e respondendo às “acusações de ‘triunfalismo’, em nome das quais se jogou fora, com excessiva facilidade, muito da antiga solenidade litúrgica”, o então Cardeal Ratzinger explicava: “Não é triunfalismo, de forma alguma, a solenidade do culto com que a Igreja exprime a beleza de Deus, a alegria da fé, a vitória da verdade e da luz sobre o erro e as trevas. A riqueza litúrgica não é riqueza de uma casta sacerdotal; é riqueza de todos, também dos pobres, que, com efeito, a desejam e não se escandalizam absolutamente com ela. Toda a história da piedade popular mostra que mesmo os mais desprovidos sempre estiveram dispostos instintiva e espontaneamente a privar-se até mesmo do necessário a fim de honrar, com a beleza, sem nenhuma avareza, ao seu Senhor e Deus” (A Fé em crise? E.P.U, pág. 97). Sobre a Música Sacra no atual período pós-conciliar, Ratzinger fazia o seguinte comentário sobre a perda do brilho e o interesse pelo banal: “Uma coisa ficou clara depois das experiências dos últimos anos: a volta do utilitário não fez a liturgia mais aberta, senão mais pobre. A simplicidade necessária não se pode conseguir mediante um empobrecimento” (La Fiesta de la Fe, p. 135). E o mesmo Cardeal Ratzinger insistia: “Liturgia ‘simples’ não significa liturgia mísera ou reles: existe a simplicidade que provém do banal e outra que deriva da riqueza espiritual, cultural e histórica. Também nisso, deixou-se de lado a grande música da Igreja em nome da ‘participação ativa’, mas essa ‘participação’ não pode, talvez, significar também o perceber com o espírito, com os sentidos? Não existe nada de ‘ativo’ no intuir, no perceber, no comover-se? Não há aqui um diminuir o homem, reduzindo-o apenas à expressão oral, exatamente quando sabemos que aquilo que existe em nós de racionalmente consciente e que emerge à superfície é apenas a ponta de um iceberg, com relação ao que é a nossa totalidade? Questionar tudo isso não significa, evidentemente, opor-se ao esforço para fazer cantar todo o povo, opor-se à música ‘utilitária’. Significa opor-se a um exclusivismo (somente tal música), não justificado nem pelo Concílio nem pelas necessidades pastorais” (A Fé em crise?, pág. 96).
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10 novembro 2015
A missa parte por parte
Depois de ler isso, sua missa nunca mais será a mesma
A missa é o culto mais sublime que oferecemos ao Senhor. Nós não vamos à missa somente para pedir, mas também para louvar, agradecer e adorar a Deus. A desculpa de que rezar em casa é a mesma coisa que ir à missa é por demais pretensiosa! É querer fazer da reza particular algo melhor que a missa, que é celebrada por toda uma comunidade! Assim, vamos à missa para ouvir a Palavra do Senhor e saber o que o Pai fala e propõe para a sua família reunida. Não basta ouvir! Devemos pôr em prática a Palavra de Deus e acertarmos nossas vidas (conversão).O fato de existirem pessoas que frequentam a missa, mas não praticam a Palavra, jamais deve ser motivo de desculpa para nos esquivarmos de ir à missa; afinal, quem somos nós para julgarmos alguém? Quem deve julgar é Deus! Ao invés de olharmos o que os outros fazem, devemos olhar para o que Cristo faz! É com Ele que devemos nos comparar!
A DIVISÃO DA MISSA
A missa está dividida em quatro partes bem distintas:
1. Ritos Iniciais
Comentário Introdutório à missa do dia, Canto de Abertura, Acolhida, Antífona de Entrada, Ato Penitencial, Hino de Louvor e Oração Coleta.
2. Rito da palavra
Primeira Leitura, Salmo Responsorial, Segunda Leitura, Aclamação ao Evangelho, Proclamação do Evangelho, Homilia, Profissão de Fé e Oração da Comunidade.
3. Rito Sacramental
1ª Parte – Oferendas: Canto/Procissão das Oferendas, Orai Irmãos e Irmãs, e Oração Sobre as Oferendas;
2ª Parte – Oração Eucarística: Prefácio, Santo, Consagração e Louvor Final;
3ª Parte – Comunhão: Pai Nosso, Abraço da Paz, Cordeiro de Deus, Canto/Distribuição da Comunhão, Interiorização, Antífona da Comunhão e Oração após a Comunhão.
4. Ritos Finais
Mensagem, Comunicados da Comunidade, Canto de Ação de Graças e Bênção Final.
POSIÇÕES DO CORPO
Os gestos são importantes na liturgia. Nosso corpo também “fala” através dos gestos e atitudes. Durante toda a celebração litúrgica nos gesticulamos, expressando um louvor visível não só a Deus, mas também a todos os homens.
Quando estamos sentados, ficamos em uma posição confortável que favorece a catequese, pois nos dá a satisfação de ouvir evitando o cansaço; também ajuda a meditar sobre a Palavra que está sendo recebida.
Quando ficamos de pé, demonstramos respeito e consideração, indicando prontidão e disposição para obedecer.
Quando nos ajoelhamos ou inclinamos durante a missa, declaramos a nossa adoração sincera a Deus todo-poderoso, indicando homenagem e, principalmente, total submissão a Ele e à sua vontade.
Ao juntarmos as mãos, mostramos confiança e fé em Deus.
