Vaticano, 19 Nov. 12 / 01:56 pm (ACI/EWTN Noticias).-
Em sua mensagem aos participantes da edição portuguesa do Átrio dos
Gentis, onde se reúnem tanto crentes como não crentes para dialogar, o Papa Bento XVI afirmou que a vida não não deve ser entendida como algo que se possa dispor livremente, mas como dom a guardar fielmente.
“A
consciência da sacralidade da vida que nos foi confiada, não como algo
de que se possa dispor livremente, mas como dom a guardar fielmente,
pertence à herança moral da humanidade. «Mesmo entre dificuldades e
incertezas, cada homem sinceramente aberto à verdade e ao bem, com a luz
da razão e não sem o secreto influxo da graça, pode chegar a reconhecer
na lei natural inscrita no coração (cf. Rm 2, 14-15) o valor sagrado da
vida humana desde o primeiro momento do seu início até ao seu termo»
(Enc. Evangelium vitæ, 2). Não somos produto casual da evolução, mas
cada um de nós é fruto de um pensamento de Deus: somos amados por Ele.”,
assinalou.
O Papa explicou que a razão pode aferrar o valor da
vida, mas só o amor infinito e onipotente de Deus dá a vida eterna.
“Esta é a certeza que a Igreja anuncia”, indicou.
Bento XVI
lamentou que na idade moderna, o homem tenha querido “subtrair-se ao
olhar criador e redentor do Pai (cf. Gn 4, 14), fundando-se sobre si
mesmo e não sobre o Poder divino" e não em Deus.
“É preciso
tornar a abrir as janelas, olhar de novo a vastidão do mundo, o céu e a
terra e aprender a usar tudo isto de modo justo. De facto, o valor da
vida só se torna evidente, se Deus existe. Por isso, seria bom se os
não-crentes quisessem viver «como se Deus existisse». Ainda que não
tenham a força para acreditar, deviam viver na base desta hipótese; caso
contrário, o mundo não funciona. Há tantos problemas que devem ser
resolvidos, mas nunca o serão de todo, se Deus não for colocado no
centro, se Deus não se tornar de novo visível no mundo e determinante na
nossa vida. Aquele que se abre a Deus não se alheia do mundo e dos
homens, mas encontra irmãos: em Deus caem os nossos muros de separação,
somos todos irmãos, fazemos parte uns dos outros”, afirmou o Santo
Padre.
“Meus amigos, gostava de concluir com estas palavras do
Concílio Vaticano II aos homens de pensamento e de ciência: «Felizes os
que, possuindo a verdade, a procuram ainda a fim de a renovar, de a
aprofundar, de a dar aos outros» (Mensagem, 8 de dezembro de 1965). Tal é
o espírito e a razão de ser do «Átrio dos Gentios». A vós comprometidos
de várias maneiras neste significativo empreendimento, manifesto o meu
apoio e dirijo o meu mais sentido encorajamento. O meu afeto e a minha
bênção vos acompanham hoje e no futuro”, concluiu o Pontífice.
De: acidigital.com
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