03 novembro 2013

Cristão reformado - Testemunho de ex-protestante, agora católico.




O medo de amar


Texto base: Jo 15, 13

Não, isso não é um título de novela do SBT.
Protestante que é protestante tem medo de amar.
Acredito que posso falar deles com um pouco de propriedade por já ter sido um. Não, você não leu errado, meu caro leitor. Falei no passado, algo que era e já não é mais.
A partir deste momento o blog “Cristão Reformado” passa a ser chamado “Cristão Reformado”.
- Nooosa, quanta criatividade! Não mudou nada!
Acredite. Está bastante diferente! A diferença agora encontra-se no sentido. Sim, no sentido!
Antes fazia alusão à reforma protestante. Hoje faz alusão a uma reforma um pouco mais profunda que vai além dos limites eclesiásticos: Uma reforma da alma, do coração, de todo um ser!
Ser reformado é ser formado outra vez, como um vaso que é quebrado, estilhaçado, feito pó e que é novamente feito vaso, um vaso novo!
Agora vou parar de falar de vaso porque isso me faz sentir muito pentecostal.
Devo advertir-lhe que esse artigo será diferente dos outros em muitos aspectos.
  1. Esse é o primeiro artigo que escrevo enquanto Católico Apostólico Romano
  2. Não vou procurar ser breve, então talvez ele fique um pouquinho maior que o normal…
  3. Não tem três.
  4. É necessário um senso de humor bastante sensível para entender minhas piadas. Dizem que são sem graça… Eu discordo. Só tenho um senso de humor um pouco excêntrico…
Eu já li diversos artigos de ex-protestantes(…)
- Quê?? Diversos? Mais pessoas se converteram ao catolicismo?? O.o
Sim, padawan. Aqui vão alguns links de referência:
Não é meu objetivo defender algumas doutrinas. Se bem que me conhecendo vou acabar fazendo isso de alguma maneira no decorrer do texto, mas saiba que não é meu objetivo, portanto não o use para chegar a conclusões teológicas ou como se ele fosse um ponto final sobre esse ou aquele pensamento da igreja. Sou apenas um leigo e ainda tenho muito o que aprender, podendo até falar alguma heresia por ignorância aqui, coisa a que todos nós estamos sujeitos. Caso o sr, meu querido padawan, queira aprender um pouco mais sobre a doutrina católica, recomendo que você procure bons livros. Vou citar alguns poucos para que você possa dar um start:
  • O Banquete do Cordeiro – A missa segundo um convertido (Scott Hahn)
    • O cara era ex-presbiteriano, que nem eu! *-* A diferença é que ele era pastor e eu não, ou seja, ele tem muito mais autoridade para falar de certos assuntos do que eu.
    • Sou Católico, vivo minha fé (Edições CNBB)
      • Princípios básicos da fé cristã, além de algumas perguntas interessantes respondidas como:
        • Por que os católicos veneram a Virgem Maria?
        • Por que dizemos que Maria é mãe da Igreja?
        • Por que chamamos a Mãe de Jesus de Nossa Senhora? Não existe apenas um Senhor?
        • Os católicos adoram imagens?
        • E por aí vai…
        • Coleção Patrística (Paulus)
          • É uma coleção da capa verde. Entre no site da Paulus, pesquise por Patrística vol 1 que você vai ver ele lá.
          • O estudo da patrística tem como objetivo tornar conhecida a vida dos primeiros padres. O vol 1 trata dos padres desde o tempo apostólico até o sec II. Ora, segundo os protestantes a Igreja desandou a partir de Constantino, sec III então esses daí eram os cristão verdadeiros não é mesmo? (hahay! Espere até ler a Didaqué!)
          • YouCat
Não tem interesse? A Igreja católica é apóstata e pronto? Ok, depois não diga que a verdade bateu na portinha do seu coração.
Ah, pelo menos, então, não fale da Igreja, pois vai estar falando de algo que não conhece. Se você faz isso você é um moleque!
Os leitores poderão sugerir mais livros nos comentários! Até para mim mesmo =)
Apenas mais algumas coisas sobre mim, para que você possa entender mais um pouco sobre quem eu sou, ou pelo menos quem eu era antes de tomar a decisão mais importante da minha vida.
