28 agosto 2014

Dia de Santo Agostinho 28 de agosto

Santo Agostinho nasceu em Tagaste, norte da África, no dia 13 de novembro do ano 354. Filho de Patrício, pagão e voltado para o materialismo da época, e de Mônica, profundamente cristã, que depois se tornaria santa. A influência dos pais foi muito grande, primeiro a de Patrício, depois a de Santa Mônica.
  • Estudante e Professor
Agostinho realiza os primeiros estudos em Tagaste, indo depois a Madaura.

Aos 17 anos vai a Cartago, onde Romaniano, amigo do pai, o ajuda e se torna seu protetor; durante três anos se dedica ao estudo e à leitura de livros, entre os quais destaca-se o "Hortênsio" de Cícero, que o impressiona profundamente.
Aos 20 anos volta a Tagaste como professor, com uma mulher e um filho, Adeodato, retornando pouco depois para Cartago também como professor. Depois torna-se professor em Roma e, a seguir, vai para Milão, onde ganha a cátedra de retórica da casa imperial e desenvolver também a atividade de professor de retórica.
Agostinho sentia, apesar de tudo, seu coração vazio, inquieto. Não era feliz. Procurou a felicidade em muitos lugares, mas não a encontrava. Seu coração inquieto não achava a verdade e a paz que desejava. Sua mãe encontra-o em Milão e anima-o a freqüentar as pregações de Santo Ambrósio.
  • Conversão
Foi uma longa caminhada e luta para transformar seu coração, mas no mês de agosto de 386, meditando no jardim, ouve uma voz de criança que diz "Tolle et lege" (Toma e lê) e tomando as Cartas de São Paulo lê: "Não é nos prazeres da vida, mas em seguir a Cristo que se encontra a felicidade". As dúvidas se dissipam e é neste momento que culmina todo o processo de sua conversão. Encontrando Deus no seu coração achou a felicidade, a paz e a verdade que procurava. No ano seguinte, na Vigília da Páscoa é batizado.
  • Vida em Comunidade e Tarefa de Bispo
Agostinho decide voltar a Tagaste, para morar com seus amigos, e entregar-se inteiramente ao serviço de Deus por meio da oração e o estudo. Mas no ano 391, de visita na cidade de Hipona, é proclamado sacerdote pelo povo e ordenado padre pelo bispo Valério. Quatro anos depois é consagrado Bispo da cidade, daí o nome de Agostinho de Hipona.
Ele vive em comunidade, tentando seguir o ideal das primeiras comunidades cristãs, na pobreza e na partilha. A comunidade eclesial de Hipona estava formada em sua grande maioria por pobres. Agostinho se fazia a voz destes pobres, falando por eles na Igreja, indo até as autoridades para interceder por eles e ajudando-os naquilo que podia. Entre as funções que o bispo tinha estava a de administrar os bens da Igreja e repartir o seu benefício entre os pobres, também a de acolher os peregrinos, ser protetor dos órfãos e viúvas... Agostinho realiza todas elas como um serviço aos pobres e à Igreja. Também tinha o bispo que exercer a função de juiz, tarefa que desagradava em extremo a Agostinho, mas que também exerceu com objetividade, justiça e caridade.
  • Escritos
Agradava muito mais a Agostinho a prática da oração, o estudo e escrever. Agostinho escreveu um enorme número de obras: um total de 113, sem contar as cartas -das quais se conservam mais de 200- e os Sermões. A maior parte das obras de Santo Agostinho surgiram por causa dos problemas ou das preocupações que atormentavam a Igreja do seu tempo; é por isso que em suas obras estão presentes as polêmicas em que ele mesmo esteve envolvido, principalmente contra os maniqueos (seita da qual ele mesmo fez parte antes da conversão e que defendia um confuso dualismo cósmico - o bem contra o mal sempre em conflito um com o outro- e desvalorizavam de forma perversa tudo o criado), os donatistas (que atribuíam a eficácia dos sacramentos unicamente ao ministro, negando sua ação, como sinal eficaz da graça e ainda se consideravam a "Igreja dos santos") e os pelagianos (que defendiam que o homem se salva por suas próprias forças, sem precisar da graça de Deus). Além destas obras destinadas a combater os adversários e inimigos da Igreja, Agostinho escreveu outras de diverso conteúdo: no campo exegético (principalmente os Comentários ao Gênesis, São João e os Salmos), no dogmático ("Sobre a Trindade"), no Pastoral ("Sobre a Catequese dos simples"). Mas, dentre todas as obras, destacam dois pela genialidade: "A Cidade de Deus", que representa a primeira tentativa de fazer uma interpretação cristã da história, e "As Confissões", onde Agostinho manifesta sua fraqueza, que gera o mal, e a Deus, fonte de todo bem e Verdade absoluta; as "Confissões" são um louvor à Graça de Deus. A obra e o pensamento de Agostinho ultrapassam os limites de sua época e exercem uma grande influência na Idade Média e também na nossa época. A influência de Agostinho acontece nos diversos campos do pensamento, da cultura e da vida religiosa. Agostinho morreu no dia 28 de agosto do ano 430 e seus restos, depois de longa peregrinação descansam na cidade de Pavia, no norte da Itália.

