26 maio 2011

Eu aprendi isso em casa


Olá irmãos

Do que podemos nos lembrar de nossa educação familiar?

Coisas boas? Nem tão boas?

Educação parece que está totalmente relacionado à criança. Forma quase que um binômio: educação-criança. Não dá para separar uma da outra; e quando pensamos em crianças pensamos no lar, na família.

A primeira etapa da educação, obrigatoriamente passa pela nossa casa. Isso é fato. Não podemos esperar a escola ou a igreja para educar nossos filhos, precisamos ser “pais-mães-educadores”. Se deixarmos nossos pequenos escolherem o que querem, creio que nunca tomariam banho e comeriam guloseimas e doces o dia todo. Estou errado?

Vejamos o que o dicionário diz:

“Acepções

■ verbo

transitivo direto

1 dar a (alguém) todos os cuidados necessários ao pleno desenvolvimento de sua personalidade

transitivo direto

2 transmitir saber a; dar ensino a; instruir

transitivo direto

Etimologia

lat. edùco,as,ávi,átum,áre 'criar (uma criança); nutrir; amamentar, cuidar, educar, instruir, ensinar'; (Fonte Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa)”

É ou não um binômio (educação-criança)?

Os judeus consideravam os filhos uma grande alegria e um prêmio (Salmo 126,3-5). A educação dos filhos começava por volta dos três anos, quando já sabiam falar; orações e cânticos eram aprendidos por repetição, tal como hoje. Em casa, observavam os símbolos e práticas religiosos que propiciavam oportunidade de ensino. Aprendiam, por exemplo, sobre o menorá (candelabro de sete braços), símbolo da fé judaica. Eram encorajados a perguntar sobre o significado do ritual familiar anual da Páscoa (Êx 12,26-27) que ensinava sobre o poder de Deus nos assuntos humanos. Os pais tinham responsabilidades definidas na educação, O pai ensinava religião, a história do povo hebreu e uma profissão. Também deveria ensiná-lo a nadar e era responsável por encontrar uma esposa para seu filho. À mãe cabia ensinar suas filhas a serem obedientes e esposas capazes. As meninas aprendiam a cozinhar, fiar, tecer, tingir, cuidar de crianças e até dirigir escravos. Aprendiam a triturar grãos e às vezes ajudavam na colheita. Ocasionalmente ajudavam a cuidar das vinhas ou, se não havia irmãos, ajudavam a cuidar dos rebanhos. Deviam ter boas maneiras e alto padrão moral. Segundo o costume da comunidade judaica, as meninas tinham oportunidades educacionais formais restritas e não lhes era permitido estudar a Lei. Não obstante, algumas tinham educação de alto nível em casa, aprendendo música, dança, leitura, escrita e a manejar pesos e medidas. Nas famílias ricas, os filhos tinham tutores em casa.

O que a Igreja nos fala sobre a educação:

“Os responsáveis pela educação

Os pais, depois de ter dado vida a seus filhos, têm uma gravíssima obrigação de educá-los e, como tal devem ser reconhecidas e como seu primeiro e principal educadores [11].. Essa é a importância desta função de educação, quando se trata de omissão, que dificilmente poderá ser completada.. O papel dos pais é, na verdade, criar um ambiente familiar animado pelo amor e devoção a Deus e dos homens, que promove a educação, vida pessoal e social dos seus filhos. A família é a primeira escola das virtudes sociais que nenhuma sociedade pode fazer.

Mas é sobretudo na família cristã, enriquecido pela graça e deveres do sacramento do matrimônio, que desde a mais tenra idade as crianças devem, segundo a fé recebida no batismo, aprender a descobrir a Deus e à honra e ao amor ao próximo, sempre que a primeira experiência, e uma vida social saudável, e a Igreja, mas por parte da família que estão inseridos no gradualmente 1a vida da sociedade civil, bem como o povo de Deus. Os pais (devem ensina)” a importância de uma verdadeira família cristã e o progresso do povo de Deus [12].