  • Protestante desde sempre
  • Presbiteriano
    • Currículo
      • Professor de escola dominical
      • Grupo de louvor
        • Cantor
        • Conselheiro
      • Presidente da UMP
      • Calvinista Roxo de chamar de herege qualquer um que fosse contra a TULIP ou os 5 pontos da reforma protestante. (mas infralapsariano)
      • Servetus que se dane, merecia morrer!
Bom, usei um pouco de hipérbole. Não queria que Servetus morresse (pelo menos não com madeira verde ‘hay!’)
Na escola dominical eu ensinava a doutrina básica da Igreja Presbiteriana, além do catecismo breve de Westminster para crianças de 10 a 13 anos (por aí).
Preguei duas vezes na Igreja. A primeira vez durou cerca de 15 minutos (sobre salvação) e a segunda cerca de 3 horas (sobre graça). Depois da segunda pregação ninguém me chamou mais para pregar.
Dei, certa vez, uma palestra sobre a Bíblia numa igreja Episcopal Carismática. Acho que levei umas duas horas…
Mas enfim, estou falando essas coisas para que você, meu querido padawan, não pense que eu era um completo ignorante. Não que eu seja muita coisa, mas, pelo menos, os rudimentos de minha fé eu conhecia. Ainda sou ruim em muitos assuntos e tenho muito o que aprender (escatologia por exemplo, sou uma negação! Essa história de apocalipse era muito “assembleia de Deus” pra mim, até conhecer Scott Hahn!)
Bom, feita a introdução, vamos ao desenvolvimento. Você deve estar se perguntando o que o título tem a ver com um testemunho de conversão, ou mesmo aquela acusação de que os protestantes não sabem amar. Calma que vou chegar lá!
Eu passei já por muitas igrejas evangélicas antes de voltar à igreja Presbiteriana. É até bom separar igreja evangélica de igreja protestante.
As igrejas protestantes vieram diretamente da reforma protestante. São quatro:
  • Presbiterianos
  • Luteranos
  • Anglicanos
  • Radicais (Batistas)
As outras 50 mil vieram depois e não são consideradas protestantes, são de outra religião: Evangélica. (Não evangélica no sentido que prega o evangelho, pois a Igreja Católica é evangélica também, mas evangélica enquanto nomenclatura, substantivo.)
As igrejas protestantes são igrejas históricas, que possuem um catecismo ou guia litúrgico (como o Livro de Oração Comum, no caso da igreja Anglicana) e, neles poder-se-á até ler que ainda são consideradas católicas (sempre explicando que católico é universal, para não assustar o leitor).
A afirmação acima não se aplica aos radicais, que, como o próprio nome já diz, são radicais.
- É naaada!
O objetivo dos radicais era ser o mais distante possível da Igreja Católica sem que se fosse possível abandonar a Bíblia. São eles as inspirações das igrejas evangélicas. Não aceitavam (e nem aceitam) o pedobatismo, por exemplo.
- Ah, você foi crente macaco?
Bom, não por vontade própria.
Digamos que nasci na igreja Presbiteriana, meu avô foi até Reitor do Seminário Presbiteriano do Norte! Por motivos de força maior, não vou revelar esta história para não expor familiares, fui obrigado a migrar de igreja em igreja. Me senti até um nômade!
Já passei por igrejas como:
  • Batista (tradicional)
  • Família de Cristo (neopentecostal)
  • Universal do Reino de Deus (Vergonha, meu Deus!) (neopentecostal)
  • Sara Nossa Terra (neopentecostal)
  • Renascer em Cristo (neopentecostal)
  • Assembleia de Deus (pentecostal) – Apenas visitei algumas vezes
Até conhecer a Episcopal Carismática.
Esta última foi por minha escolha. Depois que fui à primeira celebração, mesmo contra a vontade de outras pessoas, acabei frequentando esta igreja.
Achei linda a liturgia! Muitos me criticaram, dizendo que era uma igreja católica! Bom, foi ali que comecei a ouvir melhor a voz de Deus.
Amava a liturgia da igreja, a celebração eucarística todo domingo, as vestes litúrgicas, etc. Foi lá que comecei a estudar a bíblia. Até então, mesmo indo para igrejas evangélicas, não tinha apreço pela palavra de Deus! (ora vejam só!).
