06 outubro 2014
Você é um pai helicóptero?
Assim são chamados os progenitores que superprotegem seus filhos mesmo quando já são adultos
“Pais helicópteros”: esta é a denominação aos progenitores que superprotegem seus filhos mesmo quando já são adultos. Este termo nasce da ideia de “sobrevoar” pela vida dos filhos para evitar-lhes qualquer situação de perigo e exercer controle sobre suas decisões. Para um pai helicóptero, seu filho sempre será um bebê, sem importar a idade que ele tiver.
O termo surgiu em 1969, no livro “Between parent & tennager”, do Dr. Haim Ginott, quem menciona um adolescente que reclama, dizendo: “Minha mãe está como um helicóptero sobre mim”. A partir desse momento, diversos especialistas utilizaram a expressão para referir-se aos progenitores que exercem uma educação superprotetora, com atitudes particulares como “acordar seus filhos todas as manhãs para ir à faculdade e procurar seus professores universitários para pedir as notas dos filhos”, segundo descreve Pia Fouilloux [1].
Observou-se, além disso, que os pais helicópteros costumam se intrometer nas primeiras experiências de trabalho dos filhos. Um estudo de Adecco ao qual se refere The Wall Street Journal conclui que, em 2012, cerca de 8% dos graduados americanos foram acompanhado dos seus pais a uma entrevista de emprego [2].
Mas o fenômeno parece ser mais frequente nas famílias hispanas com filhos com cerca de 20 anos de idade. “Entre latinos, o apoio intenso entre familiares é mais comum. Há valores coletivistas que apreciam mais a família e a comunidade que o indivíduo por si só”, comenta a psicóloga Laura Goorin no artigo de Pia Fouilloux.
Os filhos dos pais helicópteros
Em grande medida, o desenvolvimento emocional dos filhos depende do carinho, dos cuidados e da atenção que eles recebem dos seus pais, sobretudo nos primeiros anos de vida. No entanto, uma criação protetora em excesso pode prejudica-los ao invés de beneficiá-los, mais ainda quando tal conduta não se limita às primeiras idades, mas se estende até a juventude dos filhos.
Esta situação cria uma dependência total dos pais e, por isso, quando são adultos, os filhos costumam ter dificuldades nos seus empregos e na tomada de decisões importantes, como tornar-se independentes ou contrair matrimônio.
A superproteção pode criar nos filhos alguns vazios no âmbito psicológico, como imaturidade, insegurança, dependência, fraqueza, nervosismo, timidez, intolerância ao fracasso, pouca capacidade de adaptação, dificuldade de resolver problemas, incapacidade de assumir responsabilidades e relacionar-se com os outros.
A terapeuta e especialista em psicologia infantil Maru del Olmo indica que “a intenção desse tipo de pais é uma tentativa genuína de ser bons guias; no entanto, eles falham em sua estratégia, já que causam confusão em seus filhos ao não deixar que tomem decisões e assumam suas consequências” [3].
Evitar a superproteção desde a infância
Para evitar a superproteção, é preciso ter disciplina, autoridade assertiva e amor. Algumas táticas são:
- Dar responsabilidades aos filhos, para que vão adquirindo autonomia.
- Adaptar as exigências a cada faixa etária.
- Dar-lhes pequenas responsabilidades, à medida que vão crescendo.
- Permitir que sejam “eles mesmos”, partindo da segurança e do amor.
- Dar-lhes as ferramentas para superar os obstáculos, não fazer as coisas no lugar deles.
- Transmitir-lhes segurança, entusiasmo, autoestima, recordando que os filhos são reflexos dos pais.
- Incentivá-los a socializar-se. Falar-lhes claramente para que se relacionem com os outros com segurança pessoal.
- Permitir que explorem seu ambiente, mas com supervisão. O ideal é que os pais os acompanhem nesta exploração, para que possam aprender com segurança e criar laços mais fortes.
- Deixar que tomem certos tipos de decisão, para formar seus critérios.
De: aleteia.org
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