03 novembro 2012

Na Bíblia, Deus também manda fazer imagens – Cultos de Dulia e Latria

Assunto: Idolatria – “Achei o argumento sobre idolatria tão pobre, na verdade um daqueles sofismas falaciosos (…)Se me forem enviados alguns versículos das Sagradas Escrituras mensionando tal ensinamento, ou seja de veneração ou dos santos, me torno Católico Romano imediatamente..”
Assunto: Idolatria Achei o argumento sobre idolatria tão pobre, na verda um daqueles sofismas falaciosos.
1. Quando se veneram (adoram) os santos, também  se reconhece implicitamente que os mesmos também possuem atributos divinos.
2. As Sagradas Escrituras também não autorizam, em nenhuma parte, a veneração dos santos, nem sequer que se interceda através dos mesmos.
3. Se nós é autorizado fazer imagens  (as do querubim, as da arca), quando Deus assim o permite (e só quando ele permite), o que dizer das que ele não autoriza nem permite: as de São José, São Benedito,  etc…? São elas autorizadas? Além do mais, se se “veneram” as imagens, como as de uma fotografia, o que se diria se alguém se prostrasse dante da fotografia de um ente querido e lhes  fizessem orações, e até flagelações.
Ora, se isto não é idolatria (culto aos ídolos), o que é então? Omde, por Deus, nas Sagradas Escrituras  nos é ensinado a  venerar as imagens dos santos?
Se me forem enviados alguns versículos das Sagradas Escrituras mensionando tal ensinamento,  ou seja de veneração ou  dos santos, me torno Caatólico Romano imediatamente.
G.
* Resposta

G.,
Antes de responder às suas objeções, quero agradecer seu e-mail.
É bom que você se manifeste e faça as perguntas que fez.
Em primeiro lugar, devemos saber o que é uma idolatria.
Existem três tipos básicos de cultos possíveis: dulia, hiperdulia e latria. A latria é o culto que se deve somente a Deus e consiste em reconhecer nele a divindade. Ou seja, reconhecer que ele é o Senhor de todas as coisas e criador de todos nós, etc.
O culto de dulia ou hiperdulia é a veneração ou a hiperveneração, que consiste em reconhecer em outra pessoa virtudes exemplares e impetratórias (intercessão). O culto de hiperdulia se deve somente à Mãe de Deus, é claro.
Por acaso você sabe o que é, então, a idolatria?
A idolatria consistiria em achar que a divindade está em uma estátua, por exemplo. Ou seja, teríamos que colocar alimentos para as imagens, como faziam os romanos, os egípcios e os demais povos idólatras. Teríamos que achar que Deus e o santo são a mesma pessoa. No fundo, seria dizer que S. Benedito não é e nem foi S. Benedito, mas foi Deus, etc.
Nunca se ouviu algum católico defendendo que o Santo era Deus! Mesmo porque isso seria cair em um panteísmo (defendido por Calvino e Lutero em algumas de suas obras).
Ademais, sobre fazer imagens, onde você leu que elas só podem ser feitas com autorização de Deus? Você pede que eu mostre uma autorização, mas não me mostra onde ela é requerida! Ora, se Deus manda fazer imagens em pelo menos três passagens das Sagradas Escrituras e proíbe que se faça imagens em outra, de duas uma, ou Deus é contraditório ou fazer imagens não é idolatria!
Os Judeus, saindo da dominação egípcia, um povo idólatra, tinham muita tendência à idolatria. Basta ver o que aconteceu quando Moisés desceu do Monte Sinai com as Tábuas da Lei e encontrou o povo adorando o “Bezerro de Ouro” como se ele fosse uma divindade, um amuleto. É claro, como permitir que um povo tendente à idolatria fosse fazer imagens. Entretanto, o mesmo Deus mandou que se fizesse imagens em outras passagens.
Sobre os santos possuírem atributos divinos, devo dizer que há uma confusão de linguagem. Os santos não possuem atributos divinos, mas sim virtudes que os tornam “semelhantes” a Deus. Lembre-se que S. Paulo disse: “já não sou eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim”.
Já viu alguma imagem católica que representasse um vício ou defeito? É claro que não, pois elas são “imagens” de pessoas virtuosas. Virtude essa que provém da graça de Deus. O mesmo não se dava na idolatria, pois os povos idólatras representavam as virtudes e os vícios em seus ídolos.
O poder de interceder pelos vivos está expresso em diversas passagens das Sagradas Escrituras. Lembre-se das Bodas de Canáa, onde Nosso Senhor não queria fazer o milagre, pois “ainda não havia chegado Sua hora” e “o que temos nós a ver com isso (com a falta de vinho)?”. Bastou Nossa Senhora pedir para que seu Filho fizesse o milagre, que Ele adiantou sua hora para atender à intercessão de sua Mãe Santíssima. Quer maior poder de interceder do que esse? Fazer com que Deus, por assim dizer, mudasse seus planos? É tal o poder de Nossa Senhora que a doutrina católica a chama de onipotência suplicante, ou seja, Aquela que tem, por meio de sua súplica a seu Filho, o poder onipotente!
Sobre os santos, também existem diversas passagens em que Deus só atende por meio da intercessão deles, como, por exemplo, no caso de Jó, em que Deus expressamente mandou que um dos que pediam a Ele pedisse através de seu servo Jó. Ou mesmo do discípulo de Santo Elias, que só fazia milagres quando pedia através do Deus de Elias.
Ora, é natural que Deus atenda àqueles que estão mais perto dele do que àqueles que estão mais distantes. Quanto maior a virtude de uma pessoa, tanto mais perto de Deus ela está e tanto mais pode interceder.
Quando a Sagrada Escritura diz que Nosso Senhor é o único caminho entre os homens e Deus, não quer dizer que entre os homens e Nosso Senhor não possa haver intercessores. É claro, só Nosso Senhor é o intercessor entre nós e Deus Pai, mas não significa que entre nós e Ele não existam degraus de pessoas que O conheceram, amaram e serviram de forma exemplar.
Sobre a fotografia, só seria idolatria alguém rezar diante de uma fotografia se o que reza pensasse que a foto fosse Deus ou que a pessoa fotografada fosse Deus. Fora isso, não há problema em se rezar para alguém, quem quer que seja, se a intenção é crescer em virtude ou alcançar alguma graça por intercessão dela.
O problema dos protestantes, Gilson, não é conhecer as respostas que estou dando (que são simples e básicas), mas é em reconhecer o orgulho que existe em quem rompe com a Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo.
O Sofisma, quem faz são os protestantes, que se fecham para a Igreja, para Nossa Senhora e para a Eucaristia. Querem dizer que seguem a “Bíblia” e se esquecem que a Bíblia foi feita pela mesma Igreja que combatem. Uma Igreja que já existia há 1.500 anos quando apareceu o primeiro protestante. Uma Igreja que recebeu a promessa de que as “portas do inferno nunca prevaleceriam contra ela”. E olhe bem, se não “prevaleceriam” é porque pareceriam prevalecer em algumas épocas históricas!
Gilson, espero que abra seus olhos, pois Deus é um só e não pode haver mais de uma religião verdadeira. Ele não teria vindo ao mundo para deixar os homens sem uma religião (pois todos os povos já tinham a sua) e perdidos no caos do “livre exame”!
As respostas às suas objeções foram dadas, espero que faça a sua parte. Se quiser, procure-me pessoalmente e conversaremos sobre qualquer dúvida que tenha.
Seu em Cristo e Maria,
F.V.
Fonte: Frente Universitária Lepanto


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