INTRODUÇÃO
Neste
presente artigo veremos a crença da Igreja Primitiva no Sacramento da
Ordem. Assim define o catecismo da Igreja Católica o que é a ordem:
“A
Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo a seus
Apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos; é,
portanto, o sacramento do ministério apostólico. Comporta três graus: o
episcopado, o presbiterado e o diaconato. (Sobre a instituição e a
missão do ministério apostólico por Cristo, veja se acima. Aqui, só se
trata da via sacramental pela qual se transmite este ministério.)” (CIC 1536)
Abaixo
os leitores verão como também os pais da Igreja dividiam o ministério
do serviço a Deus em 3 graus, e como as pessoas que recebiam este
sacramento eram consideradas diferentes dos demais fiéis em virtude da
sua missão.
A ORDEM NA IGREJA PRIMITIVA
Inácio de Antioquia (110 d.C)
“Nas
pessoas acima mencionadas, pude observar, na fé e no amor, toda a vossa
comunidade; assim, exorto-vos a estudarem todas as coisas com divina
harmonia, tendo vosso bispo presidindo no lugar de Deus e vossos
presbíteros no lugar da assembléia dos apóstolos, junto com seus
diáconos - que são muito queridos para mim - aos quais foi confiado o
serviço de Jesus Cristo, que estava com o Pai antes do início dos tempos
e que por fim se manifestou. Fazei tudo, então, imitando a
mesma conduta divina, mantendo o respeito uns pelos outros, não olhando
para o seu próximo segundo a carne, mas amando-o continuamente em Jesus
Cristo. Que nada exista entre vós causando divisão, mas sejais unidos ao
vosso bispo e àqueles que vos presidem, como um sinal evidente da vossa
imortalidade.” (Carta aos Magnésios, CAPÍTULO VI)
“Na
hora em que vos submeteis ao bispo como a Jesus Cristo, me dais a
impressão de não viverdes segundo os homens, mas segundo Jesus Cristo,
que morreu por nós para fugirdes à morte pela confiança na morte d’Ele. É
mesmo necessário, como alias e de vosso feitio, nada empreender sem o
bispo, mas submeter-vos também ao presbitério como a apóstolos de Jesus
Cristo nossa Esperança, no qual nos encontraremos se assim nos portarmos.
Faz-se igualmente mister que os que são diáconos dos mistérios de Jesus
Cristo agradem a todos em tudo. Pois não é de comidas e bebi das que
são diáconos, mas são servos da Igreja de Deus. Terão que precaver-se pois contra as acusações, como contra o fogo.” (Aos Tralianos, CAPÍTULO II)
“Cuidai-vos,
pois, de tais pessoas. Fá-lo-eis, se não vos orgulhardes e não vos
separardes de Jesus Cris to Deus, nem do bispo nem das prescrições dos
Após tolos. Quem se encontra no interior do santuário é puro; quem se
encontra fora do santuário não é puro, isto é, quem pratica alguma coisa
sem o bispo, o presbitério e o diácono, este não é puro em sua
consciência.” (Aos tralianos Capitulo VII)
Tertuliano
Estritamente
falando, Tertuliano não é considerado um pai da Igreja, mas um
apologista e escritor eclesiástico, já que no final de sua vida cai em
heresia abraçando o montanismo. Porém foi lido antes de seu abandono da
Igreja Católica. Tanto em seu período ortodoxo quanto em seu período
herético temos em Tertuliano um testemunho que nos informa sobre a
prática primitiva da Crisma na Igreja.