Nota especial: A Igreja Episcopal Carismática, apesar de não estar em comunhão com Roma por diversos aspectos, não crê na sola Scriptura e possui diversas doutrinas da tradição católica! (Menos a veneração dos santos (como na Igreja Romana) e a eucaristia como sacrifício, muito embora alguns bispos até ensinem a transubstanciação)
Estudando a bíblia, acabei por ler efésios e romanos. Adivinha o que aconteceu? Comecei a me apaixonar por esse papo de graça! Comecei a questionar coisas como não estarmos mais debaixo da lei, da salvação não depender de mim, etc. Daí conheci algumas pessoas da igreja presbiteriana.
O pastor que era o reitor da paróquia que eu frequentava era arminiano, acabei descobrindo o que era isso algum tempo depois, e eu comecei a não concordar com a visão de como ocorre a salvação dele.
Outra nota especial: A Igreja Episcopal Carismática não é arminiana, mas possui pastores arminianos.
E mais uma nota especial: Permita-me frisar que, a pesar de ser contra a soteriologia do pastor, ele foi um homem de Deus na minha vida! Só Deus sabe o quanto ele foi importante na minha caminhada cristã! Aprendi muito com ele!
Retomando o assunto, três anos após ter começado a frequentar a Igreja Episcopal, fui para a igreja Presbiteriana. Me tornei calvinista.
Até então não tinha tomado um lado quanto à soteriologia a pesar de já ter dito heresias como “O inferno não pode existir, pois Deus é amor e blah blah blah”. Coisas de quem não conhecia bem a bíblia.
Presbiteriano Calvinista Roxo. Essa era minha designação. Escrevi uma carta “digna de um TCC de seminário” (segundo os presbíteros) mostrando o quanto eu defendia o calvinismo em detrimento do arminianismo.
E o livro de Tiago era um mero detalhe.
Mesmo nesse contexto, em paralelo, eu tinha algumas dúvidas interessantes e a que mais me incomodava era a seguinte:
“Por que existem padres?”
Eu nunca fui anticatólico. Nunca tomei partido porque reconhecia que não poderia falar mal de algo que não conhecia, mas ouvia muitos pastores e presbíteros descendo a lenha na Igreja Católica, coisa, inclusive, que não acontecia na Episcopal, por motivos óbvios.
Até achei interessante, certa vez, quando um diácono afirmou que os católicos estavam fazendo um belo trabalho evangelístico nos países x, y e z e que deveríamos orar por nossos irmãos católicos (essa fala nunca saiu da minha cabeça e seria facilmente repudiada nas igrejas neopentecostais que frequentei e mesmo na presbiteriana).
Os pastores viviam falando que a Igreja Católica é idólatra, supersticiosa, apóstata… Pelo menos os argumentos eram melhores que os das igrejas neopentecas que afirmavam ser a besta do apocalipse sua santidade, o papa.
Sempre ouvi que os padres não conhecem a bíblia ou nunca leram êxodo 20, são pagãos, o tau (dos franciscanos) é o T de Tamuz, Maria é uma deusa aí que me esqueci o nome, e deus pagão pra cá, deus pagão pra lá, etc.
“Mas os padres têm acesso a bíblia! Como eles podem passar por Êxodo 20 assim sem se converter? “
“Por que danado existem padres???”
- Vai ver é olho grande nas riquezas do vaticano!
Não, meu querido padawan, isso não faz sentido nenhum!
Note que um padre não se casa. É celibatário!
Ele não tem uma família para deixar algo por herança, não sai por aí viajando esbanjando dinheiro e tudo o que é da Igreja é da Igreja… Não pertence nem mesmo ao papa!
Como que alguém deixa tudo para ser padre, abre mão de uma família… E se a Igreja católica realmente é apóstata e incluiu deuses pagãos, por que não realizam cerimônias pagãs como eram realizadas na época regadas de orgias e de coisas pérfidas ao invés de ser martirizada por coisas tão difíceis??
Como que eles – Pensava eu antes de conhecer a história toda –, conhecendo sua história, conseguem continuar a dar a vida por essa instituição que, inclusive, foi a responsável pelo suposto atraso da idade média e por torturar e matar tanta gente na inquisição?