1. A missa é ação de graças
A missa também pode ser chamada de eucaristia, ou seja, ação de graças. E a partir da passagem do servo de Abraão pudemos ter uma noção do que é uma oração eucarística ou de ação de graças. Pois bem, esta atitude de ação de graças recebe o nome de berakah em hebraico, que traduzindo-se para o grego originou três outras palavras: euloguia, que traduz-se por bendizer;eucharistia, que significa gratidão pelo dom recebido de graça; e exomologuia, que significa reconhecimento ou confissão.
Diante da riqueza desses significados podemos nos perguntar: quem dá graças a quem? Ou melhor, dizendo, quem dá dons, quem dá bênçãos a quem? Diante dessa pergunta podemos perceber que Deus dá graças a si mesmo, uma vez que sendo uma comunidade perfeita o Pai ama o Filho e se dá por ele e o Filho também se dá ao Pai, e deste amor surge o Espírito Santo. Por sua vez,Deus dá graças ao homem, uma vez que não se poupou nem de dar a si mesmo por nós e em resposta o homem dá graças a Deus, reconhecendo-se criatura e entregando-se ao amor de Deus.
Ora, o homem também dá graças ao homem, através da doação ao próximo a exemplo de Deus. Também o homem dá graças à natureza, respeitando-a e tratando-a como criatura do mesmo Criador. O problema ecológico que atravessamos é, sobretudo, um problema eucarístico. A natureza também dá graças ao homem, se respeitada e amada. A natureza dá graças a Deus estando a serviço de seu criador a todo instante.
A partir desta visão da ação de graças começamos a perceber que a Missa não se reduz apenas a uma cerimônia realizada nas Igrejas, ao contrário, a celebração da Eucaristia é a vivência da ação de Deus em nós, sobretudo através da libertação que Ele nos trouxe em seu Filho Jesus. Cristo é a verdadeira e definitiva libertação e aliança, levando à plenitude a libertação do povo judeu do Egito e a aliança realizada aos pés do monte Sinai.
2. A missa é sacrifício
Sacrifício é uma palavra que possui a mesma raiz grega da palavra sacerdócio, que do latim temos sacer-dos, o dom sagrado. O dom sagrado do homem é a vida, pois esta vem de Deus. Por natureza o homem é um sacerdote. Perdeu esta condição por causa do pecado. Sacrifício, então, significa o que é feito sagrado. O homem torna sua vida sagrada quando reconhece que esta é dom de Deus.
Jesus Cristo faz justamente isso: na condição de homem reconhece-se como criatura e se entrega totalmente ao Pai, não poupando nem sua própria vida. Jesus nesse momento está representando toda a humanidade. Através de sua morte na cruz dá a chance aos homens e às mulheres de novamente orientarem suas vidas ao Pai assumindo assim sua condição de sacerdotes e sacerdotisas.
Com isso queremos tirar aquela visão negativa de que sacrifício é algo que representa a morte e a dor. Estas coisas são necessárias dentro do mistério da salvação, pois só assim o homem pode reconhecer sua fraqueza e sua condição de criatura.
3. A Missa também é Páscoa
A Páscoa foi a passagem da escravidão do Egito para a liberdade, bem como a aliança selada no monte Sinai entre Deus e o povo hebreu. E diante desses fatos o povo hebreu sempre celebrou essa passagem, através da Páscoa anual, das celebrações da Palavra aos sábados, na sinagoga e diariamente, antes de levantar-se e deitar-se, reconhecendo a experiência de Deus em suas vidas e louvando a Deus pelas experiências pascais vividas ao longo do dia. O povo judeu vivia em atitude de ação de graças, vivendo a todo instante a Páscoa em suas vidas.
RITOS INICIAIS
Instrução Geral ao Missal Romano, n.º 24:
“Os ritos iniciais ou as partes que precedem a liturgia da palavra, isto é, cântico de entrada, saudação, ato penitencial, Senhor, Glória e oração da coleta, têm o caráter de exórdio, introdução e preparação. Estes ritos têm por finalidade fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a Palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia”.
1. Comentário Inicial
Este tem por fim introduzir os fiéis ao mistério celebrado. Sua posição correta seria após a saudação do padre, pois ao nos encontrarmos com uma pessoa primeiro a saudamos para depois iniciarmos qualquer atividade com ela.
2. Canto de Entrada
“Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com os ministros, começa o canto de entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros”(IGMR n.25)
Durante o canto de entrada percebemos alguns elementos que compõem o início da missa:
a) O canto
Durante a missa, todas as músicas fazem parte de cada momento. Através da música participamos da missa cantando. A música não é simplesmente acompanhamento ou trilha musical da celebração: a música é também nossa forma de louvarmos a Deus. Daí a importância da participação de toda assembléia durante os cantos.
b) A procissãoO povo de Deus é um povo peregrino, que caminha rumo ao coração do Pai. Todas as procissões têm esse sentido: caminho a se percorrer e objetivo a que se quer chegar.
c) O beijo no altar
Durante a missa, o pão e o vinho são consagrados no altar, ou seja, é no altar que ocorre o mistério eucarístico. O presidente da celebração ao chegar beija o altar, que representa Cristo, em sinal de carinho e reverência por tão sublime lugar.
Por incrível que possa parecer, o local mais importante de uma igreja é o altar, pois ao contrário do que muita gente pensa, as hóstias guardadas no sacrário nunca poderiam estar ali se não houvesse um altar para consagrá-las.
