"não tinha o direito de tirar a vida de ninguém, e menos ainda de uma pessoa indefesa, uma pessoa que não me tinha feito nada". Verónica Cardona
REDAÇÃO CENTRAL, 08 Nov. 12 / 05:57 pm (ACI/EWTN Noticias).-
Verónica Cardona ficou grávida
aos 16 anos de idade depois de ser estuprada por seu próprio pai. Esta
jovem colombiana optou por defender a vida do bebê e, cinco anos depois
de viver este drama, exorta às mulheres que passam por casos similares a
que "não tenham medo de dizer sim à vida, não tenham medo de dizer sim
ao amor!".
Faz uns dias visitou o Equador para apoiar uma manifestação contra a legalização do aborto por estupro. Aí contou o que aconteceu com ela e como Deus lhe deu forças para continuar.
Em uma entrevista concedida ao grupo ACI, Verónica confessou que o primeiro impacto depois de saber que tinha ficado grávida após o estupro foi desolador.
"Foi um impacto muito grande me dar conta de que estava grávida.
Nesse preciso momento senti que minha vida tinha fracassado, ainda mais
porque sabia que o bebê que eu esperava era o "produto" da violação por
parte do meu próprio pai".
Verónica recorda que o medo se apoderou dela, mas que não queria se submeter a um aborto.
"Caí em depressão uns dias, não queria matar a um ser inocente, mas
tinha medo, possivelmente o mesmo medo que sentem muitas mulheres ao
saber que estão grávidas".
Verónica recorda que temia não ser "capaz de sair adiante, medo aos
preconceitos, medo a que me vissem com pena, medo a enfrentar a
realidade, medo a ficar sozinha".
"Naturalmente quase toda minha família,
doutores, juízes, todos queriam que abortasse, sobretudo porque aqui na
Colômbia o aborto tinha acabado de tornar-se legal em três casos: por
estupro, por má formação e por risco da vida da mãe", indicou.
A jovem mãe assinalou que ela cumpria todos os requisitos para que
pudesse abortar de acordo à legislação colombiana: sofreu uma violação,
existia a possibilidade de má formação em seu bebê, e era uma gravidez
de alto risco.
Entretanto, um fator importante em sua decisão foi encontrar um dia a
sua mãe chorando e lhe pedindo perdão, porque ela mesma tinha
considerado a possibilidade de abortá-la quando estava em seu ventre.
Esse fato fortaleceu sua convicção de que "não tinha o direito de
tirar a vida de ninguém, e menos ainda de uma pessoa indefesa, uma
pessoa que não me tinha feito nada".
Após tomar a decisão de ter o seu bebê, a família de Verónica deixou de falar com ela durante vários dias e só sua mãe a apoiou.
"Assim começou a crescer em meu ventre o maior milagre de amor. Foi
uma experiência formosa ainda que tenha sido dura", assegurou.
Verónica assinalou que "quando via as ecografias, podia me dar conta
do grande milagre da vida, sentir seus pequenos, mas inofensivos golpes
no meu estômago e logo ver sua ternura ao nascer".
Durante o tempo da gravidez, a mãe de Verónica participava de uma
comunidade católica, que a ajudou a fortalecer sua decisão de "trazer
vida ao mundo, já fora que ao nascer desse a minha filha em adoção, ou
decidisse ficar com minha filha e sair adiante".
Verónica assinalou que ao princípio quis esquecer-se de Deus. "Fiquei
zangada com Ele porque não podia entender como um Deus tão bom e que me
amava tanto podia permitir que isso acontecesse comigo, que não tinha
feito nada de ruim na vida", disse.
Entretanto, apesar de sua dor, "refugiava-me nele e lhe pedia forças
para continuar adiante, e hoje estou segura de que Ele sempre esteve
comigo em minhas noites e dias de pranto. Era Ele quem me animava e me
levantava!", assinalou.
Ao nascer sua filha, a quem chamou María Fernanda, Verónica enfrentou
"vazios", que tentou encher com festas, amigos e trabalho, mas não foi
até que participou de um retiro espiritual da comunidade Laços de Amor
Mariano que pôde "voltar a viver".
Durante esse retiro espiritual pôde perdoar a todos os que lhe
fizeram mal, incluindo o seu pai. "Entendi muitas coisas, senti-me digna
novamente, voltei a nascer!", recordou.
Ao sair do retiro, Verónica era muito mais consciente de que "a vida é um dom".
"Indignavam-me, como me indignam agora, os argumentos dos abortistas,
que se escondem em casos como o meu para matar a um inocente e encher o
bolso com dinheiro manchado de sangue inocente, dizendo que sempre que
olhe para a criança você vai lembrar-se do momento tão doloroso que foi o
de ser abusada", assinalou.
Verónica assegura que sente "a necessidade enorme de gritar a verdade
ao mundo, que é que um filho nunca vai lembrar às circunstâncias (de um
estupro), porque é uma pessoa absolutamente diferente. Pelo contrário,
vai te ajudar a sanar as feridas, vai te dar alegria e sentido a sua
existência".
"Falo desde a minha própria experiência e não como os abortistas que
falam sem sequer conhecer ou ter passado por uma experiência destas,
porque a maioria de quem apoia o aborto nunca abortou".
Verónica assegurou que "as mulheres que, enganadas abortam, depois são defensoras da vida".
"Os abortistas não se preocupam com a mulher como aparentam fazê-lo.
Se se preocupassem realmente, não ofereceriam um aborto, mas pelo
contrário ofereceriam ajuda para que ela possa sair adiante com seu
filho", assinalou.
Se para os que promovem o aborto realmente lhes importasse o
sofrimento da mulher "aceitariam realidades como a síndrome pós-aborto,
aceitariam que a vida começa na fecundação do óvulo como o dizem os
cientistas".
Verónica criticou que os abortistas "reclamam ‘direitos’ da mulher e eles são os primeiros em passar por cima deles".
"As mulheres têm direito a uma maternidade, e eles passam por cima
deste formoso dom convertendo o ventre das mulheres no túmulo do seu
próprio filho", criticou.
"O aborto não faz com que a gravidez deixe de existir, matar não é
uma opção, é a pior decisão", indicou, acrescentando que enquanto que a
vida engendra vida, o aborto produz "morte, dor, pranto, desespero,
angústia e uma culpa que muito dificilmente será apagada de sua mente,
de sua alma, de seu ser".
Verónica exigiu que os abortistas não brinquem "com a dor da mulher e de muitos homens que também são vítimas de um aborto".
Remarcando que a defesa da vida frente ao aborto não é um tema
religioso, Verónica Cardona convidou a "católicos, cristãos,
evangélicos, ateus e a todos os que estão a favor da vida" a que "não
nos cansemos de ser a voz daqueles, que embora tenham voz e direitos, os
querem calar desde o ventre".
Citando ao fundador de Laços de Amor Mariano, Rodrigo Jaramillo,
Verónica sublinhou que "quem aborta a uma criança do seu ventre, aborta a
Jesus do seu coração", pois "Jesus é a mesma vida".
Verónica também revelou que "por graça de Deus pude perdoar o meu
pai, olhá-lo aos olhos e agradecer-lhe por ter me dado a vida", e embora
sua filha, que atualmente tem cinco anos "ainda não sabe bem tudo o que
aconteceu", está decidida a ir contando pouco a pouco tudo, pois "ela
tem direito a saber a verdade".
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