A festa da Coroação de Maria, que hoje se celebra, foi instituída por Pio XII em 1955, uma Festa que se apresenta em paralelo com a Festa de Cristo Rei, também ela de instituição relativamente recente. E podemos perguntar: que sentido faz celebrar na Igreja a Realeza de Maria? Que sentido faz dar à Mãe de Jesus o título de Rainha? Sobre isto, apenas duas palavras: a realeza de Maria é real apenas por estar em sintonia com a realeza de Cristo; a realeza de Cristo, da qual Maria participa de modo privilegiado, é a realeza do Servo Sofredor de que nos fala Isaías; é a realeza do Crucificado; é, de facto, a realeza do Filho de Deus feito Homem. Por outras palavras: a realeza de Maria comunica-nos a grandeza da condição humana; a realeza de Maria fala-nos da Esperança que temos em Cristo; a realeza de Maria celebra a Promessa que todos temos de uma completa, e inequívoca, Salvação em Cristo, mediante o advento do Reino de Deus em nós e no mundo a que pertencemos. E o nome que damos ao advento desta realidade Nova, desta forma nova de viver e dar a vida é, precisamente, aquele Nome que conhecemos quando experimentamos, damos ou recebemos, o Amor de que nos fala o Testamento da Nova Aliança que temos em Cristo. A exactamente 7 dias passados sobre a Festa da Assunção de Maria ao Céu, a Igreja recorda-nos que na Theotokos, na Mãe do Filho de Deus, temos não apenas um luzeiro da divindade, mas também a promessa da nossa própria divinização, a possibilidade de um Futuro feito de comunhão com Deus e, por isso, uns com os outros também. A realeza de Maria, portanto, é um modo simbólico de expressar o que pode, e deve ser o nosso próprio Futuro: o de sermos redimidos pelo passado que temos em Cristo!
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