Na
residência de verão, de Castel Gandolfo, ao fim da tarde de ontem,
sexta-feira, o Papa Ratzinger participou com satisfação num momento
festivo com cantos e danças populares da sua Baviera natal. Uma “prenda”
oferecida pela diocese de Munique, onde foi arcebispo antes de ser
chamado a Roma por João Paulo II, em 1982.
Na saudação inicial,
o cardeal Reinhard Marx, atual arcebispo de Munique, recordou a
importância que para toda e qualquer pessoa têm as suas raízes, a sua
“pátria”, com tudo o que isso implica: cantos, comida, bebida, liturgia,
celebrações, e também as pessoas com quem se convivia, a pronúncia da
língua, o dialecto próprio.
Por isso – explicou – quisemos
“oferecer-lhe uma viagem musical através da arquidiocese de Munique –
Frising. “Queremos assim dizer-lhe de todo o coração um muito obrigado
por tudo o que está fazendo pela Igreja e pelo mundo – acrescentou o
cardeal Marx, muito aplaudido. De um modo especial nestes últimos meses
sentimo-nos profundamente unidos a Vossa Santidade, na oração e com a
nossa estima. Estamos consigo, Santo Padre!”
Agradecendo, no
final, em palavras improvisadas, esta bela prenda, Bento XVI sublinhou a
alegria característica da maneira de ser e das tradições da gente da
Baviera, cheia de alegria. Uma atitude que – considerou – “nasce de uma
aceitação interior do mundo, de um sim interior à vida, que é um sim à
alegria e que assenta no facto de se estar em sintonia com a criação e
com o próprio Criador”.
Num tempo e num mundo de tantos sofrimentos,
onde existe tanta obscuridade e tanto mal, será lícito ser assim tão
felizes, viver assim uma alegria tão ostensiva? – interrogou-se o Papa,
que logo respondeu afirmativamente:
“Sim. Porque dizendo não à
alegria, não prestamos serviço a ninguém , só conseguimos tornar o mundo
mais obscuro. E quem não ama a si mesmo, não pode ajudar o próximo, não
pode ser mensageiro de paz”
Trata-se de uma experiência, quotidiana, que provém da fé:
“O mundo é belo e Deus é bom e pelo facto de se ter feito homem e ter
vindo para o meio de nós, sofre e vive conosco, de modo concreto e
definitivo. Sim, Deus é bom, e é bom ser homem. Nós vivemos desta
alegria e procuramos levar a alegria também aos outros, pondo de lado o
mal e servindo a paz e a reconciliação”.
Participaram neste
encontro com o Papa centenas de peregrinos da sua terra natal, vindos a
Roma num comboio especial, muitos deles com os trajos típicos da
Baviera. De notar a presença de nada menos de 450 Bayerischen
Gebirgs-schützen, os ‘alpinos da Baviera’, grupo fundado no século XV,
que tocam instrumentos típicos da região.
Para além do atual
arcebispo de Munique, o cardeal Marx, presente também o cardeal Wetter,
de 84 anos, que em 1982 sucedeu ao então cardeal Ratzinger à frente
daquela arquidiocese, serviço que desempenhou ao longo de 25 anos. O
Papa agradeceu-lhe vivamente a sua presença neste encontro festivo de
Castel Gandolfo.
Fonte: Radiovaticana.org
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