21 julho 2011

Aquele que tentar salvar a sua vida, perdê-la-á. (MT 10,39)


Estas são palavras um tanto quanto enigmáticas que Jesus proferiu em razão da escolha dos doze e ao enviá-los em missão.

Não levar dinheiro.
Não levar duas túnicas.
Nem mochila para viagem.
Viver vida simples, como as pombas.
Renúncia.
Abnegação, sacrifício pessoal.
Estas são ordens para os missionários.
Temos aí um maravilhoso guia de sobrevivência cristã.

Sempre ouvi dizer que a família é a primeira Igreja.
Depois de doze anos de casado, posso entender um pouquinho dessa verdade. E compreender que sem renúncia, abnegação, sacrifício pessoal, é impossível a vida a dois.

Vida a dois, significa uma só vida vivida, dividida em duas pessoas. Aqui é que começam os problemas de quem não quer “perder a sua vida”. Mas quando temos a disposição de colocar em pratica as ordens de Jesus, aqui é que começa a solução. A grande diferença de Jesus em relação aos outros mestres foi a sua coerência em viver aquilo que predicava. Ele não quis descer da cruz para poder nos elevar, elevar a pessoa humana a ter uma vida sem preocupações exageradas, preocupações essas que levam à frustrações e desordens emocionais.
Ele perdeu a sua vida.
Você perderia a sua vida por ele? Você perderia a sua vida pela sua esposa, pelo seu esposo?

Podemos entender então o casamento como uma missão, não é mesmo? Missão de sermos representantes da aliança do Senhor. É a mesma missão que Jesus deus aos primeiros peregrinos e ela deve ser encarada com as mesmas atitudes de desprendimento ditas acima.
E Jesus completa: “Aquele que a perder a sua vida, por minha causa, reencontrá-la-á”

Creio que temos de aprender a perder para podermos encontrar a plena alegria da vida familiar. Não é uma perda com danos, para se viver uma vida vazia, rancorosa, essa não é a vontade de Jesus, senão ele não teria o maravilhoso título de Salvador, mas uma perda voluntária, uma entrega alegre, visando o bem maior, o bem do outro, em detrimento do egoísmo.

Conheço uma instituição religiosa de freiras franciscanas que vivem na clausura. Por ocasião da Páscoa, minha família e eu fomos participar da Missa da Ressurreição na capela do convento. Após a missa o padre falou que as irmãs, que não se comunicam com as pessoas de fora, naquela noite iriam cumprimentar os irmãos. Quando chegamos à sala separada por uma grade, me surpreendi com a tamanha felicidade daquelas mulheres que vivem “separadas”. Quanta alegria ao nos ver e ao poder falar conosco.
Muitas pessoas não compreendem o porquê dessa alegria.
Será que as religiosas aprenderam a perder?

Paz e bem.

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