13 outubro 2012

O que são as indulgências?

Vaticano: Papa concede «indulgência plenária» no Ano da Fé

Intenção de Bento XVI foi anunciada pela Penitenciária Apostólica da Santa Sé (06/10/2012)

Cidade do Vaticano, 06 out 2012 (Ecclesia) - Bento XVI vai conceder "indulgência plenária"aos fiéis durante o Ano da Fé, a qual é válida a partir da data de abertura, 11 de outubro de 2012, até a data de encerramento, 24 de novembro de 2013.
O decreto, assinado pelo cardeal português D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor da Santa Sé, foi publicado pela Sala de Imprensa do Vaticano.
O Ano da Fé tem início no dia da celebração do 50º aniversário do Concílio Vaticano II e o Papa decretou um ano especialmente dedicado à profissão da verdadeira fé e à sua correta interpretação, através da leitura, ou da meditação piedosa dos Atos do Concílio e dos artigos do Catecismo da Igreja Católica".
O decreto apresenta que "todos os fiéis verdadeiramente arrependidos, devidamente confessados, em comunhão sacramental, que rezarem pelas intenções do Sumo Pontífice".
Acrescenta ainda que poderão receber indulgência plenária os que participarem em "pelo menos três momentos de pregação durante as Santas Missões, ou de pelo menos três palestras sobre os atos do concílio Vaticano II", os que "visitarem, na forma de peregrinação, qualquer basílica papal, uma catacumba cristã, uma catedral, um lugar sagrado designado pelo ordinário local para o Ano da Fé". 
Além disso podem ainda receber indulgência aqueles que, nos dias determinados pelo ordinário local para o Ano da Fé, "assistirem, em qualquer lugar sagrado, a uma celebração solene da eucaristia ou à liturgia das horas, acrescentando a profissão de fé" e num dia livremente escolhido deste ano renovarem as promessas do batismo em visita ao batistério.
Há ainda uma palavra aos fieis que, "devido a razões de doença ou por causa de graves motivos", não saem de casa mas podem alcançar a indulgência plenária de outras formas. 
A indulgência é definida no Código de Direito Canónico (cf. cân. 992) e no Catecismo da Igreja Católica (n.º 1471) como “a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados cuja culpa já foi apagada”, que o fiel obtém em “certas e determinadas condições pela ação da Igreja”


O que nos ensina o Catecismo da Igreja Católica

X. AS INDULGÊNCIAS
1471   A doutrina e a prática das indulgências na Igreja estão estreitamente ligadas aos
efeitos do sacramento da Penitência.



QUE É A INDULGÊNCIA?
“A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já
perdoados   quanto   à   culpa,   (remissão)   que   o   fiel   bem-disposto   obtém,   em   condições determinadas,  pela  intervenção  da  Igreja  que,  como  dispensadora  da  redenção,  distribui  e
aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de Cristo e dos santos.”
“A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberar parcial totalmente da pena devida
pelos pecados.” Todos os fiéis podem adquirir indulgências (...) para si mesmos ou aplicá-las aos
defuntos.  
AS PENAS DO PECADO
1472        Para compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, é preciso admitir que o
pecado tem uma dupla conseqüência. O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e,
conseqüentemente, nos toma incapazes da vida eterna; esta privação se chama “pena eterna”
do  pecado.  Por  outro  lado,  todo  pecado,  mesmo  venial,  acarreta  um  apego  prejudicial  às
criaturas que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no estado chamado
“purgatório”.  Esta  purificação  liberta  da  chamada  “pena  temporal”  do  pecado.  Essas  duas
penas não devem ser concebidas como uma espécie de vingança infligida por Deus do exterior,
mas,  antes,  como  uma  conseqüência  da  própria  natureza  do  pecado.  Uma  conversão  que
procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do pecador, de tal modo
que não haja mais nenhuma pena.
1473          O  perdão  do  pecado  e  a  restauração  da  comunhão  com  Deus  implicam  a
remissão  das  penas  eternas  do  pecado.  Mas  permanecem  as  penas  temporais  do  pecado.
Suportando  pacientemente  os  sofrimentos  e  as  provas  de  todo  tipo  e,  chegada  a  hora,
enfrentando serenamente a morte, o cristão deve esforçar-se para aceitar, como urna graça,
essas  penas  temporais  do  pecado;  deve  aplicar-se,  por  inicio  de  obras  de  misericórdia  e  de
caridade,  como  também  pela  oração  e  por  diversas  práticas  de  penitência,  a  despojar-se
completamente do “velho homem” para revestir-se do “homem novo”. 

OBTER A INDULGÊNCIA DE DEUS MEDIANTE A IGREJA
1478     A indulgência se obtém de Deus mediante a Igreja, que, em virtude do poder de
ligar  e  desligar  que  Cristo  Jesus  lhe  concedeu,  intervém  em  favor  do  cristão,  abrindo-lhe  o
tesouro dos méritos de Cristo e dos santos para obter do Pai das misericórdias a remissão das
penas temporais devidas a seus pecados. Assim, a Igreja não só vem em auxílio do cristão, mas
também o incita a obras de piedade, de penitência e de caridade.
1479      Uma  vez  que  os  fiéis  defuntos  em  vias  de  purificação  também  são  membros  da
mesma comunhão dos santos, podemos ajudá-los entre outros modos, obtendo em favor deles
indulgências para libertação das penas temporais devidas por seus pecados.  


Fonte: Catecismo da Igreja Católica


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