Bom, deixando meus pensamentos para lá um pouquinho, um amigo meu, a quem devo um muito obrigado, me deu uma Bíblia de presente, mas não foi qualquer bíblia.
Não foi a bíblia da mulher que ora, não, nem a do obreiro “unxido”, nem a do pentecostal, nem a de Genebra, nem nenhuma Ferreira de Almeida (isso ou aquilo).
Foi uma Bíblia com “B” maiúsculo: A Bíblia de Jerusalém! Que chamo carinhosamente de Jerusa.
Foi nessa bíblia que minhas pupilas dilataram quando li a belíssima história de Tobias!
Mas como e por quê esse livro estava fora das bíblias protestantes?
Foi quando comecei a estudar o cânon.
Conheci o Veritatis Splendor, não a encíclica do papa João Paulo II, mas o magnífico site veritatis.com.br.
Nesse meio tempo, bombou um vídeo na internet e um padre aí, um tal de Paulo Ricardo chamando os protestantes de otários…
“COMO ASSSIMMMM?? OTÁRIOSS????”


E foi assim que comecei a assistir os vídeos dele também.
Nada mais evangelizador do que a palavra otário.
Assistindo os vídeos dele, lendo os textos do Veritatis… Meu caminho já estava traçado.
Acho que fui predestinado a ser católico. (Coisa de calvinista =P)
Falando em calvinismo, caso queira se inteirar sobre a diferença entre a TULIP e a soteriologia católica: http://veritatis.com.br/apologetica/graca-justificacao-pecado/790-um-alerta-sobre-a-tulip
Lendo esses textos, minhas dúvidas só começaram a aumentar. Tudo o que eu acreditava até então começara a ruir!
Mesmo sabendo que os católicos não utilizam a Bíblia como única regra de fé e de prática, apenas com ela eu comecei a enxergar o engodo que me cercava! Veja alguns exemplos:
Sola scriptura?
Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa.
2 Tessalonicenses 2:15
Sola fide?
Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
Tiago 2:14
Soli Deo Gloria?
A glória de Deus está nas coisas encobertas; mas a honra dos reis, está em descobri-las.
Provérbios 25:2
Solus Christus e Sola Gratia também são aceitos pela Igreja Católica, mas de maneira um pouco diferente que não abordarei nesse artigo. Às vezes uma palavra ou uma expressão tem significados diferentes para católicos romanos e protestantes.
A Igreja apostatou?
Jesus mentiu?
Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
Mateus 16:18
Não existe purgatório?
Alguém pode sair do inferno?
Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.
Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.
Mateus 5:25-26
Não se pode fazer imagem nenhuma?
Será que Deus não estava, na verdade, se referindo a ídolos?
E disse o Senhor a Moisés: Faze-te uma serpente ardente, e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo o que, tendo sido picado, olhar para ela.
Números 21:8
Maria era uma mulher qualquer? Apenas uma barriga de aluguel?
Ave não é uma saudação para realeza? “Ave César!”
Entrando, o anjo disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.
Lucas 1:28
Como expliquei no início, não tenho a intenção de fazer uma defesa teológica sobre os pontos que separam o catolicismo do protestantismo, mas vamos nos ater a esse nome: Protestante.
Para você ser protestante, você tem que protestar contra algo. Esse algo pode ser uma ideia ou, no caso da igreja, um conjunto de doutrinas. Mas que doutrinas são essas? Quem as ensinou? Quem as ensina até hoje?
A Igreja.
Mas o que é a Igreja? Muitos afirmam que a Igreja não se trata de uma instituição visível, mas são todos os que confessam o nome do Senhor Jesus, nome que é o único que importa que sejamos salvos.
De fato existe uma Igreja invisível, formada por todos os eleitos de Deus, mas ela se expressa visivelmente em uma instituição que, por sinal, foi fundada por Cristo com os apóstolos e com uma hierarquia bem definida.
