27 agosto 2013

Egípcios de todas as religiões estiveram unidos pela expulsão da Irmandade Muçulmana do poder

Irmã Expedita Pérez

A minoria Cristã no Egito já está acostumada a lidar com a discriminação e gozar de pouca liberdade religiosa, mas nas últimas semanas tiveram que carregar um fardo extra: foram injustamente culpados da queda de Mohamed Mursi, membro da Irmandade Muçulmana, removido do cargo de Presidente do Egito no final de junho após várias manifestações populares.


“Estamos sendo acusados pela Irmandade de termos destituído o Presidente Mursi, mas somos apenas uma pequena minoria de 12% da nação, e as manifestações contrárias constavam de mais de 33 milhões de pessoas”, afirma a missionária comboniana espanhola, Irmã Expedita Pérez, que trabalha em uma escola no Cairo.

Como resultado desta acusação, o pequeno pavio de sentimentos anticristãos, que já vinha se consumindo ao longo do tempo, esgotou-se, detonando uma explosão de violência contra igrejas, centros paroquiais, comunidades e escolas. Os fundamentalistas e extremistas sentiram que agora tinham a desculpa perfeita para tentar novamente destruir a presença nada bem-vinda dos cristãos no país. A Irmã Expedita escuta diariamente os gritos de protesto, algumas vezes violentos, e assim como toda a comunidade cristã, ela experimenta o temor e a incerteza sobre o futuro do país. “A comunidade cristã está aterrorizada, mas finalmente despertou, abriu os olhos e começou a sair da sacristia e tomar consciência da situação presente. Agora querem tomar coragem e se defender contra os terroristas. É verdade que muitas igrejas foram incendiadas, mas também é verdade que os cristãos começaram a mobilizar-se para defender seus templos. Estão revezando dia e noite em frente às igrejas; sobretudo jovens que se instalaram diante delas para evitar os ataques”.

Segundo Ir. Expedita explicou à Associação Católica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), estes jovens cristãos “estão cercando as igrejas junto de outros irmãos de fé, tanto ortodoxos como protestantes. Todos eles unidos”. A comboniana insiste que na ocasião da destituição de Mursi o povo Egípcio esteve unido contra a presença da Irmandade Muçulmana no poder. “Não só os cristãos, mas também muçulmanos saíram às ruas para defender e batalhar por algo que era justo”, afirmou.

No que diz respeito ao futuro do país, Ir. Expedita está confiante que não será um governo exclusivamente militar e que todos os egípcios participarão nele. “Até o momento o governo parece estar defendendo e respeitando as minorias: veremos como será no futuro, pois os ataques terroristas são ferozes e insistentes. O Egito é muito grande, e todos temos que construí-lo juntos”, enfatiza a religiosa.

De: ais.org.br


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