Abaixo segue tabela com as obras com as quais Agostinho presentou a humanidade.
DATASTÍTULO ORIGINAL (EM LATIN)ASSUNTO DA OBRA
386Contra academicosContra os céticos
386De beata vitaA vida feliz
386De ordineA ordem
386/387SoliloquiaSolilóquios
386/387De immortalitate animaeA imortalidade da alma
387/391De immortalitate animaeA imortalidade da alma
387/391De musicaA musica
387/389De moribus ecclesiae catholicae et de moribus ManichaeorumCostumes da Igreja católica e dos maniqueus
387/388De quantitate animaeA grandeza da alma
388-395De libero arbitrioO livre arbítrio
389De magistroO mestre (O professor)
389/391De vera religioneA verdadeira religião
391De utilitate credendiUtilidade de crer
392/393De duabus animabus contra ManichaeosSobre as duas almas (contra os maniqueus)
393De fide et symboloA fé e o símbolo
393/394De sermone Domini in monteO sermão da montanha
395De continentiaSobre a continência
395De mendacioSobre a mentira
396De agone christianoA luta (esforço, empenho) do cristão
396-426De doctrina christianaA doutrina cristã
396-420Enarrationes in PsalmosComentários sobre os salmos
397-401ConfessionesConfissões
397-398Contra Faustum ManichaeumContra Fausto, o maniqueu
399De natura boniSobre a natureza do bem
399Contra Secundinum ManichaeumContra Secundino, o maniqueu
99-419De trinitateA Trindade
400De fide rerum quae non videnturA fé nas coisas invisíveis
400De consensu evangelistarumO consenso dos Evangelistas
400De opere monachorumO trabalho dos monges
400De catechizandis rudibusInstrução dos catecúmenos
400/401De baptismo contra partem DonatiSobre o Batismo, contra os donatistas
400De opere monachorumO trabalho dos monges
401De bono coniugaleO bem do casamento
401De sancta virginateA santa virgindade
401-415De Genesi ad litteramSobre a interpretação literal do Gênesis
406-430In evangelium Ioannis tractatusTratado do evangelho de João
410De urbis Romae excidioA destruição da cidade de Roma
412De peccatorum meritis et remissione et de baptismo parvulorumO merecimento e perdão dos pecadores e o batismo das crianças
412/413De fide et operibusA fé e as obras
412De spiritu et litteraO espírito e a letra
413-427De civitate DeiA cidade de Deus
414/415De natura et gratiaA natureza e a graça
415/416De perfectione iustitiaeA perfeição da justicia
417De gestis PelagiiOs procedimentos de Pelagio
418De gratia Christi et de peccato originaliA graça de Cristo e o pecado original
418De patientiaA paciência
419-421De anima et eius origineA alma e suas origens
420Contra mendaciumContra a mentira
420-422De cura pro mortuis gerendaOs cuidados para com os mortos
421Contra IulianumContra Juliano
426/427RetractationesRetratações
428Contra MaximinumContra Maximino
428/429De praedestinatione sanctorumA predestinação dos santos
428/429De dono perseverantiaeO dom da perseverança
386-429EpistulaeCartas (270 cartas)
393-430SermonesSermões (390 sermões)


De: agostinianos.org.br

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