As Escrituras Sagradas através de
nosso auto-exame podem nos permitir eventuais enganos e podem nos levar a
várias contradições com outras pessoas. No Deserto, o próprio Satanás usou as
Sagradas Escrituras para afrontar Cristo. Dessa forma foi necessária uma forma
única de ensinamento que foi através da Tradição falada. Os próprios Apóstolos,
desde o início, utilizavam nesse tipo de base (cf. 1Cor 1,12 - 2Ts 2,15 - 2Tm
1,13-14 - 2Tm 2,2). Os cristãos da Antiga Tradição criam na Virgindade e
intercessão de Maria, confiram os relatos:
"A Virgem Maria mostrou-se
obediente ao dizer: "Eis aqui tua serva, Senhor; faça-se em mim conforme a
tua palavra". Entretanto, Eva foi desobediente; mesmo enquanto era virgem,
ela não obedeceu. Como ela - que ainda era virgem embora tivesse Adão por marido...
- foi desobediente, tornou-se a causa da sua própria morte e também de todo
gênero humano; então, também Maria, noiva de um homem mas, apesar disso, ainda
virgem, sendo obediente, se tornou a causa de salvação dela própria e de todo o
gênero humano... Assim, o problema da desobediência de Eva foi eliminado pela
obediência de Maria. O que a virgem Eva causou em sua incredulidade, a Virgem
Maria eliminou através da sua fé" (S. Ireneu, "Contra as
Heresias", 180-199 dC).
"Entre todas as mulheres,
Maria é a única a ser, ao mesmo tempo, Virgem e Mãe, não somente segundo o
espírito, mas também pelo corpo. Ela é mãe conforme o espírito, não d'Aquele
que é nossa Cabeça, isto é, do Salvador do qual ela nasceu, espiritualmente.
Pois todos os que nele creram - e nesse número ela mesma se encontra - são
chamado, com razão, "filhos do Esposo" [Mt 9,15]. Mas, certamente,
ela é a mãe de seus membros, segundo o espírito, pois cooperou com seu amor
para que nascessem os fiéis na Igreja - os membros daquela divina Cabeça - da
qual ela mesma é, corporalmente, a verdadeira mãe" (S. Agostinho, "A
Virgindade Consagrada 6,6", 401 dC).
"O próprio Verbo, vindo por
sua vontade à Bem-Aventurada Virgem, assumiu para si o seu próprio templo da
substância da Virgem e saindo dela, fez-se completamente homem de modo que
todos pudessem vê-lo externamente, mas sendo verdadeiramente Deus internamente.
Portanto, Ele preservou sua Mãe virgem mesmo depois dela ter dado à luz"
(S. Cirilo de Alexandria, "Contra aqueles que não desejam professar que a
Santa Virgem é a Mãe de Deus 4", 430 dC).
Também há relatos na Tradição
Protestante (até o Manifesto de Dresden) confira:
"Creio firmemente que Maria,
conforme as palavras do Evangelho que afirmam que de uma Virgem nos nasceria o
Filho de Deus, permaneceu sempre pura e intacta Virgem durante e depois do
nascimento de seu Filho" (Ulrich Zwinglio, citado em "Corpus
Reformatorum" v.1, p.424). "Ele, Cristo, nosso Salvador, era o fruto
real e natural do ventre virginal de Maria... Isto aconteceu sem a participação
de qualquer homem e ela permaneceu virgem mesmo depois disso" (Martinho
Lutero, "Sermões sobre João", cap. 1 a 4, 1537-39 dC). "É uma
doce e piedosa crença esta que diz que a alma de Maria não possuía pecado
original; esta de que, quando ela recebeu sua alma, ela também foi purificada
do pecado original e adornada com os dons de Deus, recebendo de Deus uma alma
pura. Assim, desde o primeiro momento de sua vida, ela estava livre de todo
pecado" (Martinho Lutero, "Sermão sobre o Dia da Conceição da Mãe de
Deus de 1527"). "Certas pessoas têm desejado sugerir desta passagem
[Mt 1,25] que a Virgem Maria teve outros filhos além do Filho de Deus, e que
José teve relacionamento íntimo colo ela depois. Mas que estupidez! O escritor
do evangelho não desejava registrar o que poderia acontecer mais tarde; ele
simplesmente queria deixar bem clara a obediência de José e também desejava
mostrar que José tinha sido bom e verdadeiramente acreditava que Deus enviara
seu anjo a Maria. Portanto, ele jamais teve relações com Maria, mas somente
compartilhou de sua companhia... Além disso, nosso Senhor Jesus Cristo é
chamado o primogênito. Isto não é porque teria que haver um segundo ou terceiro
[filho], mas porque o escritor do Evangelho está se referindo à precedência. Assim,
a Escritura está falando sobre a titularidade do primogênito e não sobre a
questão de ter havido qualquer segundo [filho]" (João Calvino,
"Sermão sobre Mateus", publicado em 1562).
John Wesley, Inglaterra, em 1739,
disse: "Creio que [Jesus] foi feito homem, unindo a natureza humana à
divina em uma só pessoa; sendo concebido pela obra singular do Espírito Santo,
nascido da abençoada Virgem Maria que, tanto antes como depois de dá-lo à luz,
continuou virgem pura e imaculada."
Podemos perceber pela Tradição
falava que o pensamento sobre Maria nem sempre foi divergente entre
Protestantes e Católicos. Espero em Deus que isto seja um ponte para a união
entre as duas religiões ou, pelo menos, o respeito entre ambos.
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