3. Saudação
a) Sinal da Cruz
O presidente da celebração e a assembléia recordam-se por que estão celebrando a missa. É, sobretudo pela graça de Deus, em resposta ao seu amor. Nenhum motivo particular deve sobrepor-se à gratuidade. Pelo sinal da cruz nos lembramos que pela cruz de Cristo nos aproximamos da Santíssima Trindade.
b) Saudação
Retirada na sua maioria dos cumprimentos de Paulo, o presidente da celebração e a assembléia se saúdam. O encontro eucarístico é movido unicamente pelo amor de Deus, mas também é encontro com os irmãos.
4. Ato Penitencial
Após saudar a assembléia presente, o sacerdote convida toda assembléia a, em um momento de silêncio, reconhecer-se pecadora e necessitada da misericórdia de Deus. Após o reconhecimento da necessidade da misericórdia divina, o povo a pede em forma de ato de contrição: Confesso a Deus Todo-Poderoso… Em forma de diálogo por versículos bíblicos: Tende compaixão de nós… Ou em forma de ladainha: Senhor, que viestes salvar… Após, segue-se a absolvição do sacerdote. Tal ato pode ser substituído pela aspersão da água, que nos convida a rememorar-nos o nosso compromisso assumido pelo batismo e através do simbolismo da água pedirmos para sermos purificados.
Cabe aqui dizer, que o “Senhor, tende piedade” não pertence necessariamente ao ato penitencial. Este se dá após a absolvição do padre e é um canto que clama pela piedade de Deus. Daí ser um erro omiti-lo após o ato penitencial quando este é cantando.
5. Hino de Louvor
Espécie de salmo composto pela Igreja, o glória é uma mistura de louvor e súplica, em que a assembléia congregada no Espírito Santo, dirige-se ao Pai e ao Cordeiro. É proclamado nos domingos – exceto os do tempo da quaresma e do advento – e em celebrações especiais, de caráter mais solene. Pode ser cantado, desde que mantenha a letra original e na íntegra.
6. Oração da Coleta
Encerra o rito de entrada e introduz a assembléia na celebração do dia.
“Após o convite do celebrante, todos se conservam em silêncio por alguns instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente seus pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar de ‘coleta’, a qual a assembléia dá o seu assentimento com o ‘Amém’ final” (IGMR 32).
Dentro da oração da coleta podemos perceber os seguintes elementos: invocação, pedido e finalidade.
O RITO DA PALAVRA
O Rito da Palavra é a segunda parte da missa, e também a segunda mais importante, ficando atrás, somente do Rito Sacramental, que é o auge de toda celebração.
Iniciamos esta parte sentados, numa posição cômoda que facilita a instrução. Normalmente são feitas três leituras extraídas da Bíblia: em geral um texto do Antigo Testamento, um texto epistolar do Novo Testamento e um texto do Evangelho de Jesus Cristo, respectivamente. Isto, porém, não significa que será sempre assim; às vezes a 1ª leitura cede espaço para um outro texto do Novo Testamento, como o Apocalipse, e a 2ª leitura, para um texto extraído dos Atos dos Apóstolos; é raro acontecer, mas acontece… Fixo mesmo, apenas o Evangelho, que será extraído do livro de Mateus, Marcos, Lucas ou João.
1.Primeira LeituraComo já dissemos, a primeira leitura costuma a ser extraída do Antigo Testamento.
Isto é feito para demonstrar que já o Antigo Testamento previa a vinda de Jesus e que Ele mesmo o cumpriu (cf. Mt 5,17). De fato, não poucas vezes os evangelistas citam passagens do Antigo Testamento, principalmente dos profetas, provando que Jesus era o Messias que estava para vir.
O leitor deve ler o texto com calma e de forma clara. Por esse motivo, não é recomendável escolher os leitores poucos instantes antes do início da missa, principalmente pessoas que não têm o costume de freqüentar aquela comunidade. Quando isso acontece e o “leitor”, na hora da leitura, começa a gaguejar, a cometer erros de leitura e de português, podemos ter a certeza de que, quando ele disser: “Palavra do Senhor”, a resposta da comunidade, “Graças a Deus”, não se referirá aos frutos rendidos pela leitura, mas sim pelo alívio do término de tamanha catástrofe!
Ora, se a fé vem pelo ouvido, como declara o Apóstolo, certamente o leitor deve ser uma pessoa preparada para exercer esse ministério; assim, é interessante que a Equipe de Celebração seja formada, também, por leitores “profissionais”, ou seja, especial e previamente selecionados.
2.Salmo Responsorial
O Salmo Responsorial também é retirado da Bíblia, quase sempre (em 99% dos casos) do livro dos Salmos. Muitas comunidades recitam-no, mas o correto mesmo é cantá-lo… Por isso uma ou outra comunidade possui, além do cantor, um salmista, já que muitas vezes o salmo exige uma certa criatividade e espontaneidade, uma vez que as traduções do hebraico (ou grego) para o português nem sempre conseguem manter a métrica ou a beleza do original.
Assim, quando cantado, acaba lembrando um pouco o canto gregoriano e, em virtude da dificuldade que exige para sua execução, acaba sendo simplesmente – como já dissemos – recitado (perdendo mais ainda sua beleza).
3.Segunda Leitura
Da mesma forma como a primeira leitura tem como costume usar textos do Antigo Testamento, a segunda leitura tem como característica extrair textos do Novo Testamento, das cartas escritas pelos apóstolos (Paulo, Tiago, Pedro, João e Judas), mais notadamente as escritas por São Paulo.
Esta leitura tem, portanto, como objetivo, demonstrar o vivo ensinamento dos Apóstolos dirigido às comunidades cristãs.
A segunda leitura deve ser encerrada de modo idêntico ao da primeira leitura, com o leitor exclamando: “Palavra do Senhor!” e a comunidade respondendo com: “Graças a Deus!”.
