25 setembro 2015

Uma bem-sucedida atriz deixa tudo e se consagra a Deus como eremita depois de experimentar o inferno




Eu era uma pecadora que nem sequer se dava conta de sê-lo. Porque o mundo te repete que o pecado não existe”.


Katja Giammona é uma ex-atriz alemã de família italiana que vive como eremita a espiritualidade de São Bento e fala de sua visão do inferno.

O novo livro do periodista italiano Antonio Socci “Aventureros do Eterno” apresenta aos leitores a incrível história de Katja Giammona, uma história que, como assegura o autor, “chegará até o mais profundo da alma”.

O relato se realiza a través de uma entrevista exclusiva que Katja Giamonna, ex atriz alemã de origem italiana, concedeu ao periodista com o consentimento de seu pai espiritual.

Para ela, “retirada do mundo com todas as suas vaidades”, os contatos com o mundo exterior são extremamente reduzidos, quase inexistentes, mesmo assim foi dada a disponibilidade para ser entrevistada por e-mail e por telefone porque um testemunho não se nesga “se a agrada Deus, se é buscado e se serve para a edificação das almas”.

Educada coma Testemunha de Jeová
Katja nasceu em uma família de Testemunhas de Jeová de Wolfsburg (Alemanha) em 11 de julho de 1975. Foi educada desde pequena para ler a Bíblia e a acompanhar a seus pais em seu caminho religioso.

Contudo, no começo de sua adolescência – graças a uma amiga católica e guiada por um pastor protestante – sentiu o desejo de “aperfeiçoar” seu batismo entrando de verdade na Igreja Católica (o Batismo das Testemunhas de Jehová, como recorda Katja, não é válido para a Igreja Católica).

Nos anos noventa trabalhou na televisão e no cinema chegando a realizar seu sonho: tornar-se uma atriz conhecida na Alemanha e na Itália. Mas sua carreira se interrompeu definitivamente porque, como conta a mesma Katja, “Cristo me queria para Ele, e queria que vivisse e trabalhasse somente para Ele e não para ter fama, para a televisão e para o inferno”.

Uma experiência do inferno
Em fevereiro de 2002 enquanto se encontrava em Berlin para o Festival Internacional de Cinema, sucedeu algo que lhe mudou radicalmente a vida.

Uma noite regressando a casa de uns amigos depois de participar de festas e eventos do Festival, caiu em um sono profundo, quiçá pelo cansaço ou por um desmaio, e se encontrou em uma habitação obscura rodeada de chamas que se elevavam enquanto ela corria desesperadamente para encontrar uma saída.

Foi uma verdadeira experiência do inferno, donde se encontrou com um misterioso personagem, um jovem ria em sua cara enquanto ela se desesperava: “Corre, corre, que daqui não vais sair!” lhe dizia.

Katja sentia a dor das queimaduras enquanto seu corpo ficava intacto, um “sofrimento enorme”; considerava morrer. Diante de seus olhos se mostraram “seus homens”, (“utilizados por ele, para jogar-me às chamas”); nesse momento Katja descobriu que seus pecados contra a castidade haviam feito merecer essa pena.

De repente, através de uma pequena abertura que se “abriu” na habitação, Katja pode ver a sua mãe que, de noite, se levantava para rezar, como fazia habitualmente, o Rosário de Santa Brígida de Suécia. Eram três horas da manhã (Katja o viu em um relógio do sala da casa de seus pais), pediu inutilmente ajuda a sua mãe mas ela não podia escutá-la.

Desesperada, Katja implorou fortemente a sua mãe que rezara por ela (porque – explica – “eu não podia rezar a Deus por mim nessa situação”): “Mamãe, reza por mim! Te suplico!”.

A mãe de Katja não a escutou mas não obstante rezou por sua filha como costumava fazer com devoção e amor maternal. Uma oração que frequentemente a filha havia rechaçado porque “para mim eram orações de beatos que, em lugar de fazer o bem, traziam má sorte”. Katja compreendeu que “este é um verdadeiro castigo: não ter a ninguém que reze por ti”.

Mais adiante a mãe de Katja confirmou que aquela noite, à três da manhã, estava desperta para interceder por sua filha.

Despertou do estranho coma... E mudou
De repente Katja despertou e se encontrou na cama, imóvel, pálida, fria, com os labios “ligeiramente azulados”. Seus amigos estavam ali, assustados, enquanto ela tentava falar sem conseguir. Uma experiência, comenta Socci, típica de quem desperta de um coma. Tudo pareceu ser um horrível pesadelo, mas desde essa noite a vida de Katja mudou de rumo.

A experiência do inferno mostrou a Katja a contradição na qual vivia: enquanto se considerava uma pessoa católica, vivia submergida no pecado. Havia crido que pecar não era algo grave e vivia sem ter consciência disso: “Eu era uma pecadora que nem sequer se dava conta de sê-lo. Porque o mundo te repete que o pecado não existe”.

Katja, declarando-se oficialmente católica, convivia com seu noivo ignorando a gravidade de seu pecado e considerando seus sentimentos de culpa como um “fanatismo” próprio das Testemunhas de Jehová.

Descubriu que “o adultério é o inimigo da alma” e é “o motivo pelo qual muitos se queimam no fogo”.

Desde esse momento sentiu a necessidade de dar um giro radical em sua vida: deixou seu noivo e foi em peregrinação a Medjugorje junto com sua mãe, com a sincera determinação de oferecer sua vida, consagrando-se ao serviço do Senhor.

O chamado do deserto
Entre as distintas formas de vida consagrada, Katja sentiu que sua vocação particular era o deserto e depois de uma experiência na África, no deserto geográfico, entendeu que o verdadeiro deserto que Deus lhe havia preparado, era o deserto da alma.

Foi nesse momento quando decidiu retirar-se, “como Maria Magdalena aos pés de Jesus”, abraçando a vida eremítica-anacoreta e tomando o nome de Benedicta.

Katja abandonou então definitivamente sua vida anterior para pôr-se aos pés de Jesus, como o fizeram são Bento, são Anselmo, são Francisco, santo Antônio que “têm uma coisa em comum: confiam em Cristo e se encomendam completamente a Ele”, sem pretensões, sem buscar títulos, ganancia ou fama, sem fazer muitos projetos e questionamentos senão vivendo “dia após dia a divina vontade”.

Escutar a Deus... e estar disposto a deixar tudo
Sobre a vocação, Katja nos explica o que aprendeu de sua experiência pessoal: a primeira vocação é “o batismo, é a conversão, escutar e obedecer a Deus”. Mas depois “há que estar preparados para deixar tudo se Cristo chama como chamou ao jovem rico”.

Pôr-se em caminho, partir com confiança, dispostos a “deixar para trás o velho para enfrentar o novo”. “Deus nos conhece e conhece nossa vocação”, portanto a vocação não é questão de razão somente nem de gosto pessoal, e sim é algo sobrenatural”.

É o Espírito Santo que nos guia, não a razão, não o cálculo, por isso “nunca pretendemos ter que entender tudo sobre Deus. Não temos que entender, e sim amar”

Faz um chamamaneto final: “Aventurar-se com Cristo, creiam-me, vale a pena. Abre as portas de teu coração a Cristo e Ele se mostrará a ti em todo o seu esplendor”.


 



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