Cristo fundou a Igreja sobre Pedro em Mt 16:18, que era um apóstolo. Ele, juntamente com os outros apóstolos, definiram a hierarquia dessa Igreja, com o auxílio do Espírito Santo que os guia. Observe as condições para quem quisesse ser bispo ou diácono, por exemplo, dessa Igreja VISÍVEL:
Eis uma coisa certa: quem aspira ao episcopado, saiba que está desejando uma função sublime.
Porque o bispo tem o dever de ser irrepreensível, casado uma só vez, sóbrio, prudente, regrado no seu proceder, hospitaleiro, capaz de ensinar.
Não deve ser dado a bebidas, nem violento, mas condescendente, pacífico, desinteressado;
deve saber governar bem a sua casa, educar os seus filhos na obediência e na castidade.
Pois quem não sabe governar a sua própria casa, como terá cuidado da Igreja de Deus?
Não pode ser um recém-convertido, para não acontecer que, ofuscado pela vaidade, venha a cair na mesma condenação que o demônio.
Importa, outrossim, que goze de boa consideração por parte dos de fora, para que não se exponha ao desprezo e caia assim nas ciladas diabólicas.
Do mesmo modo, os diáconos sejam honestos, não de duas atitudes nem propensos ao excesso da bebida e ao espírito de lucro;
que guardem o mistério da fé numa consciência pura.
Antes de poderem exercer o seu ministério, sejam provados para que se tenha certeza de que são irrepreensíveis.
As mulheres também sejam honestas, não difamadoras, mas sóbrias e fiéis em tudo.
Os diáconos não sejam casados senão uma vez, e saibam governar os filhos e a casa.
E os que desempenharem bem este ministério, alcançarão honrosa posição e grande confiança na fé, em Jesus Cristo.
Estas coisas te escrevo, mas espero ir visitar-te muito em breve.
Todavia, se eu tardar, quero que saibas como deves portar-te na casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade.
Sim, é tão sublime – unanimemente o proclamamos – o mistério da bondade divina: manifestado na carne, justificado no Espírito, visto pelos anjos, anunciado aos povos, acreditado no mundo, exaltado na glória!
1 Timóteo 3:1-16
Note uma coisa interessante nesse texto:
Todavia, se eu tardar, quero que saibas como deves portar-te na casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade.
1 Timóteo 3:15
O apóstolo Paulo afirma que o sustentáculo da verdade É A IGREJA VISÍVEL!!!
Nossa, até usei caps lock!
É tão simples enxergar isso que me dá até calafrios!
Quem ousaria protestar contra o sustentáculo da verdade?
- Eita, peraê. Se a Igreja é o sustentáculo da verdade e as portas do inferno não podem prevalecer contra elas e o Espírito Santo é o seu guia(…)
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco.
João 14:16
- (…) logo se eu protesto contra essa Igreja, estou protestando contra a verdade… Cristo não disse uma vez que Ele é a verdade?
Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.
João 14:6
- Então… Protestando contra essa Igreja que é guiada pelo Espírito estou, na verdade, protestando contra o próprio Cristo? =O
Isso mesmo, meu caro padawan! Nem precisaríamos criar este raciocínio para chegar a esta conclusão, pois o próprio Cristo nos disse isso:
Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.
Lucas 10:16
Outro ponto interessante é que a mensagem do evangelho não se resume às escrituras, antes deve ser passada de viva voz, na esperança de que o Paráclito nunca nos deixará, como Cristo nos prometeu:
Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.
João 14:26
Grifo meu.
Note que ele fala que o Espírito Santo não deixará a Igreja esquecer do que foi dito! Será que Jesus falhou ou mentiu? Bom, prefiro crer que não.
E assim, mesmo tendo tanto apreço pelas escrituras, os protestantes não podem interpreta-la, pois:
Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal.
Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus.
2 Pedro 1:20-21
E eles não conseguem entender um versículo tão simples de Êxodo 20 que fala sobre idolatria. O primeiro e o segundo mandamento são, na verdade um só! Não ter outro deus, muito menos fazer alguma imagem desse outro deus para adorá-lo. Simples!
É sabido que católico não professa outro Deus, apenas as três pessoas da trindade em uma única divindade e substância.