4.Canto De Aclamação Ao Evangelho
Feito o comentário ao Evangelho, a assembléia a se põe de pé, para aclamar as palavras de Jesus. O Canto de Aclamação tem como característica distintiva a palavra “Aleluia”, um termo hebraico que significa “louvai o Senhor”. Na verdade, estamos felizes em poder ouvir as palavras de Jesus e estamos saudando-O como fizeram as multidões quando Ele adentrou Jerusalém no domingo de Ramos.
Percebemos, assim, que o Canto de Aclamação, da mesma forma que o Hino de Louvor, não pode ser cantado sem alegria, sem vida. Seria como se não confiássemos Naquele que dá a vida e que vem até nós para pregar a palavra da Salvação. O Canto deve ser tirado do lecionário, pois se identifica com a leitura do dia, por isso não se pode colocar qualquer música como aclamação, não basta que tenha a palavra aleluia.
Comprovando este nosso ponto de vista está o fato de que durante o tempo da Quaresma e do Advento, tempos de preparação para a alegria maior, também a palavra “Aleluia” não aparece no Canto de Aclamação ao Evangelho.
5.Evangelho
Antes de iniciar a leitura do Evangelho, se estiver sendo feito uso de incenso, o sacerdote ou o diácono (depende de quem for ler o texto), incensará a Bíblia e, logo a seguir, iniciará a leitura do texto.
O texto do Evangelho é sempre retirado dos livros canônicos de Mateus, Marcos, Lucas e João, e jamais pode ser omitido. É falta gravíssima não proceder a leitura do Evangelho ou substituí-lo pela leitura de qualquer outro texto, inclusive bíblico.Ao encerrar a leitura do Evangelho, o sacerdote ou diácono profere a expressão: “Palavra da Salvação!” e toda a comunidade glorifica ao Senhor, dizendo: “Glória a vós, Senhor!”. Neste momento, o sacerdote ou diácono, em sinal de veneração à Palavra de Deus, beija a Bíblia (rezando em silêncio: “Pelas palavras do santo Evangelho sejam perdoados os nossos pecados”) e todo o povo pode voltar a se sentar.
6.Homilia
A homilia nos recorda o Sermão da Montanha, quando Jesus subiu o Monte das Oliveiras para ensinar todo o povo reunido. Observe-se que o altar já se encontra, em relação aos bancos onde estão os fiéis, em ponto mais alto, aludindo claramente a esse episódio.
Da mesma forma como Jesus ensinava com autoridade, após sua ascensão, a Igreja recebeu a incumbência de pregar a todos os povos e ensinar-lhes a observar tudo aquilo que Cristo pregou. A autoridade de Cristo foi, portanto, passada à Igreja.
A homilia é o momento em que o sacerdote, como homem de Deus, traz para o presente aquela palavra pregada por Cristo há dois mil anos. Neste momento, devemos dar ouvidos aos ensinamentos do sacerdote, que são os mesmos ensinamentos de Cristo, pois foi o próprio Cristo que disse: “Quem vos ouve, a mim ouve. Quem vos rejeita, a mim rejeita” (Lc 10,16). Logo, toda a comunidade deve prestar atenção às palavras do sacerdote.
A homilia é obrigatória aos domingos e nas solenidades da Igreja. Nos demais dias, ela também é recomendável, mas não obrigatória.
7.Profissão De Fé (Credo)
Encerrada a homilia, todos ficam de pé para recitar o Credo. Este nada mais é do que um resumo da fé católica, que nos distingue das demais religiões. É como que um juramento público, como noslembra o PE Luiz Cechinatto.
Embora existam outros Credos católicos, expressando uma única e mesma verdade de fé, durante a missa costuma-se a recitar o Símbolo dos Apóstolos, oriundo do séc. I, ou o Símbolo Niceno-Constantinopolitano, do séc. IV. O primeiro é mais curto, mais simples; o segundo, redigido para eliminar certas heresias a respeito da divindade de Cristo, é mais longo, mais completo. Na prática, usa-se o segundo nas grandes solenidades da Igreja.
8.Oração Da Comunidade
A Oração da Comunidade ou Oração dos Fiéis, como também é conhecida, marca o último ato do Rito da Palavra. Nela toda a comunidade apresenta suas súplicas ao Senhor e intercede por todos os homens.
Alguns pedidos não devem ser esquecidos pela comunidade:
– As necessidades da Igreja.
– As autoridades públicas.
– Os doentes, abandonados e desempregados.
– A paz e a salvação do mundo inteiro.
– As necessidades da Comunidade Local
A introdução e o encerramento da Oração da Comunidade devem ser feitas pelo sacerdote. Quando possível, devem ser feitos espontaneamente. As preces podem ser feitas pelo comentarista, mas o ideal é que sejam feitas pela equipe de Liturgia, ou ainda pelos próprios fiéis. Cada prece deve terminar com expressões como: “Rezemos ao Senhor”, entre outras, para que a comunidade possa responder com: “Senhor, escutai a nossa prece” ou “Ouvi-nos, Senhor”.
Quando o sacerdote conclui a Oração da Comunidade, dizendo, por exemplo: “Atendei-nos, ó Deus, em vosso amor de Pai, pois vos pedimos em nome de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso”. a assembléia encerra com um: “Amém!”.
