Cidade do Vaticano (RV) – Milhares de fiéis e peregrinos participaram esta quarta-feira, na Sala Paulo VI, da Audiência Geral com Bento XVI.
Em
sua catequese, o Papa propôs a meditação acerca das três vias de acesso
ao conhecimento de Deus. Vias que podem abrir o coração do homem ao
conhecimento do Senhor, sinais que conduzem em direção a Ele.
A
primeira dessas vias é o mundo, ou seja, a ordem e a beleza da criação
nos levam a descobrir Deus como origem e fim do universo. A segunda via é
o homem. Com sua abertura à verdade, seu sentido de bem moral, sua
liberdade e a voz da consciência, sua sede de infinito, o homem se
interroga sobre a existência de Deus e descobre que somente Nele pode
existir.
A terceira é a fé: quem crê está unido a Deus, aberto a sua
graça, à força da caridade. Um cristão ou uma comunidade que é fiel ao
projeto divino, se constitui num caminho privilegiado da existência e
das ações de Deus para os indiferentes ou para os que duvidam. O
Cristianismo, antes de ser uma moral ou uma ética, é a manifestação do
amor que acolhe a todos na pessoa de Jesus.
Essas vias nos levam ao
conhecimento da existência de uma realidade que é a causa primeira e o
fim último de tudo. Na realidade, explicou o Pontífice, o homem,
separado de Deus, está reduzido a uma única dimensão, a horizontal, e
justamente este reducionismo é um das causas fundamentais dos
totalitarismos que tiveram consequências trágicas no século passado,
como também da crise de valores que vemos na realidade atual.
Ignorando
a referência a Deus, ignora-se a o horizonte ético, para deixar espaço
ao relativismo e a uma concepção ambígua da liberdade. Se Deus perde a
centralidade, o homem perde o seu lugar correto, não encontra mais o
seu espaço na criação e nas relações com os outros.
Após a catequese em italiano, o Papa fez um resumo em várias línguas. Em português disse:
“Queridos
irmãos e irmãs, o homem traz consigo um irreprimível desejo de Deus,
por isso é necessário ver as vias que nos levam ao conhecimento d’Ele.
De fato, em uma sociedade em que o ateísmo, ceticismo e indiferentismo
não cessam de questionar e pôr à prova a fé, é importante afirmar que
existem sinais que abrem o coração do homem e o levam para Deus. Queria
acenar algumas vias que derivam seja da reflexão natural, seja da
própria força da fé e que poderiam ser resumidas em três palavras: o
mundo, o homem e a fé. O mundo: contemplando a beleza, a estrutura da
criação, podemos ver que existe por detrás dela uma inteligência, que é
Deus. O homem: olhando para o íntimo de nós mesmos, nos damos conta que
possuímos uma sede de infinito que nos impele a avançar sempre mais na
direção de Deus, o único capaz de nos saciar. Enfim, a vida da fé: ela é
encontro com Deus que nos fala, intervém na história e nos transforma.
Queridos
peregrinos vindos de diversas cidades do Brasil e todos os presentes de
língua portuguesa: sede bem-vindos! Neste Ano da Fé, procurai conhecer
mais a Cristo, único caminho verdadeiro que conduz a Deus, para poder
depois transmitir aos demais a alegria desse encontro transformador.
Possa Ele iluminar e abençoar as vossas vidas! Obrigado pela visita!”.
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