Maria não é deusa! Os santos não são deuses e nem podem fazer milagres! Até a própria Maria não faz milagres! Pelo menos não diretamente. Todos os santos, incluindo Maria, precisam interceder. Claro que Maria possui um lugar especial por ser mãe de Cristo. Por isso os católicos não os adoram, mas apenas prestam um culto de honra (dulia)! E, no caso de Maria, hiperdulia, mas nunca adoração (latria)!
Se ajoelhar perante alguém não constitui idolatria (adoração a ídolo (deus falso)). Para que haja idolatria você PRECISA, necessariamente, QUERER adorar, reconhecer que o adorado é um deus e/ou pôr sua confiança nele. Pergunte a qualquer católico: Maria é uma deusa? Você vai ouvir um grande: NÃO
Não me responsabilizo, inclusive, se alguém o chamar de herege!
Eu mesmo me ajoelhei diante de minha noiva para pedi-la em casamento (te amo, minha princesa)!
Quando você, meu caro amigo protestante, se ajoelha ao pé da sua cama para orar a Deus, por um acaso está adorando sua cama? Acho que não.
Bom, existem muitos outros motivos que me fizeram caminhar em direção à Igreja de Cristo. Eu poderia escrever muito mais, mas eu não vou conseguir terminar esse artigo se fizer isso, então vamos ao motivo principal.
Em jo 15, 13 (a partir de agora vou utilizar a notação católica para apontar algum texto na bíblia), o apóstolo do amor nos conta que não existe um amor maior do que aquele que nos faz dar a vida por alguém, por nossos amigos.
A Bíblia está cheia de passagens como esta. Algumas falam que devemos amar nossa esposa como Cristo amou a Igreja, amar a nosso próximo como a nós mesmos e como Cristo amou Igreja, amar os inimigos, amar, amar, amar…
Deus é amor! Nós, de uma forma misteriosa, participamos da natureza divina.
Alguns interpretam isso como se nós pudéssemos ter superpoderes ou algo do gênero, mas não! Participamos da natureza de nosso mestre amando! Amando como Ele nos amou.
Esse amor com que temos que amar não é um amor qualquer, mas um amor que nos faz entregarmos a nós mesmos, dar nossas vidas em favor de nosso próximo.
Que grande amor é esse com que Cristo nos amou! E como podemos amar outras pessoas assim com tanta intensidade?
Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único Filho para nos salvar.
Já cansei de ouvir sermões de pastores afirmando que certos cônjuges idolatram-se mutuamente por amarem-se demais!
A visão do que é idolatria ficou tão restrita que até para amar ficou difícil!
Essa visão acaba separando as pessoas umas das outras e, em última instância, de Deus!
Eu amo minha noiva, daria minha vida por ela e quero me casar com ela, mas ela não é minha deusa. Já fui acusado de idolatria várias vezes por conta disso no meio protestante.
Notem que estou apenas seguindo os preceitos de Cristo, do evangelho!
Por conta desse preciosismo em cima de um preceito mal formulado, distante do que a Bíblia ensina sobre o que é a verdadeira idolatria, os protestantes ficam privados de entregarem-se ao mais belo mandamento de Cristo: Amar ao próximo como a mim mesmo. Este fica apenas abaixo de um mais belo: Amar a Deus sobre todas as coisas.
É por amar a Deus que me sinto compelido em amar a Sua Igreja, a fundada por Ele! Que não segue tradições de homens, mas a Tradição de Cristo que foi passada aos apóstolos e que, até hoje, é mantida graças à ação do Espírito Santo.
É amando a Deus que amo as pessoas que O serviram: Os pais da Igreja, os mártires, os santos e, claro, Maria!
Idolatria é pôr a confiança em algo que não seja o Senhor. Há quem coloque sua esperança no dinheiro, na sua força física, na sua inteligência, em qualquer outra coisa menos em Deus. Minha confiança, porém, não está em outro senão no Senhor dos exércitos, criador dos céus e da terra, Deus esse que é Uno e Trino.
Mesmo que eu me ajoelhe perante alguém, perante a imagem de um santo, sei que ele não pode fazer nada mais que apenas interceder por mim. Que suas vidas sejam observadas como exemplo de prestação de serviço à Igreja e a Deus e que nós sejamos seus reflexos, imitadores para que, assim como eles, coloquemos sempre nossa confiança unicamente em Deus.


De: Cristaoreformado.wordpress.com

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