18 outubro 2017

Era protestante: ler os Padres da Igreja e a figura de Maria como mãe a fizeram católica





Christel, de Singapura, de 28 anos, batizada presbiteriana, nasceu em uma família protestante "muito rigorosa" e explicou sua conversão ao catolicismo no programa de testemunhos Cambio de Agujas, de HM Televisão. 

Christel ia com seus pais e suas 3 irmãs à Igreja cada domingo. Seus pais lhes explicavam as Escrituras. Sua mãe, ademais, lhes insistia dizendo que a pessoa se forma na juventude. Ninguém na família tinha contato com católicos. 

A família participou de três Igrejas distintas: uma Igreja presbiteriana de aspecto similar à católica, logo uma grande Igreja com "telas grandes e poltronas cômodas, como de cinema", e mais adiante a uma Igreja pequena, "basicamente uma casa com cadeiras onde a gente se sentava e um predicador falava".

Ela sentia já então que "faltava algo". Hoje crê que tem a ver com a falta de autoridade. Havia relação com a Palavra de Deus... mas também conflito quando as interpretações se contradiziam.


Estudar teologia e os Padres da Igreja

Isso a levou a estudar teologia, Novo Testamento, grego... e descobriu que os católicos têm 7 livros que eram "adicionados" como lhe haviam dito de menina. "Fiquei impressionada quando li o livro de a Sabedoria" (que os protestantes não usam).

Depois descobriu os Padres da Igreja, os grandes autores cristãos da Igreja primitiva, dos primeiros séculos, e como falavam de Maria como a Nova Eva, ou sua interpretação das Parábolas, distintas das dos protestantes.

Os ensinamentos dos Padres da Igreja lhe pareciam excelentes: gostava sobretudo dos ensinamentos sobre o Outro Mundo que encontrava nos textos de São Clemente, o quarto Papa, nas quais Clemente fala do que recebeu de São Pedro.

Desapego ao mundano, "neste Vale de Lágrimas"
Os ensinamentos de desapego para com o material, ou o valor de oferecer os sofrimentos, de sofrer uns pelos outros, tudo o que prepara para o Outro Mundo, lhe pareciam muito belos. Começou a aprofundar-se no estudo da fé.

Uma vez conheceu a oração da Salve Rainha, com uma frase que ressoou em seu interior: "A vós os bradamos os degredados folhos de Eva, A vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de lágrimas”. Ela várias vezes havia chorado sem razão aparente, sentindo-se "desamparada", como uma pessoa sem lar nem família, apesar de tê-los. Mas agora entendia a origem profunda dessa insatisfação com o mundo.

"Minha alma sabia, mas eu não, que eu era uma filha de Eva: por fim tudo tinha sentido. Essas lágrimas sobem à Virgem Maria". Christel sempre Havia intuído que "este mundo" não é nosso verdadeiro lugar. Ela entende hoje que louvando a Deus, servindo a Deus como os anjos, participava na liturgia terrena que enlaça com a celestial.

Superar preconceitos, reconhecer sinais
Havia preconceitos que tinha que superar. Aos 11 anos nas aulas Sociais, no colégio, lhe explicaram que os católicos e protestantes haviam tido guerras entre eles. E havia coisas dos católicos que lhe davam medo. Por exemplo, que os católicos "guardavam os corpos dos Papas como relíquias, tesouros". "Os protestantes não tínhamos objetos sagrados, nem sacramentais", assinala. Também pensava que as coisas católicas eram "antigas". Visitando o Vaticano, incômoda, perguntava "isto é um templo ou é uma tumba?" 

Por outro lado, havia sinais que pareciam indicar que havia algo no catolicismo que a clamava. Um exemplo, crê, foi uma curiosa experiência como universitária, em outro país. Tentava compras uns preservativos em uma farmácia, "para outra pessoa". As coisas caíram ao chão, sentia-se muito torpe, como se sua mão não quisesse pegá-los, como que se negava. "Eu não sou católica, por que não posso comprá-los?", pensava.

E em outra ocasião, orando em casa, sua mão fazia o sinal da Cruz ao estilo católico, como se tivesse vontade própria. Esse tipo de coisas logo as entendeu como sinais.

Maria, a contracepção, o Purgatório...
Uma vez sua irmã a levou a uma conversa e o predicador disse: "Maria nos foi dada como mãe". Isso a pôs a pensar. "Eu queria a melhor mãe, e Maria era um protótipo de Mãe, de maternidade, que os protestantes desconheciam".

Outro tema que lhe acabou convencendo foi a postura católica, da encíclica Humanae Vitae, sobre os anticoncepcionais: ao evitar uma entrega completa, uma aceitação da fertilidade da sexualidade, dificulta a generosidade no matrimônio. "Eu vi que Isso é verdade", explica.

O Purgatório também lhe parecia um ensinamento razoável: um processo que purifica e permite entrar no Céu, "onde não gostarias entrar sujo".

A Eucaristia: somente na Fé católica
E a Eucaristia, um Deus que se entrega, que se doa, "como agua brotando de seu lado", era para ela um sinal da generosidade de Deus e da verdadeira realidade de Deus na Igreja. "Na Igreja Católica via escândalos, maus sacerdotes... mas ali está a Presença Real de Cristo, na Eucaristia, onde poderia ir?"

Também valoriza hoje que "quando te sentes triste, podes ir ao Santíssimo e adorar ao Senhor; Isso os protestantes não o podem fazer". "A Missa te absorve e eleva teu coração a Deus, e o tempo se perde na eternidade", insiste. "Na Missa não há dúvida de que se elevam tuas orações a Deus".

Estudando teologia desde 2014, em 2016 aceitou que a Igreja Católica era a que Cristo fundou e a que mantinha seus ensinamentos e entrou para a Igreja recebendo a Confirmação.
Primeira confissão e comunhão
Se preparou para sua primeira confissão a noite anterior, com um guia sobre o exame de consciência. "Estava contente porque era o correto, mas as vezes parecia algo esmagador", recorda. "Pensei que não estava ali para esconder nada senão para confessar-me. Depois dessa confissão, que era uma graça, foi muito bem, me confessei outras vezes. E os ritos estavam plenos de sentido. Recitei a profissão de fé, longa, de joelhos: foi uma sensação brilhante".




Recebeu sua primeira comunhão na língua, de joelhos, e pensou: "Minha boca não vai ser nunca a mesma; agora está consagrada, já não posso dizer qualquer cosa". A qualquer protestante que esteja buscando "mais", lhe propõe: "vá à Missa".




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