11 dezembro 2012

Nós vamos onde não há sacerdotes


Desde as montanhas até as terras baixas da selva tropical: as Missionárias de Jesus Verbo e Vítima vivem e trabalham nos lugares mais remotos e isolados da Ibero-América. Estas religiosas se ocupam de pessoas a quem ninguém visita, dos necessitados e esquecidos da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Peru.


Na atualidade, há mais de 400 Irmãs ativas em 38 missões que elas chamam “patmos”, em referência à ilha grega em que viveu exilado o apóstolo São João. Desde os centros missionários, as religiosas enfrentam viagens de carro ou a pé, de horas ou, às vezes, de dias inteiros de duração, para poder visitar os povoados mais remotos, pequenas colônias ou a famílias isoladas. Assim explica a Ir. Maria Immaculata à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). A religiosa especifica: “Vamos aonde não há sacerdotes e aonde estes não vão durante meses e anos; a lugares de até 5.000 metros de altura ou mais. Ajudamos quem não recebe nenhum tipo de ajuda”.
Em Caravelí, uma pequena cidade da região de Arequipa, no sudeste do Peru, a ordem administra um centro de formação. A localidade conta com 35.000 habitantes e está a 1.700 metros de altitude. Em 1961, o primeiro Bispo de Caravelí, Mons. Friedrich Kaiser, fundou junto com a Ir. Wilibrordis (cujo nome civil era Therese Bonefeld) a ordem das Missionárias de Jesus Verbo e Vítima. Ambos eram alemães e pertenciam aos Missionários de Hiltrup. Seu objetivo era que a nova ordem atuasse em povoados onde não havia sacerdotes e em zonas de difícil acesso, sem médicos, farmácias nem ambulatórios. Para isso procuraram candidatas dispostas a obter uma formação sólida e diversificada: deviam aprender a língua dos nativos, impulsionar entre eles a pastoral e oferecer-lhes uma assistência médica básica.
A ideia convenceu e a ordem cresceu. Até hoje, estas religiosas se ocupam de todos e de tudo: celebram a Liturgia da Palavra e repartem a comunhão; mantêm diálogos sobre a fé e formam os catequistas; escutam, consolam e apaziguam disputas. Ocupam-se de pessoas anciãs e enfermas, distribuem medicamentos e aliviam doenças físicas de todo tipo. Além disso, ajudam as mulheres no momento do parto. Também são professoras e educadoras, e ensinam as meninas e mulheres a cozinhar e costurar. Lutam, infatigáveis, contra o analfabetismo, e também contra o alcoolismo. Apesar de abraçar tarefas dificultosas e diante dos longos, e em ocasiões perigosos, deslocamentos a pé, estas missionárias possuem vocações nascentes: aproximadamente 100 destas religiosas são mulheres jovens que “em função da duração de sua pertença à ordem são noviças, postulantes ou aspirantes”, explicou a Ir. Maria Immaculata.
“Esta peruana pertence à ordem há 32 anos; aos 18 ingressou nela. Igual a muitas de suas companheiras, é uma pessoa culta que estudou Filosofia e Teologia, Pedagogia e Pastoral, que domina vários idiomas (entre eles, o alemão) e que aprendeu a atender os doentes.” Segundo as palavras da Ir. Maria Immaculata, a vida destas religiosas é singela e se define pelo trabalho. As missões se mantêm com o cultivo da horta e a criação de animais, mas para conseguir remédios, para cobrir os custos das longas viagens e para atender suas demais necessidades, as religiosas dependem de apoio. Uma parte provém das dioceses nas que trabalham, e também da Fundação Pontifícia “Ajuda à Igreja que Sofre”: entre outros projetos, a Fundação subvenciona no Peru a formação de jovens religiosas e catequistas, e concede ajudas à construção, enquanto que na Bolívia contribui com donativos para as viagens pastorais.

De: ais.org.br

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