RITO SACRAMENTAL
Na liturgia eucarística atingimos o ponto alto da celebração. Durante ela a Igreja irá tornar presente o sacrifício que Cristo fez para nossa salvação. Não se trata de outro sacrifício, mas sim de trazer à nossa realidade a salvação que Deus nos deu. Durante esta parte a Igreja eleva ao Pai, por Cristo, sua oferta e Cristo dá-se como oferta por nós ao Pai, trazendo-nos graças e bênçãos para nossas vidas.
É durante a liturgia eucarística que podemos entender a missa como uma ceia, pois afinal de contas nela podemos enxergar todos os elementos que compõem uma: temos a mesa – mais propriamente a mesa da Palavra e a mesa do pão. Temos o pão e o vinho, ou seja, o alimento sólido e líquido presentes em qualquer ceia. Tudo conforme o espírito da ceia pascal judaica, em que Cristo instituiu a eucaristia.E de fato, a Eucaristia no início da Igreja era celebrada em uma ceia fraterna. Porém foram ocorrendo alguns abusos, como Paulo os sinaliza na Primeira Carta aos Coríntios. Aos poucos foi sendo inserida a celebração da palavra de Deus antes da ceia fraterna e da consagração. Já no século II a liturgia da Missa apresentava o esquema que possui hoje em dia.
Após essa lembrança de que a Missa também é uma ceia, podemos nos questionar sobre o sentido de uma ceia, desde o cafezinho oferecido ao visitante até o mais requintado jantar diplomático. Uma ceia significa, entre outros: festa, encontro, união, amor, comunhão, comemoração, homenagem, amizade, presença, confraternização, diálogo, ou seja, vida. Aplicando esses aspectos a Missa, entenderemos o seu significado, principalmente quando vemos que é o próprio Deus que se dá em alimento. Vemos que a Missa também é um convívio no Senhor.
A liturgia eucarística divide-se em: apresentação das oferendas, oração eucarística e rito da comunhão.
1. Apresentação das Oferendas
Apesar de conhecida como ofertório, esta parte da Missa é apenas uma apresentação dos dons que serão ofertados junto com o Cristo durante a consagração. Devido ao fato de maioria das Missas essa parte ser cantada não podemos ver o que acontece durante esse momento. Conhecendo esses aspectos poderemos dar mais sentido à celebração.
Analisemos inicialmente os elementos do ofertório: o pão o vinho e a água. O que significam? De fato foram os elementos utilizados por Cristo na última ceia, mas eles possuem todo um significado especial:
1) o pão e o vinho representam a vida do homem, o que ele é, uma vez que ninguém vive sem comer nem beber;
2) representam também o que o homem faz, pois ninguém vai à roça colher pão nem na fonte buscar vinho;
3) em Cristo o pão e o vinho adquirem um novo significado, tornando-se o Corpo e o Sangue de Cristo. Como podemos ver, o que o homem é, e o que o homem faz adquirem um novo sentido em Jesus Cristo.
E a água? Durante a apresentação das oferendas, o sacerdote mergulha algumas gotas de água no vinho. E o porquê disso? Sabemos que no tempo de Jesus os judeus bebiam vinho diluído em um pouco de água, e certamente Cristo também devia fazê-lo, pois era verdadeiramente homem. Por outro lado, a água quando misturada ao vinho adquire a cor e o sabor deste. Ora, as gotas de água representam a humanidade que se transforma quando diluída em Cristo.
Os tempos da preparação das oferendas:
a) Preparação do altar
“Em primeiro lugar prepara-se o altar ou a mesa do Senhor, que é o centro de toda liturgia eucarística, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o cálice e o missal, a não ser que se prepare na credência”(IGMR 49).
b) Procissão das oferendas
Neste momento, trazem-se os dons em forma de procissão. Lembrando que o pão e o vinho representam o que é o homem e o que ele faz, esta procissão deve revestir-se do sentimento de doação, ao invés de ser apenas uma entrega da água e do vinho ao sacerdote.
c) Apresentação das oferendas a Deus
O sacerdote apresenta a Deus as oferendas através da fórmula: Bendito sejais… e o povo aclama: Bendito seja Deus para sempre! Este momento passa despercebido da maioria das pessoas devido ao canto do ofertório. O ideal seria que todo o povo participasse desse momento, sendo o canto usado apenas durante a procissão e a coleta fosse feita sem as pessoas saírem de seus locais. O canto não é proibido, mas deve procurar durar exatamente o tempo da apresentação das oferendas, para que o sacerdote não fique esperando para dar prosseguimento à celebração.
d) A coleta do ofertórioJá nas sinagogas hebraicas, após a celebração da Palavra de Deus, as pessoas costumavam deixar alguma oferta para auxiliar as pessoas pobres. E de fato, este momento do ofertório só tem sentido se reflete nossa atitude interior de dispormos os nossos dons em favor do próximo. Aqui, o que importa não é a quantidade, mas sim o nosso desejo de assim como Cristo, nos darmos pelo próximo. Representa o nosso desejo de aos poucos, deixarmos de celebrar a eucaristia para nos tornarmos eucaristia.
e) O lavar as mãos
Após o sacerdote apresentar as oferendas ele lava suas mãos. Antigamente, quando as pessoas traziam os elementos da celebração de suas casas, este gesto tinha caráter utilitário, pois após pegar os produtos do campo era necessário que lavasse as mãos. Hoje em dia este gesto representa a atitude, por parte do sacerdote, de tornar-se puro para celebrar dignamente a eucaristia.
f) O Orai Irmãos…
Agora o sacerdote convida toda assembléia a unir suas orações à ação de graças do sacerdote.
g) Oração sobre as Oferendas
Esta oração coleta os motivos da ação de graças e lança no que segue, ou seja, a oração eucarística. Sempre muito rica, deve ser acompanhada com muita atenção e confirmada com o nossoamém!