“Está escrito: ‘Um reino também, e sacerdotes para o Seu Deus e Pai, Ele nos tem feito.’ É
a autoridade da Igreja, e a honra que adquiriu a santidade através da
sessão conjunta da Ordem, que estabeleceu a diferença entre a Ordem e os
leigos. Assim, onde não há sessão conjunta da Ordem eclesiástica, você tem a oferecem, e batizam, e é padre, só para si mesmo. Mas onde
três estão, a igreja está, embora eles sejam leigos. Pois cada
indivíduo vive por sua própria fé, nem há exceção de pessoas com Deus,
pois não é os que ouvem a lei que são justificados pelo Senhor, mas
praticantes, de acordo com o que o apóstolo, além disto, diz. Portanto,
se você tem o direito de um sacerdote em sua própria pessoa, em casos de
necessidade, cabe a você ter também a disciplina de um sacerdote,
sempre que for necessário para que a luta de um padre.”(Exortação sobre à Castidade. 7)
Clemente de Alexandria
São
Clemente (não confundir com o Papa Clemente Romano) foi um teólogo
grego antigo e chefe da escola catequética de Alexandria. Nasceu em
Atenas, (a data é desconhecida) e morreu por volta do ano 215 d.C. Ele
foi também professor de Orígenes.
“Uma
vez que, segundo a minha opinião, os graus aqui na igreja, de bispos,
presbíteros, diáconos, são imitações da glória angelical, e de que a
economia, que, dizem as Escrituras, aguarda aqueles que, seguindo os
passos dos Apóstolos, viveram na perfeição da justiça, de acordo com o
Evangelho. Pois estes retomados nas nuvens, o
apóstolo escreve, vai primeiro ser ministro, então, ser classificado no
presbitério, por promoção em glória (pois glória difere de glória) até
eles crescem em 'um homem perfeito.” (Alexandria, Stromata, 13)
“E
que você pode ser ainda mais confiante, que arrependendo-se, assim,
verdadeiramente resta a você uma esperança certa de salvação, ouvi um
conto? Que não é um conto, mas uma narrativa, transmitida e comprometida
com a custódia da memória, sobre o Apóstolo João. Porque, quando, com a
morte do tirano, ele voltou a Éfeso da ilha de Patmos, ele foi
embora, sendo convidado, aos territórios contíguos das nações aqui para
nomear bispos, para pôr em ordem Igrejas inteiras, para ordenar tais
como foram marcados pelo Espírito.” (Quem é o homem rico que será salvo?)
Santo Atanásio
Atanásio de Alexandria (296 -373 d.C) foi bispo de Alexandria e o mais proeminente teólogo do século IV.
“Theognius,
Maris ... entraram em nossa Diocese, alegando que eles tinham recebido
ordens para investigar determinados assuntos eclesiásticos, entre os
quais falaram da quebra de um cálice do Senhor, de que a informação lhes
foi dada pela Ischyras, que trouxeram com eles, e que diz que ele é um
presbítero, embora ele não seja, - pois ele foi ordenado presbítero
pelos Colluthus que fingiam Episcopado, e depois foi ordenada por um
concílio geral, por Hosius e os Bispos que estavam com ele, a tomaram o
lugar de um Presbítero, como ele era antes, e, portanto, todos os que
foram ordenados por Colluthus retoaram o mesmo grau que detinham antes, e
assim Ischyras se provou por um leigo.” (Defesa contra os arianos)
Basílio Magno
Nasceu
por volta do ano 329 em Cesaréia da Capadócia. Chegou a ser um dos
Padres da Igreja grega que mais brilharam no século IV. Morreu em torno
do ano 379.
