23 fevereiro 2016

Pietro Maso assassinou seus pais: “O Papa Francisco teve compaixão de mim”


O Papa Francisco fala de misericórdia e a leva muito a sério: esta história impactante é prova disso



“Meu nome é Pietro Maso. Em julho, farei 45 anos e estive 22 na cadeia por ter matado meus pais, em 17 de abril de 1991. Eu era o mal. No entanto, o Papa Francisco teve compaixão de mim. Eu lhe escrevi uma carta, que lhe foi entregue pelo meu diretor espiritual, Dom Guido Todeschini. Depois de alguns dias, o Papa me telefonou. Ele e Dom Guido são pessoas santas.”

Assim começa a longa entrevista concedida por Pietro Maso com exclusividade ao jornal Chi, publicada no dia 20 de janeiro.

Maso massacrou seus pais, Antônio e Rosa, quando estes voltavam de uma celebração do Caminho Neocatecumenal (do qual eram membros), ajudado por três cúmplices. O motivo era a herança. Na entrevista, ele revelou pela primeira vez um clamoroso episódio: o telefonema do Papa Francisco, a quem havia escrito para manifestar seu arrependimento.

“Foi em 2013 – conta Pietro – que eu havia escrito ao Papa, dizendo-lhe: ‘Peço perdão por tudo o que fiz, peço orações pelos meus colegas de trabalho, que me aceitaram apesar do que fiz, peço uma oração pelos que trabalham pela paz’. Dom Guido, meu pai espiritual, entregou a carta ao Papa e, alguns dias depois, o Pontífice me ligou.”

“Santidade, eu não valia nada”

Eram dez horas da manhã. “O telefone tocou. Eu estava com a Stefania, minha companheira. Atendi e ouvi: ‘Aqui é Francisco, o Papa Francisco’. Fiquei tão emocionado, que exclamei: ‘Santidade!’. Depois, contei-lhe: ‘Aquele que ia ao bar John com os amigos não valia nada com relação ao Pietro de hoje; se eu soubesse disso, teria me comportado bem desde o começo’.”

Na entrevista, Pietro, que na prisão teve um processo de aproximação da fé, conta que contou também com a intercessão de outro pontífice, João Paulo II. “Meu delito foi tão horrendo, que todos queriam acabar comigo, inclusive enquanto estava na prisão. Só Dom Todeschini me estendeu a mão. Só ele me defendeu contra todos.”

O prelado disse na época: “Agora precisamos nos perguntar o que acontecerá com esses meninos, sobretudo com Pietro Maso, que é o mais odiado. Nós o enterraremos vivo, como mereceria, ou lhe estenderemos a mão e tentaremos recuperá-lo, levando em consideração sua jovem idade? Se nós o deixarmos lá na prisão, esquecido, cometeremos o mesmo delito”.

“As palavras do prelado chegaram ao Papa João Paulo II, que, quando soube que ele estava me acompanhando, lhe disse: ‘Siga adiante!’.”

Mudança de vida

Pietro Maso agora decidiu mudar radicalmente de vida e dedicar-se ao próximo. Ele se estabeleceu na Espanha, onde pretende abrir uma comunidade de reabilitação.

“Quero criar em Valência uma casa que acolha aqueles que se equivocaram com a sociedade e estão na rua. Quero dar um sentido diferente à minha vida. Só o estrangeiro compreende o estrangeiro; só quem esteve na prisão compreende quem esteve na prisão, só quem errou compreende quem também errou. Eu não valho nada, mas esta ideia merece mais do que eu.”

De: aleteia.org


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