2. A Oração Eucarística
É na oração eucarística em que atingimos o ponto alto da celebração. Nela, através de Cristo que se dá por nós, mergulhamos no mistério da Santíssima Trindade, mistério da nossa salvação:
“A oração eucarística é o centro e ápice de toda celebração, é prece de ação de graças e santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e na ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai por Jesus Cristo em nome de toda comunidade. O sentido desta oração é que toda a assembléia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício” (IGMR 54).
a) Prefácio
Após o diálogo introdutório, o prefácio possui a função de introduzir a assembléia na grande ação de graças que se dá a partir deste ponto. Existem inúmeros prefácios, abordando sobre os mais diversos temas: a vida dos santos, Nossa Senhora, Páscoa etc.
b) O Santo
É a primeira grande aclamação da assembléia a Deus Pai em Jesus Cristo. O correto é que seja sempre cantado, levando-se em conta a maior fidelidade possível à letra da oração original.
c) A invocação do Espírito Santo
Através dele Cristo realizou sua ação quando presente na história e a realiza nos tempos atuais. A Igreja nasce do espírito Santo, que transforma o pão e o vinho. A Igreja tem sua força na Eucaristia.
d) A consagração
Deve ser toda acompanhada por nós. É reprovável o hábito de permanecer-se de cabeça baixa durante esse momento. Reprovável ainda é qualquer tipo de manifestação quando o sacerdote ergue a hóstia, pois este é um momento sublime e de profunda adoração. Nesse momento o mistério do amor do Pai é renovado em nós. Cristo dá-se por nós ao Pai trazendo graças para nossos corações. Daí ser esse um momento de profundo silêncio.
e) Preces e intercessões
Reconhecendo a ação de Cristo pelo Espírito Santo em nós, a Igreja pede a graça de abrir-se a ela, tornando-se uma só unidade. Pede para que o papa e seus auxiliares sejam capazes de levar o Espírito Santo a todos. Pede pelos fiéis que já se foram e pede a graça de, a exemplo de Nossa Senhora e dos santos, os fiéis possam chegar ao Reino para todos preparados pelo Pai.
f) Doxologia Final
É uma espécie de resumo de toda a oração eucarística, em que o sacerdote tendo o Corpo e Sangue de Cristo em suas mãos louva ao Pai e toda assembléia responde com um grande “amém”, que confirma tudo aquilo que ela viveu. O sacerdote a diz sozinho.
3. Rito da ComunhãoA oração eucarística representa a dimensão vertical da Missa, em que nos unimos plenamente a Deus em Cristo. Após alcançarmos a comunhão com Deus Pai, o desencadeamento natural dos fatos é o encontro com os irmãos, uma vez que Cristo é único e é tudo em todos. Este é o momento horizontal da Missa. Tem também esse momento o intuito de preparar-nos ao banquete eucarístico.
a) O Pai-Nosso
É o desfecho natural da oração eucarística. Uma vez que unidos a Cristo e por ele reconciliados com Deus, nada mais oportuno do que dizer: Pai nosso… Esta oração deve ser rezada em grande exaltação, se for cantada, deve seguir exatamente as palavras ditas por Cristo, quando as ensinou aos discípulos. Após o Pai Nosso segue o seu embolismo, ou seja, a continuação do último pensamento da oração. Segue aqui uma observação: o único local em que não dizemos “amém” ao final do Pai Nosso é na Missa, dada a continuidade da oração expressa no embolismo.
b) Oração pela paz
Uma vez reconciliados em Cristo, pedimos que a paz se estenda a todas as pessoas, presentes ou não, para que possam viver em plenitude o mistério de Cristo. Pede-se também a Paz para a Igreja, para que, desse modo, possa continuar sua missão. Esta oração é rezada somente pelo sacerdote.
c) O cumprimento da Paz
É um gesto simbólico, uma saudação pascal. Por ser um gesto simbólico, não há a necessidade em sair do local para cumprimentar a todos na Igreja. Se todos tivessem em mente o simbolismo expresso nesse momento, não seria necessária a dispersão que o caracteriza na maioria dos casos. Também não é permitido que se cante durante esse momento, uma vez que deveria durar pouco tempo.
d) O Cordeiro de Deus
O sacerdote e a assembléia se preparam em silêncio para a comunhão. Neste momento o padre mergulha um pedaço do pão no vinho, representando a união de Cristo presente por inteiro nas duas espécies. A seguir todos reconhecem sua pequenez diante de Cristo e como o Centurião exclamam: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo. Cristo não nos dá apenas sua palavra, mas dá-se por amor a cada um de nós.
e) A comunhão
Durante esse momento a assembléia dirige-se à mesa eucarística. O canto deve procurar ser um canto de louvor moderado, salientando a doação de Cristo por nós. A comunhão pode ser recebida nas mãos ou na boca, tendo o cuidado de, no primeiro caso, a mão que recebe a hóstia não ser a mesma que a leva a boca.
Aqueles que por um motivo ou outro não comungam, por não se encontrarem devidamente preparados (estado de graça santificante) é importante que façam desse momento também um momento de encontro com o Cristo, no que chamamos de Comunhão Espiritual. Após a comunhão segue-se a ação de graças, que pode ser feita em forma de um canto ou pelo silêncio, que dentro da liturgia possui sua linguagem importantíssima. O que não pode é esse momento ser esquecido ou utilizado para conversar com quem está ao nosso lado.
f) Oração após a comunhão
Infelizmente criou-se o mau costume em nossas assembléias de se fazer essa oração após os avisos, como uma espécie de convite apressado para se ir embora. Esta oração liga-se ainda a liturgia eucarística, e é o seu fechamento, pedindo a Deus as graças necessárias para se viver no dia-a-dia tudo que se manifestou perante a assembléia durante a celebração.
