02 julho 2014

Morte de cristãos no Iraque: comunidade internacional decide não intervir


A comunidade internacional não deve intervir na luta contra o grupo extremista "Estado Islâmico no Iraque e no Levante" (ISIS - sigla em inglês), milícia jihadista formada em dissidência da Al Qaeda e que vem, desde o início do mês de junho, atacando fortemente o Iraque, deixando centenas de mortos e milhares de refugiados. Quem conta isso é o Arcebispo de Bagdá, Dom Jean Sleiman, que afirma que a prioridade para os líderes iraquianos deve ser "trabalhar juntos" para superar a crise.


Em entrevista nesta segunda-feira, dia 16 de junho, à Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), Dom Sleiman sublinhou que o "consenso" político do Iraque é decisivo em relação ao ISIS, que, na semana passada, aplicou uma série de golpes em cidades chave do norte, incluindo Mossul, a segunda maior cidade do país.

Ao falar sobre Bagdá, o arcebispo conta que muitas pessoas vêm tentando deixar a cidade, temendo um ataque do ISIS, e ainda comentou sobre os relatos de que o grupo extremista possa estar em direção à capital. Dom Sleiman relata que muitas estradas fora da capital foram bloqueadas e que os voos partindo de Bagdá estão lotados até o final do mês. "O que tudo isto significa é que você só pode sair de Bagdá se você tem dinheiro para pagar por um voo.”

"Em resposta a esta crise, a comunidade internacional deve pensar no bem comum e não em seus próprios interesses. Eles devem pensar em paz", afirma o arcebispo. Porém, "o ISIS precisa ser interrompido e os líderes iraquianos precisam trabalhar juntos para detê-lo. Isso é mais importante do que conseguir que a comunidade internacional se envolva", acrescentou. Para enfatizar, disse ainda que espera que os líderes iraquianos encontrem um consenso sobre como lidar com esta situação ou haverá um desfecho trágico. "É claro que os militares vão resistir ao ISIS, mas quem sabe se eles irão ser fortes o suficiente. Os terroristas terem sucesso é uma possibilidade real."

Segundo o arcebispo, a população de Bagdá era cética quanto ao avanço do ISIS e foi surpreendida com o ataque há uma semana. Como relata, após a missa de domingo, no dia 15 de junho, celebrada na catedral de São José, em Bagdá, ele teve a oportunidade de conversar com inúmeras pessoas da comunidade e elas "estavam apreensivas com a situação".

Carmelita de origem libanesa, Dom Sleiman diz que não sabe se deixa a cidade ou se fica. "Deixo esse problema para os meus anjos". E conclui a entrevista com um forte apelo para a oração em intenção do Iraque: "Todos nós devemos rezar pela paz, solidariedade e por uma solução para essa crise."


De:ais.org.br

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