Desde a mudança política muitos dos bunkers foram destruídos;
entretanto, alguns são empregados para novos usos: como um extravagante
alojamento para turistas, por exemplo; outros, no entanto são usados
como igrejas. Assim, no ano 2000, os franciscanos conventuais eslovacos
de Jaru, ao sul da Albânia, transformaram um bunker de concreto em um
templo, porque ali não havia nenhuma igreja católica. Parece um sinal
especial da Providência que precisamente ali, um bunker fosse
transformado em uma igreja, porque em Jaru, durante a ditadura de Hoxha,
encontrava-se uma base militar e no povoado vizinho de Shtylass, um
campo de concentração para prisioneiros políticos. Se fosse na época
comunista, com a grande cruz que os padres levantaram junto à entrada do
bunker para que este seja reconhecido como igreja desde uma certa
distância, os sacerdotes teriam assinado a própria sentença de morte.
Até mesmo quem pendurasse um crucifixo entre as quatro paredes da
própria habitação era punido com a morte, sem mencionar o que causaria o
uso deste em espaço público. Entretanto, hoje em dia, nas paredes nuas
do bunker, encontram-se as estações da Via-Crúcis; atrás do altar
eleva-se uma cruz e uma imagem da Virgem. Na parede ao fundo do templo
foi pendurado um pano de fundo azul.
A ordem franciscana foi proibida na Albânia em 1947: mais de 30 franciscanos sofreram o martírio. Os franciscanos conventuais que hoje vivem ali são missionários procedentes do exterior, igual à maioria dos outros sacerdotes católicos. Ainda levará tempo até que a Igreja católica possa caminhar com as próprias pernas. O clero nativo foi executado em grande parte; outros morreram como consequência dos maus-tratos. Quando a perseguição chegou ao seu ápice e, em 1967, foi terminantemente proibida por lei toda prática religiosa, as 268 igrejas católicas, assim como as 2.000 igrejas e monastérios ortodoxos, e as mesquitas locais, foram fechados, destruídos ou passaram a ser usados para fins alheios, por exemplo, como pavilhão esportivo. Milhares de fiéis sofreram torturas e foram levados para campos de concentração, ou foram assassinados. Por exemplo, em 1971 foi executado no campo de Lushnja o sacerdote Stjefen Kurti, de 74 anos de idade. “Ele morreu pela bala de um carrasco por ter pronunciado sobre um menino as palavras que constituem o documento mais antigo conservado da língua albanesa: ‘Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’”, escreve o historiador Rudolf Grulich. O Bispo Ernesto Coba morreu espancado em 1979, aos 80 anos de idade, em um campo de concentração porque tinha tentado celebrar a Santa Missa durante a Páscoa. O seguinte prelado, o Cardeal Mikel Koliqi, foi um dos poucos pastores que sobreviveram à prisão em um campo. Foi detido em 1946 e condenado a trabalhos forçados em terrenos pantanosos, infectados de malária. Durante quarenta anos passou penalidades em campos de concentração e cárceres, mas transmitiu a fé em segredo. Morreu em 1997 com a idade de 94 anos.
Também no sul da Albânia houve cristãos valentes que transmitiram a fé. Rezavam às escondidas; enterravam os sinos, as imagens de Santos e o Santíssimo Sacramento para protegê-los de profanações. Apesar dessa valente fidelidade à fé, as muitas décadas de domínio ateu deixaram rastros profundos. Quando o franciscano conventual eslovaco Jaroslav Car chegou em 2000 a Jaru, a maioria de seus habitantes jamais havia visto um sacerdote. Quando o padre chegava com seu hábito e sua barba, as crianças corriam atrás dele gritando: “Jesus chegou”. Este grito contém uma verdade profunda, pois o padre Jaroslav e seus irmãos realmente levaram Jesus a Jaru. Eles tiveram que começar do zero com seu trabalho pastoral, pois várias gerações tinham crescido sem Deus e nem sequer sabiam fazer o sinal da cruz. Mas o seu trabalho produziu frutos: hoje em dia, a paróquia conta com várias centenas de fiéis.
Enver Hoxha morreu. Cristo vive e se instalou nos bunkers construídos por um ditador paranoico, e entrou nos corações das pessoas a quem, durante décadas, Deus foi-lhes negado. O padre Werenfried van Straaten, fundador da Associação Internacional “Ajuda à Igreja Que Sofre” acreditava na queda do comunismo numa época em que, no Ocidente, todos estavam convencidos de que os regimes do Leste da Europa não vacilariam tão cedo. Já nos anos sessenta e setenta do século passado repetia uma e outra vez: “Os retratos gigantescos dos modernos Golias que desde todos os Kremlins olham desafiadores para as multidões, serão destroçados e seus ossos se tornarão pó. Os retratos cederão seu lugar aos ícones e por toda a eternidade será certo o que, no dia da Páscoa, a Igreja põe nos lábios de Cristo e nos nossos: ‘ressuscitei e estou ainda convosco, aleluia. Conduz-me pela mão, aleluia. Sua sabedoria é maravilhosa, aleluia, aleluia’”.
