Escrito por Érick Augusto Gomes , ex-protestante que agora é um defensor da fé Católica Apostólica Romana .
É UM ABSURDO CRER NA PRESENÇA REAL DE CRISTO NA EUCARISTIA?
Desde o inicio da Igreja
primitiva, os cristãos sempre manifestaram, seja de forma oral ou escrita, a
presença real do corpo de Cristo nas espécies do pão e do vinho. Vários são os
exemplos que encontramos nos mais diversos textos que comprovam essa fé, não só
na patrística, mas sim, nas sagradas escrituras. O apóstolo Paulo em sua primeira carta aos
Coríntios (escrita por volta do ano 55 d.C) já afirmava que o cálice abençoado
é a “comunhão com o próprio sangue de
Cristo”, assim como o pão partido fazia do cristão, comungar do próprio “corpo do Senhor” (I Cor 10,16). Em outras passagens da mesma carta, o apóstolo dos
gentios afirma que aquele que come do pão e bebe do cálice indignamente,
torna-se réu de sua própria condenação (I
Cor 11,27-29). Muitos ali já haviam morrido e Paulo afirma que esse
“castigo” se deve ao fato de alguns não discerniram o corpo do Senhor (I Cor 11,30-31). No evangelho segundo
João, o próprio Jesus já havia lançado os fundamentos que seriam concretizados
pela própria Igreja:
Jo 6,55 – “Pois a minha carne é verdadeira comida e o
meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim e eu nele”.
Santo Irineu de Lião em sua obra
intitulada de “contra as heresias” (escrita por volta do ano 180), afirma que:
“Quanto
a nós, nossa maneira de pensar está de acordo com a Eucaristia e a Eucaristia
confirma nossa doutrina. Pois lhe oferecemos o que já é seu, proclamando como é
justo, a comunhão e a unidade da carne e do Espírito. Assim como o pão que vem
da terra, ao receber a invocação de Deus, já não é pão comum, mas a Eucaristia,
feita de dois elementos, o terreno e o celeste, do mesmo modo os nossos corpos,
por receberem a Eucaristia, já não são corruptíveis por terem a esperança da
ressurreição”. (Contra as Heresias,
livro IV 18,5 - Editora Paulus)
Assim como Santo Inácio de
Antioquia, em sua epístola aos Efésios, enfatiza que a eucaristia é o remédio
para a imortalidade:
“Para
obedecermos ao Bispo e ao presbítero numa concórdia indivisível, partindo um
mesmo pão, que é o remédio da imortalidade, antídoto contra a morte, mas vida
em Jesus Cristo para sempre” (Epístola aos Efésios IX, 20).
Frente a tantos testemunhos, há
em nossa era atual, certo desconforto por parte de muitos cristãos que
caracterizam tal milagre como “absurdo” e “impossível”. Muitos desconhecem a
patrística que narra tal crença na Igreja primitiva, outros, ainda que saibam,
creditam a isso um mero simbolismo. Entretanto, se para os primeiros padres a
eucaristia é o “antídoto contra a morte”
e se para S.Paulo o cálice abençoado é a “comunhão
com o próprio sangue de Cristo”, por qual motivo, muitos não creem?
Um dos fatores mais curiosos que
tenho presenciado por parte de alguns cristãos, é a falta de fé frente a
milagres. Acreditar na presença real de Jesus Cristo nas espécies do pão e do
vinho, não é um absurdo, ao contrário, significa absorver que a fé cristã é baseada em milagres e a
instituição da eucaristia como um sacramento vivo da presença do Senhor nada
mais é que a consolidação da unidade da Igreja.
Se muitos pensam que o milagre
eucarístico, não passa de mera especulação teológica, o que dizer dos mais
variados sinais atribuídos a Cristo em toda a narrativa evangélica?
Sendo assim, seria também um
absurdo acreditar nos milagres realizados por Jesus, tais como:
- Mudança de água para vinho (Jo 2,1-11);
- Cura do filho de um funcionário real (Jo 4,46-54);
- Cura de um paralítico na piscina de Betesda (Jo 5,1-9);
- Cura de um cego de nascença (Jo 9,1-41);
- Multiplicação dos pães para mais de cinco mil pessoas (Jo 6,1,15);
- Caminhada de Jesus sobre o mar (Jo 6,16-21);
- Ressurreição de Lázaro após a sua morte (Jo 11,1-44);
- Exorcismo de um homem dominado por demônio (Lc 4,33-35);
- Cura da sogra de Pedro (Lc 4,38-39);
- Cura de um leproso (Lc 5,12-13);
- Cura de um paralítico (Lc 5,17-25);
- Cura de um homem de mão aleijada (Lc 6,6-10);
- Cura de um empregado de um oficial romano (Lc 7,1-10);
- Ressuscitou o filho da viúva de Naim (Lc 7,11-15);
- Acalmou uma tempestade (Lc 8,22-25);
- Curou um homem dominado por legião de demônios (Lc 8,27-35);
- Curou a filha de Jairo (Lc 8,41-56);
- Cura de uma hemorroíssa (Lc 8,40-56);
- Cura de um menino endemoniado (Lc 9,38-43);
- Exorcismo de um “demônio mudo” (Lc 11,14);
- Cura da mulher encurvada (Lc 13,11-13);
- Cura de um hidrópico (Lc 14,1-6);
- Cura de dez leprosos (Lc 17,11-19);
- Cura de um mendigo cego (Lc 18,35-43);
- Curou a orelha cortada do empregado do Sumo Sacerdote (Lc 22,50-51);
- Curou dois cegos (Mt 9,27-31);
- Curou a filha endemoniada da mulher Cananeia (Mt 15,21-28);
- Alimentou mais de quatro mil pessoas (sem contar mulheres e crianças) com apenas sete pães e alguns peixes (Mt 15,32-38);
- Curou um surdo-mudo (Mc 7,31-37);
- Curou um cego (Mc 8,22-26).
A maior característica do cristianismo é o milagre! Como dizer que é um absurdo crer na transubstanciação, quando toda a vida de Jesus é puramente feita de sinais! A nossa conversão já e o milagre atuante em nossas vidas! Enquanto Cristo pregava o seu reino, muitos foram os que duvidaram de seus milagres, de suas ações e do seu precioso amor, porém, Ele morreu e ressuscitou e esse grandioso milagre, desafiou todas as regras humanas de nossa existência! O milagre eucarístico acontece, pois, como filhos de Deus, necessitamos dessa continuidade, até que o Senhor retorne e leve para si, a sua Igreja.
Creia no milagre!
“Meu Deus, eu creio, adoro,
espero e amo-vos. Peço-vos perdão para os que não creem, não adoram, não
esperam e não vos amam”.
Paz e bem a todos!
De: accapologeticacristacatolica.blogspot.com.br
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