(26/3/2012)
Por ocasião dos 400 anos da descoberta da imagem da Virgem da
Caridade, padroeira de Cuba., Bento XVI presidiu na Praça Antonio Maceo
de Santiago de Cuba a Santa Missa durante a qual entregou à Virgem da
Caridade a Rosa de Ouro
A homilia da Missa desta segunda-feira à
tarde, em Santiago de Cuba, com a Igreja universal a celebrar a festa
mariana da anunciação do Senhor, foi naturalmente centrada no mistério
da incarnação. O Papa começou por interrogar-se o que significa este
mistério, que São João exprime com as palavras “O Verbo fez-se carne e
habitou no meio de nós”.
“A expressão «fez-Se carne» indica a
realidade humana mais concreta e palpável. Em Cristo, Deus veio
realmente ao mundo, entrou na nossa história, habitou no meio de nós,
realizando assim a profunda aspiração do ser humano de que o mundo seja
realmente uma casa para o homem. Pelo contrário, quando Deus é posto de
lado, o mundo transforma-se num lugar que não é hospitaleiro para o
homem, frustrando ao mesmo tempo a verdadeira vocação da criação que é
ser o espaço para a aliança, para o «sim» do amor entre Deus e a
humanidade que Lhe responde.”
Com a anunciação do arcanjo são
Gabriel a Maria, somos levados a descobrir que “o nosso Deus, ao entrar
no mundo, quis contar com o consentimento livre de uma sua criatura”. “É
comovedor ver como Deus não só respeita a liberdade humana, mas parece
mesmo ter dela necessidade”.
“Deus criou-nos como fruto do seu
amor infinito; por isso viver segundo a sua vontade é o caminho para
encontrar a nossa verdadeira identidade, a verdade do nosso ser,
enquanto que o distanciamento de Deus nos afasta de nós mesmos e
precipita-nos no vazio.
A obediência na fé é a verdadeira liberdade,
a autêntica redenção, que permite unirmo-nos ao amor de Jesus no seu
esforço por Se conformar com a vontade do Pai. A redenção é sempre esse
processo de levar a vontade humana à plena comunhão com a vontade
divina.”
Pelo seu papel insubstituível no mistério de Cristo, a
Virgem Maria representa a imagem e o modelo da Igreja – recordou o Papa,
que declarou conhecer “o esforço, audácia e abnegação” demonstradas
pelos fiéis cubanos para fazer refletir, nas circunstâncias concretas do
país, o verdadeiro rosto da Igreja…
“A Igreja, corpo vivo de
Cristo, tem a missão de prolongar na terra a presença salvadora de Deus,
de abrir o mundo para algo maior do que ele mesmo, ou seja, para o amor
e a luz de Deus.
Vale a pena, amados irmãos, dedicar toda a vida a
Cristo, crescer cada dia na sua amizade e sentir-se chamado a anunciar a
beleza e a bondade da própria vida a todos os homens, nossos irmãos.”
A
concluir, Bento XVI evocou especialmente o lugar do matrimónio e da
família na concretização do projeto de Deus, com a “incomparável
dignidade de cada vida humana”:
O mistério da Encarnação, em que
Deus Se aproxima de nós, mostra-nos também a dignidade incomparável de
cada vida humana. Por isso, no seu projeto de amor, desde a criação,
Deus confiou à família fundada no matrimônio a sublime missão de ser
célula fundamental da sociedade e verdadeira Igreja doméstica.”
“Cuba
tem necessidade do testemunho de fidelidade dos esposos , da sua
unidade, da sua capacidade de acolher a vida humana” – insistiu o Papa,
que concluiu com um apelo aos católicos cubanos, “para que vivam de
Cristo e para Cristo, lutando – com as armas da paz, do perdão e da
compreensão, para construir uma sociedade aberta e renovada, uma
sociedade melhor, mais digna do homem, que reflita a bondade de Deus”
Fonte: Radiovaticana.org
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