10 julho 2012

Gratidão




Dizem que a gratidão é a memória do coração. Por um outro lado, sabemos que a ingratidão aparece como a anemia das relações humanas a nível psíquico, afetivo e espiritual.

A vida é marcada por rotinas que podem infelizmente nos levar a viver por viver. Nesta situação a rotina aparece como o cupim da existência, a traça da felicidade, a ferrugem do amor, a asfixia da vida. Não se trata de não viver o cotidiano, mas de o viver sem consciência e responsabilidade. A falta de um sentido para a vida gera a enfermidade da existência que é uma triste realidade de nossos tempos, dando lugar ao stress, ao vazio e a depressão.
Sem este sentido maior do existir somos levados pelas circunstâncias, pelos acontecimentos e pelas ideologias de nossos dias. Somos em grande parte vitimas da cultura do consumismo e do individualismo que prioriza os valores do ter, do gozar e do usufruir em detrimento dos valores do espírito, do ético, da justiça, da relação de comunhão e da partilha. Como é verdadeiro o pensamento: “busquei a mim mesmo e me perdi, busquei a Deus e não encontrei, busquei o outro e encontrei os três”, isto é, a Deus, o outro e a mim mesmo.
Diante da realidade em que nos encontramos, ao menos nós, cristãos, somos convidados a tomar consciência de nosso dever de gratidão a Deus que nos chamou à vida e nos amou com amor inimaginável por Jesus Cristo, seu filho único, que em virtude dos méritos de sua redenção fomos elevados à dignidade de filhos e filhas, constituídos herdeiros da vida eterna. E gratidão ao Deus Espírito Santo que por meio Dele recebemos o dom da fé que nos faz viver e a participar da vida da Igreja como comunidade de salvação que nos nutre pelos sacramentos e pelo anúncio da Boa Nova de Jesus.
Não podemos também faltar em nossa gratidão de amor com as gerações que nos precederam que, direta ou indiretamente, colaboraram em muito para termos tudo do qual nos servimos e usufruímos no tempo presente. Como não podemos deixar de agradecer a riqueza infinda dos bens da criação que de Deus recebemos e usamos para nossa subsistência. Sem dúvida somos muito pobres se enxergamos apenas o que nos falta e não reconhecemos o muito que recebemos de Deus e dos irmãos. A perda da admiração e da contemplação é uma grave miopia da sensibilidade humana.
Finalmente nos cabe a reflexão sobre como vivemos na prática o amor de louvor, de ação de graças e de gratidão por tudo o que recebemos de Deus, da vida e dos irmãos, pois, infelizmente fomos ensinados a pedir muito e a agradecer pouco.

Fonte: Ajuda à Igreja que sofre



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