RITOS FINAIS
“O rito de encerramento da Missa consta fundamentalmente de três elementos: a saudação do sacerdote, a bênção, que em certos dias e ocasiões é enriquecida e expressa pela oração sobre o povo, ou por outra forma mais solene, e a própria despedida, em que se despede a assembléia, afim de que todos voltem ás suas atividades louvando e bendizendo o Senhor com suas boas obras” (IGMR 57).
a) SaudaçãoPara muitos, este momento é um alívio, está cumprido o preceito dominical. Mas para outros, esta parte é o envio, é o início da transformação do compromisso assumido na Missa em gestos e atitudes concretas. Ouvimos a Palavra de Deus e a aceitamos em nossas vidas. Revivemos a Páscoa de Cristo, assumindo também nós esta passagem da morte para a vida e unimo-nos ao sacrifício de Cristo ao reconhecer nossa vida como dom de Deus e orientando-a em sua direção.
b) Avisos
Sem demais delongas, este momento é o oportuno para dar-se avisos à comunidade, bem como para as últimas orientações do presidente da celebração.
c) Bênção Final
Após, segue-se a bênção do sacerdote e a despedida. Para alguns liturgistas, esse momento é um momento de envio, pois o sacerdote abençoa os fiéis para que estes saiam pelo mundo louvando a Deus com palavras e gestos, contribuindo assim para sua transformação.
d) Despedida
Passando a despedida para o latim ela soa da seguinte forma: “Ite, Missa est”. Traduzindo-se para o português, soa algo como “Ide, tendes uma bênção e uma missão a cumprir”, pois em latim,missa significa missão ou demissão, como também pode significar bênção. Nesse sentido, eucaristia significa bênção, o que não deixa de ser uma realidade, já que através da doação de seu Filho, Deus abençoa toda a humanidade. De posse desta boa-graça dada pelo Pai, os cristãos são re-enviados ao mundo para que se tornem eucaristia, fonte de bênçãos para o próximo. Desse modo a Missa reassume todo seu significado.
CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DOS CÂNTICOS LITÚRGICOS
Não é qualquer canto que se escolhe para as celebrações. Existem cantos litúrgicos (para as missas) e cantos mensagem (para outras ocasiões, encontros, etc…). As características do Canto litúrgico são:
1. Conteúdo ou inspiração bíblica;
2. Qualquer salmo cantado é litúrgico;
3. Deve ter melodia fácil;
4. Todos os cânticos litúrgicos são personalizados (ritmo próprio, letra própria e momento próprio);
5. Ter cuidado com as músicas destinadas às partes fixas da Celebração (Glória, Santo, Pai Nosso, Cordeiro), pois cada um tem o seu conteúdo próprio e isto é da Tradição da Igreja.
As características a serem levadas em consideração são:
1. Canto de entrada:
Letra: Deve ser um convite à celebração! Deve falar do motivo da celebração.
Música: De ritmo alegre, festivo, que expresse a abertura da celebração.
2. Canto penitencial:
De cunho introspectivo, a ser cantado com expressão de piedade. Deve expressar confiança no perdão de Deus.
Letra: Deve conter um pedido de perdão, sem necessariamente seguir a fórmula do Missal.
Música: Lenta, que leve à introspecção. Sejam usados especialmente instrumentos mais suaves.
3. Canto do glória:
Letra: O texto deve seguir o conteúdo próprio da Tradição da Igreja.
Música: Festiva, de louvor a Deus. Podem ser usados vários instrumentos.
4. Salmo Responsorial:
Letra: Faz parte integrante da liturgia da palavra: tem que ser um salmo. Deve ser cantado, revezando solo e povo, ou, ao menos o refrão. Pode ser trocado pelo próprio salmo cantado, porém nunca por um canto de meditação.
Letra: Salmo próprio do dia
Música: Mais suave. Instrumentos mais doces.
5. Aclamação ao Evangelho:
Letra: Tem que ter ALELUIA (louvor a Javé), exceto na Quaresma. É um convite para ouvir; é o anúncio da Palavra de Jesus. Deve ser curto, e tirado do lecionário, próprio do dia.
Música: De ritmo vibrante, alegra, festivo e acolhedor. Podem ser usados outros instrumentos.
6. Canto das oferendas:
É um canto facultativo. A equipe decide e combina com o padre. Caso não seja cantado, é oportuno um fundo musical (exceto Advento e Quaresma), até que as ofertas cheguem até o altar, cessando então, para que se ouça as orações de oferecimento que o padre rezará, então, em voz alta.
Letra: Não é tão necessário que se fale de pão e vinho. Pode falar do oferecimento da vida, etc…
Música: Melodia calma, suave. Uso de instrumentos suaves.7. Santo:
É um canto vibrante por natureza.
Letra: Se possível seguir o texto original, indicado pela Tradição da Igreja.
Música: Que os instrumentos expressem a exultação desse momento e a santidade “Tremenda de Deus”. Deve ser sempre cantado.
8. Doxologia: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo”
É uma hora muito importante e solene. É o verdadeiro e próprio ofertório da missa. É cantado apenas pelo Sacerdote. O AMÉM conclusivo, aí sim cantado pelo povo é o mais importante da Missa e deve ser cantado ao menos aos finais de semana.
