10 janeiro 2013

"Viver a fé todos os dias, concretamente" - Bento XVI

Cidade do Vaticano (RV) – Nesta quarta-feira, 09, o Papa recebeu fiéis e turistas na Sala Paulo VI, no tradicional encontro das quartas-feiras.

Na audiência, o Pontífice fez uma longa catequese em italiano, explicando o sentido da encarnação, o “mistério do Verbo, Filho de Deus, que se fez carne”.

“Com a encarnação – disse o Papa – Deus não nos dá apenas alguma coisa, mas nos dá a si mesmo, entregando-nos seu Filho por nós. E é assim que nós devemos agir em nossos relacionamentos: movidos pela gratuidade e pelo amor”.

A este ponto, Bento XVI introduziu um segundo elemento em sua catequese: “Os presentes que trocamos com pessoas amigas, como o fizemos no Natal, podem ser gestos convencionais, mas geralmente expressam carinho; são sinal de amor e de respeito”. “Esta ‘doação’ no Natal nos recorda que Deus, naquela noite Santa, se fez carne, assumiu a nossa humanidade e nos ‘doou’ a sua divindade”.

O Papa continuou lembrando outro aspecto importante da encarnação: o extraordinário realismo do amor de Deus, que quis entrar em nossa história carregando sobre si o peso da vida humana: “Ele nos ensina que nossa fé não tem a ver apenas com a inteligência e o coração, mas deve tocar e orientar toda a nossa vida, concretamente”.

E enfim, Bento XVI concluiu afirmando que “aquele menino, o Filho de Deus que contemplamos no Natal, nos mostra quem é o homem, o verdadeiro rosto do ser humano, e como, seguindo-o, dia após dia, realizamos o projeto de Deus para nós”.

O Papa pediu que todos meditemos sobre a grande e maravilhosa riqueza do Mistério da Encarnação, deixando que o Senhor nos ilumine e nos transforme cada vez mais, à imagem de seu Filho, feito homem por nós.

Resumindo sua catequese em português, Bento XVI disse:

“O Filho Unigênito de Deus encarnou e fez-Se homem, para nos tornar participantes da sua natureza divina. Entre os usos e costumes do período natalício, conta-se a troca de presentes em sinal de amizade e estima. Pois bem! Na Noite de Natal, vimos Jesus assumir a nossa humanidade, para nos dar a sua divindade: ao fazer-Se carne, quis dar-Se a Si mesmo aos homens. Jesus é o presente maior. Quem não consegue dar algo de si mesmo, dá sempre demasiado pouco! Por vezes, procura-se compensar ou substituir com coisas materiais o compromisso de nos darmos a nós próprios. O mistério da encarnação mostra que Deus não procede assim; não Se limita a dar-nos coisas, mas quis dar-Se a Si mesmo no seu Filho Unigênito. Ele fez-Se verdadeiramente um de nós, para nos comunicar a sua própria vida; e fê-lo, não com a investida de um soberano que subjuga o mundo com o seu poder, mas com a humildade dum Menino. Em Jesus, manifesta-se plenamente o homem ao homem”.

“Uma cordial saudação a todos os peregrinos de língua portuguesa, a quem agradeço a presença e desejo a riqueza imensa e inesgotável que é Cristo, o Deus feito homem. Revesti-vos de Cristo! E, com Ele, o vosso Ano Novo não poderá deixar de ser feliz. Sobre vós e vossas famílias, desça a minha Bênção”.

Na conclusão da audiência, o Papa concedeu a todos a sua bênção.
(CM)


De: radiovaticana.va 

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