O espírito crítico e
os ataques à Igreja
O espírito de “criticidade” tão presente na boca dos
anticlericais nada mais é que o espírito satânico do non serviam
Em
um mundo onde as aparências importam mais que a realidade, não são poucos os
indivíduos à procura de um saber superficial, alcançado apenas para demonstrar
posição social ou superioridade em relação às outras pessoas. É sintomática a cultura do "diploma”, que
valoriza mais um pedaço de papel, garantindo que o sujeito sentou durante
alguns anos na carteira de uma universidade, do que a busca de uma sólida
formação intelectual e de um conhecimento autêntico.
Nesta
ânsia de inflar o próprio ego, ao invés de educar-se de verdade, figura como
digna de aplausos aquela postura comumente chamada de "crítica”. Qualquer
pessoa que frequente alguma instituição de ensino no Brasil já ouviu ao menos
uma vez esta palavra. "É preciso ser crítico”, repetem os professores,
pedagogos e demais formadores (ou deformadores). Em que consiste esta
"criticidade”, no entanto, poucos explicam.
Parece
ser pacífico, porém, que alguém "crítico” não pode deixar de falar mal da
Igreja Católica.No culto secular à
diversidade, nenhum preconceito é tolerado, a menos que o preconceito seja
dirigido à religião – e, de modo particular, à religião cristã. Neste
caso, não só é permitido ser intolerante, como a própria "classe
intelectual” faz questão de estimular na juventude esta espécie de intolerância.
As aulas de história são o palco preferido dos inimigos da
fé. O desejo de
formar espíritos "críticos” – e não de fornecer ferramentas para a boa
educação – faz com que o professor socialista oculte, de modo sórdido, todos os
benefícios trazidos pela Igreja para a construção da civilização ocidental. Que importa que os monges copistas tenham legado ao
homem medieval e moderno toda a literatura da Antiguidade? Que importa que as
universidades sejam filhas da Igreja? Que importa que tantos santos católicos
tenham contribuído de modo significativo para o desenvolvimento das ciências?
Ao lado de todas estas riquezas ardilosamente escondidas pela mente esquerdista
estão os escândalos provocados, aqui e ali, por filhos rebeldes da Igreja –
todos eles, por outro lado, prontos para ser contados aos alunos.
Assim,
são alçados a símbolos da Idade Média, senão personalidades realmente
perversas, figuras caricatas. Se o modelo de "católico” apresentado não é
o Papa Alexandre VI, que não só comprou sua eleição pontifícia, como continuou
aumentando sua prole após subir ao trono de Pedro (o que é, sem dúvida, uma
página lastimável da história da Igreja), então o alvo é a Inquisição –
"carta na manga” para qualquer discussão, a qualquer hora –, vista como um
tribunal sanguinolento que condenava pessoas à morte supostamente porque elas
não criam em Deus. Não importa que este instituto medieval tenha sido válido
tão somente para católicos e que representasse, à sua época, um verdadeiro
avanço na prática processual penal... Importa
apenas arrumar oportunidade para destilar um ódio quase que irracional à
Igreja. Qualquer pedaço de pau serve para bater nela.
Tristemente,
são muitos os católicos que entram na onda. Insuflados por um espírito que
pensam ser "crítico” – mas que, na verdade, nada mais é que o espírito
satânico do non serviam–, repetem
chavões mentirosos e acusam a Igreja de ter feito isto ou aquilo de mau – como
se a santidade da Igreja, Esposa do Cordeiro, se misturasse com o pecado dos
Seus indignos filhos.
A
estas criaturas que, de mãos dadas com os anticlericais, vergonhosamente
detratam sua Mãe, como se Cristo – a quem dizem adorar – estivesse separado de
Seu Corpo, nunca foram tão apropriadas as palavras de São Josemaría Escrivá:
"Não pode haver fé no Espírito Santo se não houver fé em Cristo, na
doutrina de Cristo, nos sacramentos de
Cristo, na Igreja de Cristo. Não é coerente com a fé cristã, não crê
verdadeiramente no Espírito Santo quem não ama a Igreja, quem não tem confiança
nEla, quem só se compraz em apontar as deficiências e as limitações dos que a
representam, quem a julga de fora e é incapaz de se sentir seu filho.”
Aos
que, por outro lado, estando de fora, incentivam a rebeldia e a desobediência à
Igreja, cabe fazer um exercício sincero de reflexão: como é possível que
justamente a conduta daqueles que não seguem os ensinamentos e diretrizes da
Igreja seja a prova de que ela é má e corrupta? Quem deseja estudar
arquitetura, certamente estudará Da Vinci, Michelangelo e Bernini... não os arquitetos
fracassados. Quem quiser adentrar no mundo da física, com certeza lerá muito
sobre Tesla, Newton e Einstein; mas, dificilmente vai ler alguma linha sobre um
físico que não deu certo. Do mesmo modo, estuda-se o Cristianismo através dos
homens que foram verdadeiramente cristãos, e não dos que ofereceram (ou
oferecem), com sua vida, um contraexemplo. Estuda-se a Igreja por Santo
Agostinho, São Justino, São Bernardo, Santo Alberto Magno e Santo Tomás de
Aquino, e não por Alexandre VI ou por padres pedófilos.
A
menos que o propósito de quem estuda não seja a procura da verdade, mas a
difamação e a propaganda suja.
De: Padre Paulo Ricardo
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