A Basílica de São Pedro estava esta manhã repleta de fieis que
participaram na celebração litúrgica de encerramento do Sínodo dos
Bispos sobre a nova evangelização.
Com o Santo Padre concelebrou a
mais de centena e meia de cardeais e bispos que, ao longo de três
semanas, estiveram reunidos no Vaticano para reflectir sobre a forma de
reavivar a vivência evangélica dos católicos no mundo de hoje.
A
leitura do Evangelho deste domingo em que São Marcos nos apresenta a
figura de cego, Bartimeu, curado, graças à sua profunda fé, por Jesus -
serviu de inspiração ao Papa para a sua homilia. Bartimeu é a pessoa
que tem necessidade de luz e tem consciência disso. Poderia, por isso,
representar – disso o Papa – um modelo para aquelas pessoas que vivem em
regiões de antiga evangelização, onde a luz da fé se ofuscou, e se
afastaram de Deus, deixando de O considerar relevante para a própria
vida”.
“São as inúmeras pessoas que precisam de uma nova
evangelização, isto é, de um novo encontro com Jesus, o Cristo, o Filho
de Deus que pode voltar a abrir os seus olhos, a ensinar-lhes o caminho”
Mas
a nova evangelização não é só para essas pessoas. Diz respeito a toda
vida da Igreja, antes de mais à pastoral ordinária, que deve ser animada
pelo fogo do Espírito – frisou Bento XVI, ponde em realce três linhas
pastorais que emergiram do Sínodo:
“A primeira diz respeito aos
Sacramentos da iniciação cristã. Foi reafirmada a necessidade de
acompanhar com uma catequese adequada, a preparação para o Baptismo, a
Confirmação e a Eucaristia”.
O Papa recordou a este respeito que
foi também reiterada a importância da Penitência, Sacramento da
misericórdia de Deus, e que a figura dos Santos foi indicada como
protagonistas da nova evangelização, pois que, com o exemplo da vida e
as obras de caridade, falam uma linguagem acessível a todos.
Como segunda linha de evangelização, Bento XVI indicou a missão ad gentes, para a qual são chamados consagrados e leigos.
“Foi
sublinhado que há muitos ambientes em África, Ásia e Oceânia, onde os
habitantes aguardam com viva expectativa – às vezes sem estar plenamente
conscientes disso – o primeiro anuncio do Evangelho. Por isso é preciso
pedir ao Espírito Santo que suscite na Igreja um renovado dinamismo
missionário, cujos protagonistas sejam, de modo especial, os agentes
pastorais e féis leigos”.
Frisando que com a globalização e a
deslocação de populações a missão ad gentes torna-se necessária também
nos países de antiga evangelização, o Papa passou à terceira linha
pastoral desta nova evangelização.
“Um terceiro aspecto diz respeito ás pessoas baptizadas que, porém não vivem as exigências do Baptismo”.
Estas
pessoas – constatou-se no Sínodo - encontram-se em todos os
continentes, especialmente no mais secularizados. A Igreja dá-lhes
particular atenção a fim de as levar a redescobrir a alegria da fé em
Cristo – referiu o Papa acrescentando ainda que para pôr em práticas
estas três linhas pastorais com vista na nova evangelização, a Igreja,
não se serve apenas dos métodos tradicionais de pastoral, mas procura
também “lançar mão de novos métodos”, de novas linguagens mais
apropriadas para as diversas culturas do mundo, a fim de implementar um
diálogo na simpatia e amizade fundamenta em Deus.
Este esforço de
criatividade pastoral já está a ser levada a cabo com algumas
iniciativas como “o átrio dos gentios”, e a “missão continental", entre
outras, indicou o Papa, confiante de que o Senhor abençoará
abundantemente esses esforços. E rematou dizendo que os novos
evangelizadores são pessoas que, como Bartimeu, voltaram a aproximar-se,
com fé, a Jesus Cristo, tornaram-se discípulos e exultam de alegria,
porque o Senhor fez nelas grandes coisas.
De: news.va
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