“Aqueles
que haviam se separado da Igreja já não tinham sobre eles a graça do
Espírito Santo, por isso deixou de ser transmitido quando a continuidade
foi interrompida. Os primeiros separatistas haviam recebido a ordenação
dos Padres¸ e possuíam o dom espiritual através da imposição das suas
mãos. Mas os que foram quebrados se tornaram leigos, e, porque eles não
são mais capazes de conferir aos outros que a graça do Espírito Santo a
partir do qual eles mesmos estão afastados, eles não tinham autoridade
ou para batizar ou para ordenar.” (Carta 188, 1)
Gregório O Grande
“Três anos
atrás, os subdiáconos de todas as igrejas na Sicília, de acordo com o
costume da Igreja Romana, eram proibidos de todas as relações conjugais
com suas esposas. Mas parece-me duro e impróprio aquele que não está
acostumado a tal continência, e não prometeu anteriormente castidade,
deva ser obrigado a separar-se de sua esposa, e, assim, (que Deus nos
livre) para o que é pior. Por isso, parece-me
bem que a partir do dia de hoje todos os bispos devam ser orientados a
não pretende fazer qualquer um subdiácono que não prometa viver
castamente.” (Livro I, Carta 44)
São Jerônimo
“A
virgindade de Cristo e da Virgem Maria têm dedicado em si os primeiros
frutos da virgindade para ambos os sexos. Os apóstolos, quer tenham sido
ou virgens, embora casados, viveram uma vida de celibato. Aquelas
pessoas que são escolhidas para ser bispos, sacerdotes e diáconos ou são
virgens ou viúvas, ou, pelo menos, quando depois de terem recebido o
sacerdócio, fazem votos de castidade perpétua.” (Cartas 48, 21)
São Leão Magno
O
Papa Leão I ou Leão o Grande, reinou de 440 até 461 d.C, data da sua
morte. O Local e data de nascimento são desconhecidas. O pontificado
dele junto ao de São Gregório I, é o mais significativo e importante na
antiguidade cristã. Na altura em que a Igreja estava experimentando os
maiores obstáculos para seu crescimento em consequência da desintegração
acelerada do Império Ocidental, enquanto o Oriente estava profundamente
agitado por causa controvérsias dogmáticas, este grande Papa, com
sagacidade e uma mão poderosa, orientou o destino da Igreja Romana e
Universal no caminho da ortodoxia.
“E, finalmente,
agora que o mistério deste sacerdócio Divino desceu à ação humana, não é
descendido pela linha de nascimento, nem é o que a carne e o sangue
criaram, é escolhido, mas sem levar em conta o privilégio de paternidade
e sucessão por herança, esses homens são recebidos pela Igreja como
seus governantes a quem o Espírito Santo prepara: para que na adoção do
povo de Deus, todo o corpo do qual é sacerdotal e real, não tenha uma
prerrogativa de origem terrestre que obtém a unção, mas a
condescendência da graça divina que cria o bispo.” (Sermões 3:1)
Santo Agostinho
Bispo
de Hipona e doutor da Igreja, é reconhecido como um dos quatro doutores
mais distintos da Igreja latina. Nasceu em 354 e chegou a ser bispo de
Hipona durante 34 anos. Combateu duramente todas as heresias de sua
época e morreu no ano 430.
“Portanto,
a bom do matrimônio em todas as nações e todos os homens está na
ocasião de gerar e fé de castidade: mas, tanto quanto diz respeito ao
povo de Deus, também na santidade do sacramento, em razão de que é
ilegal para aquela que deixa seu marido, mesmo quando ela foi repudiada,
se casar com outro, enquanto o seu marido vive, sem nem mesmo por uma
questão de ter filhos: e, considerando que esta é a única causa, por
isso é preciso tomar lugar, não se segue, é o vínculo matrimonial
liberado, salvo pela morte do marido ou esposa. Da mesma maneira, como
se não têm lugar uma ordenação de clérigos a fim de formar uma
congregação de pessoas, embora a congregação de pessoas que não seguem,
ainda resta nas pessoas ordenadas o sacramento da
ordenação, e se, por qualquer falha, qualquer um for removido de seu
cargo, ele não vai ficar sem o Sacramento do Senhor uma vez por todas
sobre ele, embora contendo até condenação.” (A boa do Casamento, Capítulo 24)
CONCLUSÃO
Como
vimos acima, na maioria dos grandes pais da Igreja o sacerdócio
ministerial, difere do sacerdócio universal dos leigos. Isso mostra que a
inovação de Lutero que todo mundo é igual e qualquer um pode fazer a
mesma coisa que o padre ou bispo, não passa de um inovação trazida por
sua mente herética, sem qualquer respaldo na traição cristã.
BIBLIOGRAFIA
De: Apologistascatolicos.com.br
Siga-nos no Facebook. Curta essa página==>>