19 novembro 2015

Padre sequestrado foge do Estado Islâmico na garupa de uma moto


Sacerdote diz como a ajuda humanitária que prestava, apoiado por instituições de caridade, inspirou um amigo a traçar sua fuga na garupa de uma moto, disfarçado de combatente islâmico.



O Pe. Jacques Mourad escapou do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), em Qaratayn, na Síria, com o auxílio de um amigo cuja família tinha sido ajudada pelo sacerdote. Depois de passar cerca de seis meses como refém dos terroristas, o Pe. Mourad fugiu na garupa da moto deste amigo, disfarçado como um combatente islâmico.

O amigo, que tinha ligação com o EI, disse ao Pe. Mourad que ficou impressionado com o trabalho de ajuda humanitária que ele prestava aos pobres e desfavorecidos da região, e por isso, decidiu cooperar com a fuga do padre.

Após ficar 84 dias sequestrado na prisão do EI, que fica na sede do grupo terrorista, em Raqqa, no norte da Síria, a pressão dos muçulmanos de Qaratayn fez com que os extremistas trouxessem o Pe. Mourad de volta à sua cidade, em cativeiro domiciliar.

“Um dia, um dos líderes do EI veio até mim e falou: ‘Todo mundo em Qaratayn está falando de você, pedindo por você. Venha comigo’. Fui levado com os olhos vendados e com as mãos atadas, por um trajeto que parecia ser um enorme túnel. Algum tempo depois, eles removeram minha venda e eu conseguia ver toda minha paróquia. Na minha frente, estava o abrigo que a AIS tinha construído. Foi incrível”.

Em entrevista exclusiva à Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o Pe. Mourad disse: “O que a AIS tem feito para nos ajudar, com suporte a abrigo, alimentação e medicamentos, contribuiu diretamente com a minha libertação”. O Pe. Mourad, cuja notoriedade entre os muçulmanos o levou a ser conhecido como “Sheikh Jacques”, ainda disse que o apoio da AIS foi fundamental para o fornecimento de água em Qaratayn, providenciando recursos para a construção de um reservatório que abastece a cidade.

Falando por telefone da Síria, Pe. Mourad disse: “A ajuda de pessoas como vocês da AIS tem protegido os cristãos das mãos do Estado Islâmico”. Ele disse que estava convencido de que esta ajuda tinha feito com que os militantes mostrassem clemência pelos 150 cristãos mantidos reféns pelo EI, em Qaratayn.

Recordando seu tempo na prisão, Pe. Mourad disse que todos os dias eles ameaçavam matá-lo. “Eu estava esperando o momento em que eles viriam e cortariam minha garganta”.

Pe. Mourad disse que estava convencido de que seus esforços para se manter calmo e em paz ajudou a salvar sua vida. “Eu estava muito consciente das orações de tantas pessoas, e das orações de Santo Inácio de Loyola e Charles de Foucauld – ‘Pai, eu me abandono em tuas mãos; faça comigo o que quiseres’”.

De: ais.org.br

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