9. Pai-Nosso:
Pode ser cantado, mas desde que com as mesmas e exatas palavras da oração. Não de diz o Amém, mesmo quando cantado.
10. Cordeiro de Deus:
Pode ser cantado com melodia não muito rápida e sempre com as mesmas palavras da oração.
11. Canto de Comunhão:
É um canto processional, para se cantar andando.
Letra: Preferência que tenha sintonia com o Evangelho e que seja “Eucarística”.
Música: Processional, toada, balada, etc…
12. Ação de Graças:
Se for o caso, se canta dando graças, louvando e agradecendo o encontro com o Senhor e com os Irmãos. No entanto, que se tenha tempo de silêncio profundo e de adoração e intimidade com o Senhor. Instrumentos mais doces e melodia lenta e que leve a adoração.
13. Canto final:
É para ser cantado após a Bênção Final, enquanto o povo se retira da Igreja: é o canto de despedida.
Letra: Deve conter uma mensagem que levaremos para a vida, se possível, referente ao Evangelho do dia.
Música: Alegre, vibrante. Podem ser usados outros instrumentos.
O USO DO INCENSO NA MISSA
A incensação pode ter os seguintes significados:
1. Sagração das oblatas à imitação dos sacrifícios do AT;
2. Uma oferta simbólica das orações da Igreja;
3. Na Incensação das pessoas, vê-se uma participação coletiva nos dons;
4. Símbolo de respeito e de veneração para com os dons;
5. Símbolo da Graça, o bom odor de Cristo, que d’Ele chega aos fiéis pelo ministério do Sacerdote;
Usa-se o incenso na Liturgia da Missa nos seguintes momentos:
1. Ritos Iniciais: Na entrada à frente da Cruz processional e para a incensação do Altar e da Cruz;
2. Rito da Palavra: À frente na procissão do Evangelho e na proclamação do mesmo;
3. Rito Sacramental: Na incensação das Oferendas e do Altar e da Cruz, na incensação da Igreja(Celebrante e Povo), e na Consagração;
A palavra “liturgia” é uma palavra da língua grega: LEITURGUIA de leiton-érgon que significa “ação do povo”, “serviço da parte do povo e em favor do povo”. Na tradição cristã, ele quer significar que o povo de Deus torna parte na “obra de Deus”. Pela Liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote, continua em sua Igreja, com ela e por ela, a obra de nossa redenção.
De: clerus.va
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07 agosto 2015
"Rito da paz não é momento para dar ‘parabéns’”, esclarece Bispo de Barretos (SP) em decreto sobre a Celebração da Eucaristia
REDAÇÃO CENTRAL, 05 Ago. 15 / 04:40 pm (ACI).- O Bispo da Diocese de Barretos (SP), Dom Milton Kenan Júnior, publicou na terça-feira, 4, um Decreto Episcopal sobre a distribuição da Sagrada Comunhão sob duas espécies, o abraço da paz e a atuação dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão nas Celebrações Eucarísticas. No texto, o prelado sublinha orientações que têm por base documentos da Igreja e buscam que alguns abusos sejam evitados durante a celebração da Eucaristia.
“Desde o início do meu ministério episcopal em nossa Diocese de Barretos, observando como são distribuídas as sagradas espécies do Corpo e do Sangue do Senhor, o Rito do Abraço da Paz e a participação dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão no Rito da Comunhão, creio ser importante chamar a atenção dos irmãos padres, dos ministros e fiéis para o que a Igreja determina em relação a estas matérias”, explicou o Prelado, no Decreto.
Citando a Instrução Redemptionis Sacramentum, Dom Kenan esclarece que o que deve ser observado em relação à Sagrada Comunhão sob duas espécies: “Não seja permitido ao comungante molhar por si mesmo a hóstia no cálice, nem que receba na mão a hóstia molhada; ou seja, para a distribuição da comunhão eucarística é somente permitida a comunhão na boca (cf. n.104)”.
Quanto ao rito da paz, o Bispo sublinha que alguns abusos devem ser evitados. Ele faz referência à Carta Circular da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, sobre o Significado Ritual do Dom da Paz na Missa, de 8 de junho de 2014.
O primeiro ponto abordado nesta questão é o canto da paz, “inexistente no Rito Romano” e que, portanto, “deve ser retirado das celebrações”. O segundo tópico se refere ao deslocamento dos fiéis, o que não deve acontecer. “Basta saudar as pessoas que estão próximas”, sublinha. Quanto aos sacerdotes, afirma que este “não deve se distanciar do altar” para saudar os fiéis.
O Bispo recorda ainda circunstâncias específicas, tais como Páscoa, Natal, confirmação, matrimônio, sagradas ordens, profissões religiosas ou exéquias. Ele esclarece: “O rito da paz não é momento para dar ‘parabéns’, ‘feliz natal’, ‘feliz páscoa’ ou qualquer outra saudação”.
Por fim, Dom Kenan trata da atuação dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão nas Missas. Ele recorda que os ministros extraordinários colaboram e não substituem os ministros ordenados. “Daí, não é permitido que o ministro ordenado sente-se durante a comunhão eucarística deixando a distribuição da Sagrada Comunhão ao encargo dos ministros”, afirma.
O mesmo deve ser observado, conforme assinalou o Bispo, em celebrações onde haja maior número de ministros ordenados. “Que os ministros extraordinários não desempenhem o seu ministério, dando àqueles que são ordenados a possibilidade de exercerem o seu ministério como lhes compete pelo sacramento da Ordem”, explica.
DE: acidigital.com
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