Um duplo atentado suicida em frente a uma Igreja em Peshawar, no
Paquistão, na saída da Missa, provocou ao menos 61 mortos e 120. É um
dos ataques mais sangrentos contra cristãos no país. Até o momento
nenhum grupo assumiu a autoria. Os dois terroristas suicidas acionaram
seus cinturões de explosivos quando os fiéis saíam da missa.
O
ataque ocorreu ao meio-dia local a principal cidade do nordeste do
Paquistão, uma região atingida frequentemente por atentados atribuídos
em grande parte aos rebeldes islamitas talibãs. "O número de mortos
subiu para 61. Há 120 feridos", declarou
à AFP Mohamed Iqbal, um médico do hospital Lady Reading. O balanço
anterior era de 53 mortos e 100 feridos.
Trata-se de um dos ataques
mais mortíferos cometidos contra cristãos no Paquistão, comunidade que
representa 2% da população deste país de 180 milhões de habitantes, em
sua maioria muçulmanos.
O funcionário da administração da cidade
Sahibzada Annes disse à imprensa que as bombas explodiram logo após o
fim da missa."A maioria dos feridos está em situação crítica",
acrescentou o funcionário.
Nazir Khan, professora de 50 anos, disse
que a missa havia terminado e que 400 fiéis estavam saindo da igreja
quando ocorreu uma primeira explosão. "Uma enorme explosão me lançou no
chão e assim que recuperei meu sentidos uma segunda bomba explodiu",
disse Khan à AFP.
As autoridades sabiam que esta igreja poderia ser atacada e mobilizaram forças de segurança ao seu redor, acrescentou Anees.
"Estamos em um local que é alvo potencial para os terroristas; foram
tomadas medidas especiais para proteger estas igreja. Ainda estamos na
fase de socorros, mas quando terminar investigaremos para saber o que
falhou", disse.
Imagens de televisão mostravam ambulâncias transferindo os feridos a hospitais locais.
Familiares das vítimas se aglomeravam em frente à igreja. Alguns
gritavam frases hostis à polícia, considerada incapaz de deter as
ameaças.
O noroeste é uma região onde imperam muitos grupos rebeldes
islamitas, entre eles o Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP),
autores de inúmeros atentados que já deixaram mais de 6.000 mortos desde
2007.
O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, condenou
firmemente este atentado. "Os terroristas não têm religião. Atacar
inocentes é contrário aos preceitos do islã e de todas as outras
religiões. Estes atos terroristas mostram o estado de ânimo brutal e
desumano dos terroristas", disse em um comunicado.
A violência entre
fanáticos religiosos aumentou nos últimos anos no Paquistão, com uma
série de atentados suicidas contra a minoria muçulmana xiita (20% da
população) reivindicados pelo grupo armado sectário Lashkar-e-Jhangvi,
próximo ao TTP e à Al-Qaeda. Mas até agora os cristãos não haviam sido
atacados desta forma sangrenta.
De: RadioVaticano
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