03 fevereiro 2014

“Aprendi a privar-me de certas coisas e dá-las às pessoas mais pobres”, revela o Papa Francisco


O L’Osservatore Romano publicou uma carta do Papa Francisco escrita a um colega sacerdote em 1990, na qual contava o que aprendeu na época escolar

O L’Osservatore Romano publicou uma carta do Papa Francisco escrita a um companheiro sacerdote em 1990, na qual narrava todas as coisas que aprendeu durante o sexto grau, que fez em uma escola salesiana em sua Buenos Aires natal.

A reportagem está publicada no sítio Religión Digital, 30-01-2014. A tradução é de André Langer.

A carta é admirável devido ao fato de que o então Jorge Mario Bergoglio recordava os nomes de todos os seus instrutores sacerdotais de quatro décadas atrás.

Mas, o mais importante é que recordava lições particulares, inclusive uma noite de outubro de 1949, na qual aprendeu sobre a morte, a noite em que começou a fazer suas orações antes de dormir (o que nunca mais deixou de fazer), e como era fanático pela equipe de futebol do San Lorenzo.

Mas também recordava ter aprendido nesse ano certas lições de vida sobre compaixão, pureza sexual e o que chamou de “cultura católica” e a importância de cuidar dos mais necessitados.
“Lembro ter aprendido nesse lugar a me privar de certas coisas e dá-las às pessoas mais pobres que eu”, escreveu Bergoglio.

Francisco fez da aproximação aos pobres e marginalizados a prioridade do seu pontificado, dizendo que a Igreja deve ser como um “hospital de campanha” para os devotos feridos, pronto para receber com misericórdia os mais necessitados.

O Papa escreveu a carta em 1990, quando morava em Córdoba, durante o tempo descrito pelo biógrafo como uma espécie de exílio, depois do seu difícil cargo de provindical dos jesuítas na Argentina durante a ditadura militar do país e do período subsequente como reitor de um seminário jesuíta.

A carta foi escrita a um sacerdote salesiano da Argentina para elogiar a educação salesiana, que Bergoglio disse ter recebido na escola Wilfred Barón de los Santos Angeles em Ramón Mejía, nos arredores da capital, entre ameaças de que a ordem poderia entregar algumas das suas escolas à administração dos leigos.

A carta foi descoberta recentemente nos arquivos dos salesianos em Buenos Aires, e publicada na íntegra na quarta-feira no jornal do Vaticano.


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