O direito à educação, que é essencialmente a família, requer a ajuda de toda a sociedade. Para além dos direitos dos pais e educadores das pessoas a quem recorrer para uma parte da sua tarefa, existem obrigações e direitos específicos, que pertencem à sociedade civil, como responsável por organizar o que é necessário para o bem comum tempo. É a sua função de promover, em diversas formas de educação dos jovens: para proteger os direitos e deveres dos pais e outras pessoas que desempenham um papel na educação e na prestação de assistência, de acordo com o princípio da partilha, falta de iniciativas tomadas pelos pais e de outras empresas, e tendo em conta os desejos dos pais, assumir a completa educação, além disso, criar escolas e instituições limpo, quando o bem comum exigir [13].”

Fonte: ( DECLARAÇÃO SOBRE A EDUCAÇÃO CATÓLICA « GRAVISSIMUM EDUCATIONIS » “)

Como este é um texto meio grande, e não menos importante, mas aqui o espaço pode ficar meio cansativo, peço que vocês dêem uma olhada no site do vaticano, de onde eu retirei este texto. Clique neste link

DECLARAÇÃO SOBRE A EDUCAÇÃO CRISTÃ


Quando penso em educação, não posso deixar de lembrar da Dona Júlia:

Minha mãe, Dona Júlia, quase não sabia ler, mas foi a melhor professora que eu tive em toda a minha vida. Sua confiança em Deus e sua fé foram passadas para seus filhos. Com palavras, com cânticos, com orações, meus irmãos e eu fomos ensinados na Palavra de Deus. Palavra não escrita, mas gravada como um selo, como uma tatuagem, nos corações dos filhos.

Na parte religiosa me lembro que sempre ela nos ensinou a buscar a Deus. Tudo o que eu pratico hoje na igreja, foi fruto dessa educação. Novenas, terços, missas e orações sempre fizeram parte da minha infância. Hoje percebo que foi uma semente que, mesmo pequenina, deu fruto; espero poder deixar esse legado espiritual para minha família também.

Minha mãe sempre nos educou no respeito aos mais velhos, no amor às crianças e no respeito aos animais e às flores.

Na minha casa nunca faltou um jardim: Hoje vemos que o mundo tem no respeito à natureza e ao meio ambiente quase que uma obsessão. Também pudera, com as mudanças climáticas, nossa casa, que é o mundo, precisa ser conservada, precisa de cuidados que, se não resolverem os problemas, pelos menos estanquem a sangria do desmatamento florestal da emissão de gases tóxicos. Em casa, as flores eram como o tapete do mundo e eram tratadas como tal.

Na minha casa nunca faltou uma criança: Dona Julia é babá por natureza, as nossas vizinhas que trabalhavam fora tinham plena confiança em deixar seus filhos sob os cuidados de minha mãe. E os filhinhos das vizinhas tinham tanto amor a ela que aconteceu de uma criança começar a chamá-la de mãe. Me lembro de um dia ela ir buscar uma menininha de berço que havia sido deixada em casa, de manhã, sob os cuidados da irmã mais velha, mas nem tão mais velha assim. Essa criança quase não podia respirar, porque estava gripada, e com as narinas totalmente entupidas; dona Julia com muito carinho deixou essa criança como uma princesinha. Limpinha e cheirosinha. Em casa, as crianças eram anjos e eram respeitadas como tal.

Nem preciso falar de uma das pragas que assolam a pessoa humana, a pedofilia. Parece que minha mãe estava nos preparando para combatermos isso.

Esses dois exemplos, hoje são um fundamento tão forte que são colunas que me sustentam e me fazem lembrar os ensinamentos de outrora:

• Amor e respeito à natureza

• Amor e respeito às crianças

Será que precisamos disso hoje? Aprendi isso em casa...

Paz e bem.