Atualmente, a fé experimenta um florescimento, sobretudo entre os católicos; embora ainda sejam uma minoria relativamente pequena da população, os fiéis são jovens em sua maioria. Em geral, a idade média da população albanesa é de pouco mais de 30 anos; por isso, as igrejas estão cheias de jovens. Em 2011, a “Ajuda à Igreja Que Sofre” auxiliou projetos na Albânia com 211.375 Euros.
A ordem franciscana foi proibida na Albânia em 1947: mais de 30 franciscanos sofreram o martírio. Os franciscanos conventuais que hoje vivem ali são missionários procedentes do exterior, igual à maioria dos outros sacerdotes católicos. Ainda levará tempo até que a Igreja católica possa caminhar com as próprias pernas. O clero nativo foi executado em grande parte; outros morreram como consequência dos maus-tratos. Quando a perseguição chegou ao seu ápice e, em 1967, foi terminantemente proibida por lei toda prática religiosa, as 268 igrejas católicas, assim como as 2.000 igrejas e monastérios ortodoxos, e as mesquitas locais, foram fechados, destruídos ou passaram a ser usados para fins alheios, por exemplo, como pavilhão esportivo. Milhares de fiéis sofreram torturas e foram levados para campos de concentração, ou foram assassinados. Por exemplo, em 1971 foi executado no campo de Lushnja o sacerdote Stjefen Kurti, de 74 anos de idade. “Ele morreu pela bala de um carrasco por ter pronunciado sobre um menino as palavras que constituem o documento mais antigo conservado da língua albanesa: ‘Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’”, escreve o historiador Rudolf Grulich. O Bispo Ernesto Coba morreu espancado em 1979, aos 80 anos de idade, em um campo de concentração porque tinha tentado celebrar a Santa Missa durante a Páscoa. O seguinte prelado, o Cardeal Mikel Koliqi, foi um dos poucos pastores que sobreviveram à prisão em um campo. Foi detido em 1946 e condenado a trabalhos forçados em terrenos pantanosos, infectados de malária. Durante quarenta anos passou penalidades em campos de concentração e cárceres, mas transmitiu a fé em segredo. Morreu em 1997 com a idade de 94 anos.
Também no sul da Albânia houve cristãos valentes que transmitiram a fé. Rezavam às escondidas; enterravam os sinos, as imagens de Santos e o Santíssimo Sacramento para protegê-los de profanações. Apesar dessa valente fidelidade à fé, as muitas décadas de domínio ateu deixaram rastros profundos. Quando o franciscano conventual eslovaco Jaroslav Car chegou em 2000 a Jaru, a maioria de seus habitantes jamais havia visto um sacerdote. Quando o padre chegava com seu hábito e sua barba, as crianças corriam atrás dele gritando: “Jesus chegou”. Este grito contém uma verdade profunda, pois o padre Jaroslav e seus irmãos realmente levaram Jesus a Jaru. Eles tiveram que começar do zero com seu trabalho pastoral, pois várias gerações tinham crescido sem Deus e nem sequer sabiam fazer o sinal da cruz. Mas o seu trabalho produziu frutos: hoje em dia, a paróquia conta com várias centenas de fiéis.
Enver Hoxha morreu. Cristo vive e se instalou nos bunkers construídos por um ditador paranoico, e entrou nos corações das pessoas a quem, durante décadas, Deus foi-lhes negado. O padre Werenfried van Straaten, fundador da Associação Internacional “Ajuda à Igreja Que Sofre” acreditava na queda do comunismo numa época em que, no Ocidente, todos estavam convencidos de que os regimes do Leste da Europa não vacilariam tão cedo. Já nos anos sessenta e setenta do século passado repetia uma e outra vez: “Os retratos gigantescos dos modernos Golias que desde todos os Kremlins olham desafiadores para as multidões, serão destroçados e seus ossos se tornarão pó. Os retratos cederão seu lugar aos ícones e por toda a eternidade será certo o que, no dia da Páscoa, a Igreja põe nos lábios de Cristo e nos nossos: ‘ressuscitei e estou ainda convosco, aleluia. Conduz-me pela mão, aleluia. Sua sabedoria é maravilhosa, aleluia, aleluia’”.
Atualmente, a fé experimenta um florescimento, sobretudo entre os católicos; embora ainda sejam uma minoria relativamente pequena da população, os fiéis são jovens em sua maioria. Em geral, a idade média da população albanesa é de pouco mais de 30 anos; por isso, as igrejas estão cheias de jovens. Em 2011, a “Ajuda à Igreja Que Sofre” auxiliou projetos na Albânia com 211.375 Euros.
De: ais.org.br
Deixe um comentário
Siga-nos no Facebook. Curta essa página==>>