Barquisimeto - Venezuela (Segunda-feira, 21-01-2013, Gaudium
Press) Mais de três milhões de fiéis católicos da Venezuela reafirmaram sua
devoção à Santíssima Virgem, venerada sob a invocação da Divina Pastora, em uma
tradicional festa celebrada no dia 14 de janeiro. A cada ano, os fiéis se
congregam em uma das maiores manifestações públicas de Fé do país e participam
da Santa Missa e da multitudinária procissão até a cidade de Barquisimeto,
localizada no Ocidente do país.
Procissão reuniu uma multidão de fiéis
Neste ano, a mensagem do Arcebispo de Barquisimeto, Dom
Antonio López Castillo, esteve centrada na petição do fim da violência e da
cultura da morte. "Diante da imagem venerável da Divina Pastora lhes
manifesto que me preocupa tanta violência, tanto crime", expressou o
prelado. "Matar não é querido por Deus. O homicídio é pecado, o suicídio é
pecado, irmãs e irmãos, a vida é sagrada, respeitemos a vida; a violência nos
destrói, procuremos viver em fraternidade".
Após superar uma interrupção ocasionada pelas autoridades
militares locais, a procissão avançou pelas ruas da cidade sob forte sol e uma
temperatura superior aos 30 graus Celsius. Durante a procissão, numerosos fiéis
ofereceram testemunhos de milagres atribuídos a intercessão da Santíssima
Virgem, motivo pelo qual seguiam a imagem para cumprir suas promessas.
Numerosas instituições e voluntários distribuíram bebidas entre os peregrinos.
Milagrosa tradição de Fé
A invocação da Divina Pastora tem sua origem na Espanha,
quando Santo Isidoro de Sevilla a observou em sonhos e a descreveu ao artista
Alonso Miguel de Tovar, que a retratou em um quadro. O escultor Francisco Ruiz
Gijón esculpiu uma imagem em tamanho natural, que foi levada em procissão pela
primeira vez em 1705. Em 1736, o pároco de Santa Rosa, Venezuela, encarregou
uma imagem a este mesmo artista.
Sem embargo, a imagem requerida pelo sacerdote era a da
Imaculada Conceição, e ao receber em troca a da Divina Pastora, tentou
devolvê-la para a Espanha. Mas a imagem inexplicavelmente ficou pesada, e não
foi possível regressá-la, feito que foi interpretado pelos fiéis como a vontade
da Santíssima Virgem de ficar no país.
A imagem resistiu em 1892 a um terremoto que destruiu o
templo onde se venerava, o qual consolidou a devoção popular. Em 1855, uma
epidemia de cólera se desatou na zona e os fiéis solicitaram ao pároco Macario
Yépez que se fizesse uma procissão com a imagem como última esperança da
povoação. O sacerdote realizou a procissão e, estando o mesmo enfermo, pediu a
Divina Pastora ser a última vítima da epidemia. Nesse mesmo dia, o pároco faleceu
e cessaram por completo as mortes ocasionadas pela enfermidade.
Este milagre atraiu a multidão de fiéis que a cada ano se
reúne para comemorar o fato. A tradicional festa atrai pessoas de todas as
regiões do país e inclusive do estrangeiro. A procissão anual parte da povoação
de Santa Rosa e percorre 7,5 quilômetros até a Catedral de Barquisimeto.
(EPC/GPE)
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